A premiê que confronta a Nova Zelândia com suas mazelas
25 de março de 2019
Jacinda Ardern é a mais jovem chefe de governo do país em mais de um século. Sua resposta ao massacre de Christchurch, desafiando o lobby das armas e o racismo velado da população, chamou a atenção o mundo.
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Cerca de um ano e meio após assumir como premiê, Jacinda Ardern, de 39 anos, agora desafia o lobby das armas. Ela promete que "todas as armas semiautomáticas do estilo militar" serão proibidas na Nova Zelândia – um paraíso turístico e nação agrícola, com uma reputação de ser verde, descontraída e pacífica.
Ardern, conhecendo tanto a orgulhosa tradição multiétnica da Nova Zelândia quanto seu racismo velado e seu passado conturbado, entrou na política com apenas 17 anos e nunca se esquivou de debates difíceis. Em campanhas passadas, ela defendeu, por exemplo, estreitar a gritante discrepância entre ricos e pobres das últimas décadas.
"Seja o que for que você pense sobre o que ela diz, há uma certa honestidade de pensamento por trás", disse seu vice-premiê e ministro do Exterior, o veterano populista Winston Peters, do partido Nova Zelândia em Primeiro Lugar, no início do ano passado. "Ela é genuína: ela não tem ares e graças", disse Peters, admitindo que isso era algo "único", considerando suas próprias décadas de retórica lisérgica no Parlamento em Wellington.
Ao abrir uma triste sessão do Parlamento na última terça-feira (19/03), Ardern começou com uma mensagem de paz muçulmana em memória das 50 pessoas assassinadas em duas mesquitas em Christchurch, uma cidade que ainda está se reconstruindo após o terremoto de 2011.
Ardern elogiou os sobreviventes que haviam lutado contra o atirador, posteriormente preso pela polícia, e jurou nunca falar em público o nome do criminoso, para negar-lhe a notoriedade que ele anseia.
Vestindo um lenço preto na cabeça na segunda-feira, Ardern já havia visitado a Federação de Associações Islâmicas na Nova Zelândia, de Wellington, que compreende oito comunidades muçulmanas, incluindo Auckland, onde ela tem seu eleitorado.
"Eu visitei Christchurch, e meu principal objetivo lá era transmitir, em nome da Nova Zelândia, a mensagem de pesar e de solidariedade aos seus irmãos e irmãs", disse ela.
No domingo após o massacre, ela havia informado a nação, detalhando os preparativos para funerais e segurança, enquanto prometia a provisão extra de terapeutas de saúde mental. Isso reflete uma promessa eleitoral dela e de sua legenda, o Partido Trabalhista, nas eleições de 2017 para consertar o que chamou de "enorme lacuna" nos serviços de saúde mental do país, investindo milhões em "trabalhadores da linha de frente" em vez de perpetuar uma "ambulância no fundo do penhasco".
No Fórum Econômico Mundial de Davos, em janeiro, Ardern se sentou ao lado do príncipe William, do Reino Unido, e disse ao mundo que a Nova Zelândia, valorizada pela natureza e luz que cativam fotógrafos, convive com suicídios, muitos deles entre jovens.
"Um dos fatos tristes na Nova Zelândia é que todo mundo conhece alguém que tirou a própria vida. Somos um país pequeno, com menos de cinco milhões de pessoas, mas no ano passado mais de 600 cometeram suicídio", disse Ardern ao público de Davos. "Eu perdi amigos e não teria que procurar muito em meu gabinete para encontrar outros também."
Ardern cresceu em Waikato, em dois vilarejos agrícolas e florestais no centro vulcânico da Ilha Norte, não muito longe do cenário de Hobbiton, dos filmes O Senhor dos Anéis e O Hobbit. O pai dela era um policial, sua mãe era merendeira escolar.
Ardern estudou comunicações políticas na Universidade de Waikato, em Hamilton, o centro rural da região. Ela estagiou primeiro com Helen Clark, ex-premiê trabalhista, que se tornou chefe do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e, depois, no Ministério do Interior britânico, na época do primeiro-ministro Tony Blair. Ela entrou no Parlamento da Nova Zelândia em 2008.
Trabalhando na defesa de crianças, mulheres, juventude e herança cultural, Ardern subiu nas fileiras do Partido Trabalhista antes de se candidatar diretamente e ganhar uma eleição em Mount Albert, em Auckland. Essa vitória, em março de 2017, colocou-a mais no centro das atenções.
