A 1ª brasileira com duas medalhas em uma edição olímpica
1 de agosto de 2021
Rebeca Andrade leva ouro inédito no salto e soma mais um feito histórico, três dias após conquistar a primeira medalha olímpica da ginástica feminina brasileira. "Estou muito orgulhosa por representar a força da mulher."
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A ginasta Rebeca Andrade conquistou neste domingo (01/08) a medalha de ouro na disputa do salto da ginástica artística em Tóquio, tornando-se assim a primeira mulher brasileira a levar duas medalhas numa mesma edição dos Jogos Olímpicos.
Na última quinta-feira, a atleta paulista de 22 anos já havia feito história ao conquistar a primeira medalha olímpica da ginástica artística feminina do Brasil, com a prata na prova individual geral (quando as ginastas disputam todos os aparelhos).
Além dos dois feitos inéditos, Rebeca ainda poderá ganhar sua terceira medalha em Tóquio. Nesta segunda-feira, ela disputará a final do solo como uma das favoritas ao pódio.
A ginasta levou o ouro neste domingo após realizar dois saltos de difícil execução e terminar com uma média de 15,083 pontos. Ela foi a única competidora com média acima de 15,000. A prata foi para a americana Mykayla Skinner (14,916), e o bronze, para a sul-coreana Yeo Seojeong (14,733).
"Estou muito feliz, trabalhei bastante durante todo esse tempo. Não sei nem o que dizer. Realmente não foram meus melhores saltos, eu senti na hora, tanto que eu saí falando 'ah, não foi muito bom'. Mas isso é ginástica, isso acontece, isso é do esporte. Mas eu tirei nota suficiente para me dar o primeiro lugar e estou muito feliz", afirmou Rebeca em entrevista à TV Globo.
Ela disse ainda que "a medalha representou todo mundo, todas as gerações que já tinham passado e a de agora". "Foi um orgulho enorme, porque era uma coisa que parecia que a gente precisava, mesmo eu não colocando essa pressão em mim", completou.
Além de Rebeca, apenas cinco brasileiros já ganharam mais de uma medalha na mesma edição dos Jogos Olímpicos, todos homens: os atletas de tiro esportivo Guilherme Paraense e Afrânio Costa (Antuérpia 1920), os nadadores Gustavo Borges (Atlanta 1996) e César Cielo (Pequim 2008) e o canoísta Isaquias Queiroz (Rio 2016).
Destes, Isaquias Queiroz foi o único a somar três medalhas no mesmo evento olímpico, com duas pratas e um bronze – um feito que pode ser alcançado por Rebeca nesta segunda-feira. Entre as mulheres, o recorde total de medalhas olímpicas é da judoca Mayra Aguiar e da jogadora de vôlei Fofão, com três pódios cada, mas em edições diferentes.
Em entrevista neste domingo, Rebeca disse que desconhecia esses números. "Não sabia disso não, mas me sinto muito orgulhosa de mim, porque consigo representar a força da mulher. É muito gratificante. As pessoas sabem como é difícil estar aqui, então imagina como é difícil trazer duas medalhas."
A ginasta ainda reafirmou estar feliz, independentemente do resultado da prova desta segunda-feira. "Meu foco não é a medalha, é fazer boas apresentações. Ontem eu estava muito feliz. E é essa sensação que eu quero levar para amanhã", declarou Rebeca.
A conquista foi celebrada pelo perfil oficial dos Jogos Olímpicos no Twitter, que escreveu "Histórico!", em português, na legenda de uma foto de Rebeca.
A ginasta viajou para os Jogos de Tóquio sem a equipe feminina do Brasil, que não conseguiu se classificar após disputar quatro edições consecutivas dos Jogos Olímpicos. Além de Rebeca, a brasileira Flávia Saraiva, de 21 anos, garantiu vaga na final da trave, na terça-feira.
A trajetória de Rebeca é marcada pela superação. Foram três cirurgias no joelho direito entre 2015 e 2019. Há dois anos, ela rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho pela terceira vez em quatro anos. As lesões a mantiveram fora de três dos quatro campeonatos mundiais em que ela competiria.
Além disso, a paulista precisou treinar por algum tempo em Portugal, devido às restrições impostas no Brasil por causa da pandemia de covid-19.
ek (ots)
As mascotes dos Jogos Olímpicos
Os Jogos tiveram mascotes a partir de 1972, em Munique. Animais e figuras reais ou fantasiosas representam cada edição e motivam atletas e espectadores.
Foto: kyodo/dpa/picture alliance
Munique 1972: cão-salsicha Waldi
A primeira mascote da história dos Jogos Olímpicos foi o dachshund (cão-salsicha) Waldi. O famoso designer alemão Otl Aicher, que o concebeu para Munique 1972, escolheu esta raça canina porque ela se caracteriza pela resistência, tenacidade e agilidade, atributos importantes dos atletas.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Weigel
Montreal 1976: o castor Amik
O castor preto Amik representa, para os canadenses, trabalho árduo. O nome significa castor na língua algonquin, a mais difundida entre os indígenas canadenses. A escolha pelo animal, nativo do Canadá, se deveu a características importantes para um atleta: paciência e trabalho duro para construir as barragens onde vive.
