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Análise

Aarni Kuoppamäki (sv)19 de junho de 2007

Especialista avalia o papel dos europeus e da comunidade internacinal nos conflitos no Oriente Médio e aponta "vácuo político" de forças moderadas na região.

Conflito entre Hamas e Fatah: pouca mobilização da UEFoto: AP

Udo Steinbach, diretor do Instituto GIGA para Estudos sobre o Oriente Médio, não poupa palavras para caracterizar a "culpa da comunidade internacional pela escalada da violência" na região. "No que os Estados Unidos e Israel se voltaram contra o Hamas, eles deslegitimaram as tentativas de mediação da Arábia Saudita", diz Steinbach. Isso teria provocado uma ruptura dos territórios palestinos entre dois territórios autônomos separados, chamados sarcasticamente de "Hamastão" e "Fatahstão".

"Para estabelecer a paz entre israelenses e palestinos, é necessário haver um plano claro de qual rumo será tomado. No momento, porém, o cenário internacional não possui governos realmente capazes de atuar", critica Steinbach. Enquanto George W. Bush vê o fim de seu madato com uma maioria de democratas no Congresso Nacional, o premiê isralense Ehud Olmert vem sendo obrigado a se defender daqueles que pedem sua renúncia após os relatórios a respeito da guerra no Líbano.

Paralisia européia

Enquanto isso, a União Européia ainda está amarrada com a crise de sua Constituição não aprovada e apresenta uma certa paralisia na política externa em função das trocas de governo na França e no Reino Unido. "A presidência alemã do Conselho da UE foi fraca em relação à política do Oriente Médio. Não foi explicitado como a região poderia deixar esse beco sem saída", analisa Steinbach.

Para o especialista alemão, o otimismo de Olmert de que o processo de paz poderia ser conduzido sem o Hamas não é realista: "Pois a Cisjordânia não é uma entidade política", completa. E tudo leva a crer que o Hamas iria, sim, fazer de tudo para prejudicar quaisquer tentativas de paz entre o Fatah e Israel.

Steinbach não vê, neste contexto, qualquer fundamento para que seja realmente selada a paz entre israelenses e palestinos. E mesmo que houvesse tais fundamentos, é possível que Mahmud Abbas fosse, em função de um acordo com Israel, considerado traidor pelos próprios palestinos.

Falta solução

Para Steinbach, a interrupção das negociações para pôr fim ao conflito palestino acarreta conseqüências a longo prazo: "Enquanto não se formar uma oposição árabe ao Irã, as sanções vão continuar sem efeito. No momento temos, em todos os partidos, um vácuo político de forças moderadas e visionárias", diz o especialista.

O Hamas e o Fatah estão em conflito um contra o outro, uma guerra civil assola o Iraque, o Líbano está muito menos estável que há um ano e o Irã planeja, possivelmente, a bomba atômica. "O desenrolar para o pior no Oriente Médio está longe de ser freado", conclui Steinbach.

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