General François Lecointre assume comando das Forças Armadas francesas após renúncia de Pierre de Villiers, que deixou cargo criticando o presidente devido a corte orçamentário.
Anúncio
O governo da França anunciou nesta quarta-feira (19/07) a nomeação do general François Lecointre como novo chefe do Estado Maior do Exército, apenas três horas após o anúncio da renúncia de seu antecessor, Pierre de Villiers, por divergências com o presidente Emmanuel Macron devido a cortes orçamentários.
A renúncia inédita de um chefe de Estado Maior gerou a primeira crise do governo Macron. Em entrevista à emissora France 2, o presidente afirmou que defender o orçamento militar "não é papel do chefe do Estado Maior, mas do ministro da Defesa". Ao Journal du Dimanche disse que, "se o chefe do Estado Maior e o presidente divergem, o chefe do Estado Maior deve sair".
De Villiers afirmara que, com os cortes, não era mais possível manter o modelo de Forças Armadas que ele julgava necessário para garantir a proteção da França e dos franceses.
Lecointre, de 55 anos, era até então chefe do gabinete militar do primeiro-ministro, o liberal Edouard Philippe – antes ele ocupara o mesmo cargo com os socialistas Bernard Cazeneuve e Manuel Valls – e participou de várias missões no exterior, como no Ruanda.
O governo destacou a experiência de Lecointre em funções de direção e combate e afirmou que ele "é um herói reconhecido pelo Exército", em particular pela missão que efetuou na Bósnia em 1995.
Em relação a De Villiers, o governo francês afirmou que Macron lhe "prestou homenagem por sua folha de serviços" e por seu papel à frente do Exército nos últimos três anos, mas que também se equivoca ao criticar a redução no orçamento militar.
Com a troca, o governo francês espera encerrar a crise desencadeada durante a última semana entre De Villiers e Macron devido ao corte no orçamento do Ministério da Defesa de 850 milhões de euros neste ano, dentro dos ajustes para cumprir com o objetivo de um deficit orçamentário abaixo de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O agora ex-chefe do Estado Maior se queixou no último dia 12 de julho, com palavras duras, dessa diminuição dos fundos perante a Comissão de Defesa da Assembleia Nacional, que acontecia a portas fechadas. A sua declaração foi vazada e, no dia seguinte, Macron lembrou publicamente que ele é o presidente e que cumprirá seu compromisso de aumentar o orçamento de Defesa nos próximos anos, até 2% do PIB no horizonte de 2025, com um passo significativo nessa direção já em 2018.
Macron também garantiu que os cortes não afetarão as missões no exterior nem a presença militar dentro do país, que está em estado de emergência desde os atentados terroristas de janeiro de 2015 em Paris e arredores.
AS/efe/afp
A caçada aos terroristas na França
Em imagens, o cerco realizado pela polícia francesa em busca dos autores do atentado contra a redação do semanário satírico "Charlie Hebdo".
Foto: A. Gelbard/AFP/Getty Images
Fim do cerco
Em Dammartin-en-Goële, a cerca de 40 km de Paris, polícia invadiu a fábrica onde os irmãos Kouachi estavam há horas entricheirados e matou ambos. O refém que eles mantinham em seu poder foi resgatado a salvo. Na operação, a polícia usou recursos, como a explosão mostrada na foto, para distrair os terroristas.
Foto: P. Le Segretain/Getty Images
Megaoperação
Forças de segurança estiveram envolvidas em duas operações policiais, nesta sexta-feira (09/01): uma é a caçada pelos irmãos Kouachi, encerrada numa fábrica a 40 quilômetros de Paris, na cidade de Dammartin-en-Goële e o sequestro em uma minimercado, no leste da capital francesa.
Foto: M. Piasecki/Getty Images
Reféns libertados
Homem é escoltado ao deixar o mercado de produtos kosher onde um homem, identificado inicialmente como Amedy Coulibaly, mantinha reféns. O terrorista foi morto pela polícia, numa operação simultânea à realizada em Dammartin-en-Goële.
