Rainha Ninorta 1ª toma posse como soberana da região vinícola de Olewig, na cidade de Trier. Em 2012, ela fugiu com a irmã da guerra civil na Síria. Hoje fala alemão com fluência e retormou os estudos de Direito.
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Pela primeira vez, uma refugiada será coroada rainha do vinho de uma região da Alemanha. A cerimônia de troca do cetro e coroa da região produtora de Olewig ocorrerá na noite desta quarta-feira (03/08) em Trier.
A escolhida, Ninorta Bahno, de 26 anos, é uma cristã que há três anos e meio chegou a Trier e, desde então, aprendeu a falar fluentemente alemão. No início de junho, a associação de vinicultores de Olewig anunciou que ela seria a sua próxima rainha do vinho.
A jovem soberana disse que aceitar o cargo, que tem como principal função promover o vinho da região, é uma forma de agradecer pela acolhida que teve na Alemanha. Ela contou que, há quatro anos, quando ainda estudava Direito na Síria, jamais poderia imaginar que um dia viria a ser rainha do vinho na Alemanha.
"Eu queria ser juíza", explicou. Mas a guerra civil tornou a vida cada vez mais perigosa na cidade de Qamishli, perto da fronteira com a Turquia. Assim, Ninorta e sua irmã Fadia, que tem hoje 29 anos, abandonaram a terra natal em 2012.
Na Alemanha, Ninorta retomou os estudos de Direito, mas teve de começar do início, pois as legislações são muitos diferentes das da Síria. Como ela e a irmã aprenderam rapidamente o alemão, começaram a trabalhar como tradutoras para grupos de refugiados. Foi assim que, em 2015, Ninorta chamou a atenção dos organizadores da Festa do Vinho de Olewig, quando ciceroneava um grupo de árabes.
Além de estudar, Ninorta também dá aulas de aramaico (a língua falada por Jesus Cristo) e começará em setembro um estágio na Agência Federal do Trabalho.
A rainha Ninorta 1ª de Olewig não poderá, porém, participar do concurso nacional, que elege a rainha do vinho da Alemanha, em setembro. Para isso, ela terá antes que ser eleita a soberana da região do Mosela, no próximo ano, para só então poder participar da edição nacional.
A Festa do Vinho de Olewig, um distrito da cidade de Trier, começa nesta sexta-feira e prossegue até a segunda-feira da próxima semana.
AS/afp/kna
As rainhas da Alemanha
Os alemães amam as suas monarcas. No país, há mais de cem rainhas, como a da cerveja, a do morango e a do vinho, e a que recebe a coroa de Miss Alemanha.
Foto: Marco Felgenhauer
O império da cerveja
É lógico que, na Alemanha, a cerveja tem uma rainha. De fato, há várias monarcas: a da cevada, do lúpulo, entre outras. E cada uma delas deve cumprir certos requisitos: a rainha da cerveja da Baviera, por exemplo, deve ter mais de 21 anos e tem que representar a cultura bávara em nível internacional. Para isso, recebe um traje típico e um treinamento de como furar barris de cerveja.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Kneffel
A monarca da salsicha
A rainha bávara Christin I impera atualmente no mundo das salsichas brancas, muito típicas da região. Ela venceu suas oponentes não somente por seus dotes para o "Gstanzl" (um canto entoado em dialeto) como também por seus amplos conhecimentos sobre o embutido em questão.
Foto: Marco Felgenhauer
Colinas e pradarias
Na Baviera, há uma profusão de rainhas. É como se cada localidade tivesse uma. Na vila chamada Pfronten, é eleita a rainha das pradarias montanhosas, cuja missão é atrair turistas e representar a comunidade na Semana Verde, uma feira agropecuária anual. O título está atualmente nas mãos da rainha Sinja I.
Foto: Pfronten Tourismus, E. Reiter
Maçãs em Berlim
A maçã é a fruta preferida dos alemães. A cada ano são colhidas mais de 960 mil toneladas no país. Não surpreende então que em vários lugares da Alemanha exista uma rainha da maçã. Uma vez por ano, a chanceler federal, Angela Merkel, convida as monarcas das principais regiões produtoras para irem a Berlim, onde elas distribuem cestas com as frutas no edifício do governo.
Foto: picture-alliance/dpa/M.Kappeler
Sabedoria do vinho
Cada região vinícola alemã coroa uma vez por ano a sua soberana. Além disso, anualmente é eleita uma rainha do vinho em nível nacional. Dela não é esperado somente beleza física, mas também conhecimentos sobre vinhos, como a atual: "Sua Majestade" Josefine Schlumberg estuda enologia e, quando criança, passava boa parte do tempo no vinhedo dos pais.
Foto: picture-alliance/dpa/U. Anspach
Mar de rosas
Muitas regiões também têm uma rainha das rosas. Doreen II (esq.) impera sobre a maior coleção de rosas do mundo: o Europa-Rosarium. Em um terreno de 13 hectares, localizado no estado Saxônia-Anhalt, florescem mais de 8.300 tipos de rosas. A princesa Sophia I apoia a monarca e a acompanha em suas viagens.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Schmidt
Festa popular
Luisa I encoraja as pessoas a subir nos carrosséis e rodas gigantes. A Associação de Feiras de Diversões elege uma rainha desde 1989. Entre as suas tarefas estão a de ir de uma quermesse a outra e, ainda, zelar para que o ambiente esteja sempre animado.
Foto: picture-alliance/P. Schönberger/Geisler
Morango eficaz
A Baixa Saxônia é a principal região de cultivo de morangos na Alemanha. No local são colhidas anualmente 40 mil toneladas. É claro que esse estado conta com uma rainha do morango. Britta I adora a fruta e diz, ainda, que ela tem muitas vitaminas e ajuda a emagrecer.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Prautsch
Décadas de tradição
A festa das flores em Amelinghausen tem duração de nove dias. Há fogos de artifício, um palco flutuante ao ar livre e, ainda, um desfile festivo. O ponto culminante dessa festa popular anual é a eleição da rainha da Heide (uma vegetação típica que cresce também na região setentrional do país). Victoria, na foto que mostra a cerimônia de coroação, é a monarca número 67.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Schulze
A mais bela
Cada ano também é escolhida a Miss Alemanha, a rainha da beleza do país. As vencedoras das eleições de Miss de cada estado participam do concurso nacional. A professora de religião Lena Bröder, de 26 anos, natural do estado da Renânia do Norte-Vestfália, venceu o concurso em 2016.