Sete semanas antes das eleições gerais da Nova Zelândia em setembro de 2017, o líder trabalhista Andrew Little – ex-sindicalista e agora ministro da Justiça – se aproximou de Ardern para oferecer a ela a liderança do partido, reconhecendo seu talento e o fracasso de sua equipe em superar o governista Partido Nacional nas pesquisas.
Ela aceitou, o que levou a mídia internacional a chamar atenção para o "efeito Jacinda". Ela logo deu ares à ideia arriscada de um imposto sobre ganhos de capital sobre os ricos, uma política que ela ainda não conseguiu implementar. Em outubro de 2017, ela surgiu como a mais jovem primeira-ministra da Nova Zelândia em mais de um século.
Em setembro passado, Ardern e seu parceiro, Clarke Gayford, apresentador de programas de televisão, apareceram na Assembleia Geral da ONU com sua filhinha Neve Te Aroha, cujo nome mistura herança irlandesa e maori.
A primeira-ministra reivindicou na ONU mais multiculturalismo e esforços para combater as mudanças climáticas – um tópico importante para os verdes, que apoiam seu governo.
Após o massacre em Christchurch, ela reiterou o quanto valoriza a diversidade em um telefonema ao presidente dos EUA, Donald Trump, dizendo que simpatia e amor aos muçulmanos seriam bem-vindos.
Na quinta-feira, Ardern participou da Polyfest, em Auckland – uma celebração das "diversas" culturas do Pacífico e da Ásia em uma nação majoritariamente "europeia", onde 42% das crianças se identificam com duas, três ou mais origens através de seus pais e avós.
No ano passado, na Polyfest, depois de visitar seus pais em Niue, ela disse aos participantes do evento: "Viemos e fizemos uma parada aqui para conversar sobre todo o incrível trabalho que está sendo feito em coisas como energia renovável e proteção da vida marinha".
As palavras dela foram lembradas nos protestos de adolescentes e crianças ambientalistas realizados nas sextas-feiras, as Fridays for Future, em diversas cidades.
Apenas algumas horas depois, um homem identificado como um supremacista branco australiano de 28 anos atacou Christchurch durante as orações da sexta-feira islâmica.
Correndo de volta a Wellington, Ardern primeiro informou a nação sobre os detalhes iniciais do massacre, com voz trêmula. Em seguida, em seu papel paralelo de ministra da Segurança Nacional e da Inteligência, ela convocou o Odesk, o comitê secreto de coordenação de crises da Nova Zelândia.
Enquanto surgiam perguntas sobre se o atirador agia como um "lobo solitário" ou se tinha apoio de grupos de extrema direita, a antropóloga e autora Anne Salmond escreveu que "baixo-ventre racista" furtivo deve ser substituído "por maneiras diferentes e melhores de ser neo-zelandês".
"Depois dos maori, o povo indígena deste país, esse senso de superioridade branca transborda sobre 'outros' grupos, como polinésios, asiáticos e agora muçulmanos em Christchurch", escreveu Salmond em um artigo publicado em vários jornais importantes da Nova Zelândia.
Para provar sua mente aberta, os moradores realizaram vigílias no domingo, incluindo 12 mil na Wellington's Basin Reserve, estádio famoso por abrigar jogos internacionais de críquete. A solidariedade foi elogiada por muitos.
"Eu sou um orgulhoso neo-zelandês muçulmano que não poderia ser mais abençoado por estar rodeado de almas tão belas e solidárias, obrigado Aotearoa", escreveu um jovem artista gráfico de Wellington no Twitter, referindo-se à Nova Zelândia em maori, outra língua oficial do país.
O líder do oposicionista Partido Nacional, Simon Bridges, e a ex-ministra da Polícia Judith Collins, que em 2017 se opuseram a mudar as leis de armas de fogo, disseram que agora apoiariam a proibição planejada de Ardern de armas semiautomáticas de estilo militar. "Tudo mudou na sexta-feira", disse Bridges a jornalistas no Parlamento.