Foto: Sven Simon/imago
Moscou 1980: o urso Misha
Em 1980, os Jogos em Moscou tiveram o animal nacional da Rússia como mascote. Ele foi concebido pelo caricaturista e ilustrador de livros infantis russo Viktor Chizhikov, que alcançou fama internacional com Misha. A imagem da mascote chorando na cerimônia de encerramento emocionou o mundo.
Foto: Sven Simon/imago
Los Angeles 1984: a águia Sam
Outro animal símbolo nacional: a águia Sam. Idealizado pelo desenhista Robert Moore, dos estúdios Disney, o animal tinha um chapéu cartola e gravata borboleta nas cores da bandeira dos Estados Unidos.
Foto: Tony Duffy/Getty Images
Seul 1988: o tigre Hodori
Nos Jogos na capital da Coreia do Sul, o escolhido foi o tigre Hodori, um animal enraizado na cultura e mitologia coreanas, e que representa vigor e espírito de luta. Em sua cabeça, a mascote usa um sangmo, chapéu típico de músicos populares sul-coreanos. Seu criador foi Kim Hyun. O nome é uma mistura de horangi, que significa tigre, e dori, diminutivo de garoto.
Foto: Sven Simon/imago
Barcelona 1992: o cão pastor Cobi
A mascote espanhola idealizada pelo designer Javier Mariscal no estilo do cubismo foi uma homenagem ao pintor espanhol Pablo Picasso. O nome vem do comitê organizador dos Jogos de Barcelona.
Foto: Pressefoto Baumann/imago
Atlanta 1996: Izzy
Izzy foi a primeira mascote olímpica que não representava um animal típico do país. O designer americano John Ryan criou uma criatura puramente imaginária. O difícil era dizer do que se tratava, tanto que o nome é uma abreviação de "Whatizit", forma informal da pergunta "What’s it?" (O que é isso?, em inglês).
Foto: Michel Gangne/AFP/Getty Images
Sydney 2000: Olly, Syd e Millie
Pela primeira vez, os Jogos tiveram três mascotes numa edição. Criadas pelo designer Matthew Harton, elas representam animais nativos australianos. Olly, cujo nome vem de Olimpíada, é um pássaro kookaburra; Syd, versão reduzida de Sydney, é um ornitorrinco; e Millie, batizada em homenagem ao novo milênio, é um equidna, espécie de porco-espinho.
Foto: Arne Dedert/dpa/picture-alliance
Atenas 2004: Athena e Phevos
As mascotes dos Jogos Olímpicos de Atenas foram uma homenagem à mitologia grega. Athena e Phevos receberam os nomes de irmãos do Olimpo. Athena era a deusa da sabedoria e deu o nome à cidade onde se realizaram os Jogos. Phevos era o outro nome de Apolo, deus da luz e da música. A inspiração para o desenho, feito por S. Gogos, foi uma "aitala", boneca de terracota encontrada em escavações.
Foto: Alexander Hassenstein/Bongarts/Getty Image
Pequim 2008: Beibei, Jingjing, Huanhuan, Yingying e Nini
Os Jogos na capital chinesa tiveram cinco mascotes, cada um numa cor dos anéis olímpicos: Beibei, um peixe; Jingjing, um panda; Huanhuan, o fogo olímpico; Yingying, um antílope tibetano; e Nini, uma andorinha. Os nomes foram derivados de "Beijing huanying ni", que significa "Pequim lhe dá as boas-vindas".
Foto: Kazuhiro Nogi/AFP/Getty Images
Londres 2012: Wenlock e Mandeville
Wenlock e Madeville – esta última mascote dos Jogos Paralímpicos – lembram gotas de aço. Elas têm na cabeça um escudo laranja que lembra os sinais luminosos sobre os táxis ingleses. O olho, uma câmera, simboliza a era digital. Um nome vem de Much Wenlock, que teria inspirado o Barão de Coubertin a criar os Jogos da Era Moderna, e o outro vem de Stoke Mandeville, berço do Movimento Paralímpico.
Foto: Julian Finney/Getty Images
Rio 2016: Vinícius e Tom
A mascote Vinícius é uma mistura de macaco e gato selvagem e representa a fauna brasileira. Já a mascote paralímpica Tom combina várias plantas e representa a flora brasileira. Os nomes foram inspirados em Vinícius de Moraes e Tom Jobim.
Foto: Sebastiao Moreira/dpa/picture alliance
Tóquio 2020: Miraitowa e Someity
Miraitowa significa "futuro" (mirai) e "eternidade" (towa), em japonês. O projeto do artista Ryo Taniguchi foi escolhido por estudantes japoneses e combina futurismo com o tradicional estilo mangá. Já Someity, mascote dos Jogos Paralímpicos, mistura o termo "Someiyoshino", um tipo popular de flor de cerejeira, e a expressão "so mighty" (tão poderoso, em inglês).
Foto: picture-alliance/Kyodo/Maxppp
Paris 2024: os barretes Les Phryges
As mascotes dos Jogos de Paris também vêm em dupla: Les Phryges, em versão olímpica e paralímpica. Sua forma é inspirada no barrete frígio, "uma peça de vestuário que é um simbolo de liberdade, tem sido parte de nossa história há séculos e data a tempos remotos", "um símbolo de revoluções" e onipresente na França, explica o website do evento.