Foto: AFP/Getty Images/T. Samson
Estado de sítio
Principais vias do leste de Paris foram fechadas aos trânsito, depois que homem armado faz reféns em minimercado judaico de Paris. Sequestrador seria o mesmo que matou uma policial no dia anterior.
Foto: picture alliance/dpa/Jb Quentin
Os suspeitos do sequestro em mercado judaico
Amedy Coulibaly (esq.) seria, segundo a imprensa francesa, o responsável pelo ataque ao minimercado kosher e pela morte, na quinta-feira, de uma policial. A mulher Hayat Boumeddiene é considerada cúmplice e está em fuga.
Foto: picture-alliance/French Police/Handout
Reféns em mercado judaico de Paris
Policiais abordam motoqueiros durante blitz em Paris. Eles violaram o bloqueio feito ao redor do mercado judaico, onde pelo menos seis pessoas foram mantidas reféns.
Foto: Reuters/Y. Boudlal
Perseguição nos arredores de Paris
Os suspeitos, que estavam no norte da França, roubaram um carro do modelo Peugeot 206 em Montagny-Sainte-Felicite, de uma mulher que disse ter reconhecido os irmãos. Depois, eles rumaram para os arredores de Paris, onde foi iniciada a perseguição.
Foto: Reuters/C. Hartmann
Cerco a Dammartin-en-Goële,
Um comboio de segurança e helicópteros rumam para Dammartin-en-Goële, cerca de 40 quilômetros a nordeste de Paris, para uma operação de captura dos dois irmãos suspeitos de cometerem o atentado ao semanário Charlie Hebdo, Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos.
Foto: Reuters/C. Hartmann
Cerco ampliado
Polícia faz a segurança em Reims, durante uma investigação em um prédio na cidade, localizada no norte da França. Durante a madrugada de quarta-feira, um dos suspeitos, de 18 anos, se entregou às autoridades perto da fronteira com a Bélgica.
Foto: Reuters/J. Naegelen
Em fuga para o norte
A polícia trabalha com a possibilidade de que os dois irmãos tenham fugido para o norte. Eles foram vistos perto de um posto de gasolina nos arredores de Villers-Cotteret. Na foto, atiradores patrulham os subúrbios de Reims, também no norte da França.
Foto: Getty Images
Pista
Isolamento policial no posto de gasolina no norte da França onde os irmãos Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, foram vistos dentro de um carro. Eles são os principais suspeitos de terem cometido o atentado contra o "Charlie Hebdo".
Foto: Reuters/P. Rossignol
Susto em Estrasburgo
Policial examina mala abandonada perto da universidade de Estrasburgo, na Alsácia. O objeto foi checado, e a ameaça se tratou de um alarme falso.
Foto: Reuters/Vincent Kessler
Segurança reforçada
Em pontos turísticos da capital francesa, como o Museu do Louvre, homens fortemente armados passaram a fazer a segurança. Após o atentado de quarta-feira, as autoridades deixaram claro que ainda há risco de outros ataques.
Foto: Reuters/G. Fuentes
Carro abandonado
Após o atentado, a polícia encontrou o carro usado pelos atiradores no 20º Arrondissement de Paris, região com grande população de imigrantes. O veículo havia sido roubado. A suspeita é de que, após abandoná-lo, os terroristas tenham seguido para o norte do país. Na foto, policiais durante a caçada aos atiradores na capital francesa.
Foto: Reuters/C. Hartmann
Os irmãos Kouachi
Os irmãos Said e Cherif Kouachi são considerados os principais suspeitos. Segundo o jornal "Metro", Cherif era conhecido das autoridades e chegou a ser acusado em 2005 por fazer parte de uma organização jihadista que recrutava jovens para combater no Iraque. Ele teria sido sentenciado a 18 meses de prisão, em 2008.
Foto: picture-alliance/dpa/French Police/Handout
Identificados
Os terroristas foram identificados como os irmãos Said e Cherif Kouachi, de 34 e 32 anos, e Hamyd Mourad, de 18 anos, todos cidadãos franceses. Mourad, inicialmente suspeito de ter dirigido o carro no qual os dois atiradores fugiram, se apresentou a uma delegacia e negou envolvimento no ataque.