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Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Reuters/M. Mac Matzen
Brasil vai abrir representação em Jerusalém
O presidente Jair Bolsonaro anunciou durante a sua visita a Israel que o Brasil vai abrir uma representação comercial em Jerusalém. O escritório tem menos peso do que uma embaixada, e procura conciliar a promessa de transferência feita por Bolsonaro com o temor de uma reação de países árabes, que são contra o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel. (31/03)
Foto: picture-alliance/Photoshot
Novos conflitos entre israelenses e palestinos
Pelo menos três jovens palestinos morreram durante protestos perto da cerca que divide a fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel. Outras 244 pessoas ficaram feridas. Cerca de 40 mil palestinos participaram dos protestos, que ocorrem semanalmente desde março de 2018. De acordo com o Exército israelense, grupos de palestinos atiraram pedras e lançaram artefatos explosivos contra a cerca. (30/03)
Foto: Getty Images/AFP/M. Hams
Morre a cineasta Agnès Varda
Morreu, aos 90 anos, a cineasta Agnès Varda, um dos nomes mais conhecidos do cinema francês, em decorrência de um câncer. Ela foi, para muitos, a "avó da Nouvelle Vague'" e a única mulher nesse movimento cultural que revolucionou o cinema do país. Feminista convicta e autora de mais de 50 filmes, foi a primeira diretora a receber o Oscar honorário de Hollywood pelo conjunto da obra. (29/03)
Foto: Cine Tamaris 2018
Temer vira réu por corrupção passiva
O ex-presidente Michel Temer se tornou réu após a Justiça em Brasília ter acolhido uma denúncia contra ele a pedido do Ministério Público Federal. A ação acusa o emedebista de corrupção passiva no caso da mala com 500 mil reais entregue pela JBS a Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial de Temer. A denúncia afirma que o ex-presidente seria o beneficiário da propina. Ele nega. (28/03)
Foto: Imago/Fotoarena
Europa vai banir plástico descartável
O Parlamento Europeu aprovou uma legislação para banir em toda a União Europeia uma série de produtos plásticos descartáveis aos quais existam alternativas feitas de outros materiais no mercado, como cotonetes, canudos, copos, pratos e talheres. A proibição entrará em vigor em 2021 e visa principalmente reduzir a poluição nos mares e oceanos. (27/03)
Foto: picture-alliance/dpa/G. Fischer
Comemoração do golpe de 1964
O presidente Jair Bolsonaro determinou ao Ministério da Defesa que sejam feitas comemorações em unidades militares no próximo dia 31 de março para marcar o início da ditadura militar no Brasil, em 1964. O MPF condenou a medida, dizendo ser "incompatível com o Estado Democrático de Direito festejar um regime que adotou políticas de violações sistemáticas aos direitos humanos". (26/03)
Foto: picture-alliance/dpa/ZUMAPRESS/Argencia Globo/J. William
Justiça manda soltar Temer
A Justiça Federal determinou a soltura do ex-presidente Michel Temer, de 78 anos, que fora detido de forma preventiva na quinta-feira passada pela força-tarefa da Operação Lava Jato. Desembargador do TRF2 argumentou que detenção foi embasada em suposições de fatos antigos, e acrescentou não haver indícios para justificar a prisão preventiva. (25/03)
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Cruzeiro norueguês em porto seguro
Por volta de 900 passageiros ainda se encontravam no cruzeiro norueguês Viking Sky, quando ele aportou em Molde, cidade portuária na costa oeste da Noruega. O navio havia ficado à deriva e centenas de passageiros tiveram de ser retirados um a um do convés por helicópteros, em meio a fortes ventos e maré, até que três dos quatro motores voltaram a funcionar. (24/03)
Militantes curdos e árabes das Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiados pela coalizão internacional liderada pelos EUA, anunciaram que o autoproclamado califado do "Estado Islâmico" (EI) foi totalmente eliminado no país em conflito. A bandeira amarela da aliança liderada por curdos substituiu a preta do EI nos edifícios de Baghouz, último reduto jihadista na Síria. (23/03)
Foto: Getty Images/AFP/G. Cacace
Novo bloco regional
No Chile, representantes de oito países da América do Sul, incluindo o Brasil, assinaram a declaração de Santiago que cria o Prosul, um fórum para o desenvolvimento regional que deve substituir a União das Nações Sul-Americanas (Unasul). O documento afirma que os líderes pretendem construir um "espaço regional de coordenação e cooperação" para promover uma integração mais eficaz. (22/03)
Foto: Getty Images/AFP/M. Bernetti
