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A partir de 2024, diversidade vai ser obrigatória no Oscar

9 de setembro de 2020

Sob pressão, academia de Hollywood toma medidas drásticas para aumentar a representatividade de grupos historicamente desfavorecidos na premiação de melhor filme.

Mão de mulher negra segura estatueta do Oscar
Melhor filme terá que empregar representantes de minorias no elenco, na equipe ou na área administrativaFoto: Getty Images/J. Merritt

A academia de cinema de Hollywood anunciou nesta terça-feira (08/09) novos parâmetros para a escolha do Oscar de melhor filme, num passo histórico para contemplar mais diversidade entre os indicados ao prêmio.

O novo formato valerá a partir de 2024. Ele determina que, para ganhar o prêmio, um filme terá que empregar uma cota mínima de representantes de minorias no elenco, na equipe ou na área administrativa. Outra critério é a trama abordar diretamente temas ligados a esses grupos.

"Acreditamos que estes padrões de inclusão serão um catalisador para mudanças essenciais e duradouras em nossa indústria", diz uma nota conjunta assinada respectivamente pelo presidente e pela diretora-executiva da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, David Rubin e Dawn Hudson.

O movimento chega após anos de críticas por falta de diversidade entre os membros da academia e entre os indicados e vencedores do Oscar.

Embora a academia já tenha tomado medidas para diversificar seus integrantes, as novas regras marcam uma proposta mais agressiva para remodelar as produções de Hollywood de acordo com a diversidade.

O objetivo das mudanças, segundo a academia, é incentivar a diversidade e a representação equitativa na tela e nos bastidores, abordando gênero, orientação sexual, raça, etnia e deficiência.

Novos critérios

Foram estabelecidas quatro amplas categorias de representação: na tela; entre a equipe; no estúdio; e em oportunidades de treinamento e avanço em outros aspectos do desenvolvimento e lançamento do filme. Para serem considerados elegíveis ao prêmio de melhor filme, as produções terão que atender a pelo menos dois dos quatro critérios.

Concretamente, o primeiro dos quatro novos parâmetros exige que o filme tenha um ator de destaque de um grupo racial ou étnico sub-representado; ou 30% de seus papéis menores destinados a minorias; ou que aborde questões que envolvem essas comunidades diretamente.

O segundo critério estipula que, nos bastidores, figuras de chefia ou membros da equipe técnica sejam oriundos de grupos historicamente desfavorecidos. Isso inclui também mulheres, LGBT e deficientes físicos.

Já as duas outras medidas dizem respeito à oferta de estágios e treinamento a trabalhadores sub-representados, e diversidade nas equipes de marketing e distribuição do filme.

A academia vem se internacionalizando nos últimos anos, e desde 2015 já triplicou a inclusão de membros não americanos. Até o ano passado, a entidade possuía 8.946 membros ativos, dos quais 8.733 podiam votar nos concorrentes ao Oscar.

Há quatro anos, o quadro administrativo da academia havia se comprometido a dobrar até 2020 o número de mulheres e pessoas de minorias étnicas entre seus membros.

Isso se deu após uma enxurrada de críticas nas redes sociais em razão da disparidade na representação entre os gêneros e do maior número de pessoas brancas indicadas ao Oscar. Em 2016, por exemplo, as redes sociais foram inundas com a campanha #OscarSoWhite, que criticava a baixa representação de negros entre os candidatos.

A pressão por maior diversidade racial aumentou com os protestos ocorridos recentemente nos EUA contra o racismo e a violência policial contra as minorias, especialmente os afro-americanos, impulsionados pelo movimento Black Lives Matter (Vidas negras importam). Um grande número de personalidades do cinema declarou apoio aos manifestantes.

RPR/afp/ap

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