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A primeira "pedra de tropeço" fora da Europa

1 de novembro de 2017

Calçada de Buenos Aires ganha uma das famosas "stolpersteine", as placas que lembram vítimas do regime nazista. Projeto de escultor alemão, existem mais de 60 mil pelo mundo.

Crianças ajudam na instalação da placa diante do colégio Pestalozzi
Crianças ajudam na instalação da placa diante do colégio PestalozziFoto: Facebook/Stolpersteine

A Argentina se tornou o primeiro país de fora da Europa a instalar em suas calçadas uma das famosas "stolpersteine", os paralelepípedos que lembram vítimas do regime nazista, no maior memorial descentralizado do Holocausto do mundo.

Há mais 60 mil "pedras de tropeço" espalhadas por toda a Europa, a maioria delas na Alemanha. As pequenas placas fixadas no chão lembram, em geral com local de nascimento e morte, os perseguidos, torturados, assassinados e presos pelo regime nazista.

"É uma exceção: normalmente queremos marcar os lugares onde começaram os crimes dos nazistas e a perseguição, mas pensamos que também é muito importante pôr em foco os destinos dos que acolheram pessoas que tiveram que fugir", disse Anna Warda, braço-direito do criador do projeto, o artista alemão Gunter Demnig.

Alemanha em 1 minuto: Tropeço na história

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A primeira placa fora da Europa foi instalada em Buenos Aires, diante do colégio Pestalozzi, "em homenagem aos fundadores, pedagogos e famílias de imigrantes" que encontraram ali "liberdade, amparo e o caminho para a vida".

Fundado em 1934, o colégio teve como objetivo inicial ensinar alemães sem a influência do nazismo, mas, com o tempo, se tornou um centro de acolhimento para centenas de crianças em fuga da Alemanha.

As "Stolpersteine" são placas, geralmente de 10 por 10 centímetros (como em Buenos Aires, podem ser maiores), de concreto e cobertas de latão, feitas à mão. Nelas, são gravadas informações sobre cada vítima, normalmente com frases como "aqui viveu", "aqui nasceu" ou "aqui trabalhou".

Quando começou o projeto, em meados dos anos 1990, Demnig tentou colocar as pedras nas paredes de edifícios, mas encontrou dificuldades juntos aos proprietários. Depois, teve a ideia de colocá-las no chão, o que força as pessoas a se curvarem para lê-las, num gesto de respeito.

Ao longo de duas décadas, o projeto das "pedras de tropeço" se tornou o maior memorial descentralizado do mundo, uma "escultura social", que envolve voluntários, estudantes, escolares e familiares de vítimas do Holocausto por todo o mundo.

Elas homenageiam todas as vítimas do regime de Hitler, tanto os assassinados em Auschwitz e outros campos, como também os sobreviventes e os que escaparam, fugindo para territórios palestinos, EUA e outras partes.

A grande maioria homenageia vítimas judias, mas também existem placas para membros das etnias nômades sinti e roma, para dissidentes ou mortos dos programas de eutanásia em massa, assim como para os que os nazistas tachavam de "associais".

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