Temer é preso pela Lava Jato
O ex-presidente Michel Temer foi preso em São Paulo após pedido da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio. A investigação apura os crimes de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro e mira uma suposta organização criminosa que, segundo o MPF, é liderada por Temer e cometeu uma série de crimes envolvendo órgãos públicos e empresas estatais. O ex-ministro Moreira Franco também foi preso. (21/03)
Foto: picture-alliance/E. Peres
Cazaquistão rebatiza capital
O Parlamento do Cazaquistão aprovou a mudança do nome da capital do país de Astana para Nursultan, em homenagem ao ex-presidente Nursultan Nazarbayev, que renunciou na véspera. Há quase 30 anos no cargo, ele era o último líder da era soviética ainda no poder. Astana – que em cazaque significa capital – mudou várias vezes de nome ao longo da história. O nome atual foi adotado em 1998. (20/03)
Foto: Getty Images/L. Neal
Trump recebe Bolsonaro
Ao receber Jair Bolsonaro na Casa Branca, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que os dois países "nunca estiveram tão próximos" e disse que apoiará a inclusão do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE). O encontro em Washington não trouxe novidades sobre a questão venezuelana - outro tema abordado entre os dois líderes. (19/03)
Foto: Reuters/K. Lamarque
Ataque a tiros em Utrecht
Ao menos três pessoas morreram e cinco foram feridas, sendo três com gravidade, por disparos efetuados por um homem num bonde na cidade holandesa de Utrecht. Suspeito é detido horas depois pela polícia, que fala em terrorismo e não descarta crime passional. (18/03)
Foto: picture-alliance/A. Asiran
Herói de Christchurch
Munido apenas de uma máquina de cartão de crédito, Abdul Aziz, de 48 anos, enfrentou o atirador e evitou mais mortes no pior ataque a tiros da história da Nova Zelândia, que tirou a vida de 50 pessoas na cidade de Christchurch. Nascido no Afeganistão, ele é um dos personagens de coragem revelados pelas investigações sobre o crime, além dos dois policiais que capturaram o atirador. (17/03)
Foto: Reuters/E. Su
Paris em chamas
Saques, incêndios e confrontos entre manifestantes e polícia marcam o 18º fim de semana seguido de protestos dos "coletes amarelos" contra o governo Macron. Quase 240 pessoas são presas e cerca de 60 ficam feridas. Segundo as autoridades, mais de 32 mil pessoas foram aos protestos em toda a França neste sábado. Na semana anterior haviam sido pouco mais de 28,5 mil. (16/03)
Foto: picture-alliance/AP Photo/C. Ena
Atentado na Nova Zelândia
Ao menos 49 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas em ataques a tiros em duas mesquitas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia. O pior atentado a tiros da história do país foi classificado pelas autoridades locais de terrorista. A polícia deteve três homens e uma mulher. Atirador transmitiu ataque ao vivo no Facebook, após divulgar manifesto anti-imigrantes. (15/03)
Foto: Reuters/SNPA/M. Hunter
Morte de Marielle completa um ano
O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completou um ano, com pouco avanço nas investigações. Dois suspeitos de participar do crime foram presos dias antes, mas a polícia diz ainda não saber quem foi o mandante da execução. Manifestantes saíram às ruas de várias cidades em homenagem à carioca, enquanto familiares, políticos e a ONU pressionam por justiça. (14/03)
Foto: picture alliance/AP Photo/L. Correa
Ataque a tiros em escola em Suzano
Dois jovens de 17 e 25 anos abriram fogo em uma escola estadual em Suzano, na Grande São Paulo, e mataram ao menos oito pessoas, sendo cinco alunos, duas funcionárias da escola e o dono de uma locadora de veículos, tio de um dos atiradores. A motivação do ataque não foi imediatamente esclarecida. Os autores do massacre eram ex-alunos da escola e se mataram em seguida. (13/03)
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Sumiya
Presos dois suspeitos pela morte de Marielle
A polícia do Rio deteve dois suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, às vésperas de o assassinato completar um ano. Os detidos são o policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. O primeiro teria disparado os tiros, do banco de trás do carro usado no crime; o segundo seria o motorista. (12/03)
Foto: Reuters/S. Moraes
Países suspendem voos com Boeing 737 MAX 8
Companhias aéreas da China, Etiópia e Indonésia anunciaram a suspensão de todos os seus voos com aeronaves Boeing 737 MAX 8, mesmo modelo envolvido em dois desastres aéreos recentes. Na véspera, um acidente matara todos os 157 ocupantes de um voo da Ethiopian Airlines. A Gol, única brasileira que tem aviões desse modelo, também suspendeu suas operações, alegando preocupação com segurança. (11/03)
Foto: Imago/Xinhua
Mórmons inauguram Templo de Roma
O templo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – também conhecida como LDS ou Igreja Mórmon – foi oficialmente consagrado após mais de dez anos de construção na capital italiana. Embora a igreja em Roma não seja em si o maior templo mórmon da Europa, o complexo é o maior de todo o continente, se todos os seus edifícios forem levados em conta. (10/03)
Foto: Reuters/R. Casilli
Maduro reprime protesto da oposição na Venezuela
A polícia venezuelana utilizou gás lacrimogêneo para dispersar um protesto convocado em Caracas pelo líder da oposição e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. A manifestação, convocada em todo o país, faz parte da pressão cada vez maior para forçar Maduro a deixar o poder, que ocupa desde 2013. (09/03)
Foto: Reuters/C. Jasso
Oração de mulheres interrompida em Jerusalém
Milhares de judeus ultraortodoxos interromperam de maneira violenta uma oração comandada por um grupo feminista no Muro das Lamentações, no território ocupado de Jerusalém Oriental. A oração foi organizada pelo grupo Mulheres do Muro, que luta pela igualdade entre homens e mulheres na celebração de rituais religiosos, e coincidiu com o Dia Internacional da Mulher. (08/03)
Foto: Getty Images/AFP/G. Tibbon
Cardeal condenado por acobertar abusos sexuais
O cardeal e arcebispo de Lyon, Philippe Barbarin foi condenado a 6 meses de prisão por ter silenciado diante de atos de pedofilia em sua diocese. Após o veredito, ele anunciou que apresentará sua renúncia ao papa Francisco. O caso se tornou público erm 2015, quando a diocese de Lyon revelou que tinha recebido queixas contra o padre Bernard Preynat por agressões cometida 25 anos antes. (07/03)
Foto: picture-alliance/AP Photo/B. Edme
Mangueira é campeã do Carnaval do Rio
Com uma homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, a Mangueira venceu o Carnaval de 2019 do Rio de Janeiro. Com o enredo "História pra ninar gente grande", a escola contou a história do país dando destaque a heróis da resistência negros e indígenas. Esse é o 20º título alcançado pela Mangueira. (06/03)
Foto: Reuters/S. Moraes
Apelo de Macron
O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu amplas reformas na União Europeia e voltou a alertar contra os perigos do nacionalismo, num artigo publicado em jornais dos 28 países do bloco europeu. No texto, Macron afirma que o Brexit simboliza a "crise de uma Europa que fracassou ao responder à necessidade de proteção de sua população frente às grandes mudanças do mundo contemporâneo". (05/03)
Foto: Bodo Zemke
Guaidó volta à Venezuela
O líder oposicionista venezuelano Juan Guaidó retornou à Venezuela de maneira pacífica após dez dias fora do país e em desafio à ameaça de prisão feita pelo presidente Nicolás Maduro. Após desembarcar em um aeroporto próximo a Caracas, onde foi recebido por embaixadores estrangeiros, ele participou dos protestos que havia convocado contra o regime. Milhares de venezuelanos saíram às ruas. (04/03)
Foto: picture-alliance/AP Photo/F. Llano
Onda de protestos contra o presidente da Argélia
Milhares de manifestantes voltaram às ruas da Argélia em protesto contra a tentativa de reeleição do presidente Abdelaziz Bouteflika, de 82 anos. Apesar da pressão, o mandatário acabou oficializando sua participação na disputa a um quinto mandato. Ele prometeu, contudo, promover mudanças políticas caso seja eleito, como a convocação de eleições antecipadas sem a sua participação. (03/03)
Foto: Reuters/R. Boudina
Lula vai ao velório do neto em SP
O ex-presidente Lula deixou a carceragem da PF em Curitiba, onde cumpre pena, para comparecer em São Bernardo do Campo ao velório do neto Arthur, que morreu na véspera, aos 7 anos, de meningite meningocócica. Em encontro privado com familiares, ele afirmou que levaria um "diploma de inocência" ao neto no céu. O petista ficou pouco menos de duas horas no local, antes de retornar ao Paraná. (02/03)
Foto: Getty Images/AFP/M. Schincariol
Estrela da luta pelo clima em Hamburgo
A estrela da luta pelo clima Greta Thunberg, de 16 anos, se juntou aos estudantes de Hamburgo para participar do protesto "Sextas-Feiras para o Futuro", onde foi recebida como pop-star. A sueca deu início ao movimento europeu contra mudanças climáticas em agosto, quando deixou de ir à escola para se sentar em frente ao Parlamento em Estocolmo. (01/03)