Jornal francês "Le Monde" afirma que mobilização foi histórica. Espanhol "El País" diz que Dilma está contra a parede. Presidente "ganhou mais um motivo para duvidar de que vai completar seu mandato", escreve "Guardian".
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A imprensa europeia noticiou nesta segunda-feira (14/03) as grandes manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT que aconteceram em centenas de cidades brasileiras no domingo.
O jornal britânico The Guardiandestaca que "mais de 1 milhão de brasileiros protestam contra um governo 'horroroso'". Segundo o diário, Dilma, "que já luta contra um impeachment, a pior recessão em um século e o maior escândalo de corrupção da historia do Brasil, ganhou mais uma razão para duvidar de que ela vai completar seu mandato de quatro anos".
O jornal relatou os cálculos sobre o número de pessoas nas ruas, afirmando que os números são divergentes, "mas indiscutivelmente enormes". E frisou que, em comparação com o ano passado, a extrema direita estava menos em evidência em Copacabana.
O diárioSüddeutsche Zeitung, um dos maiores da Alemanha, destaca que os brasileiros foram às ruas demonstrar seu descontentamento com um "gigantesco escândalo de corrupção" e a recessão econômica.
"Rousseff foi eleita até o fim de 2018. A poucos meses dos Jogos Olímpicos no Rio, que começam em 5 de agosto, o clima no quinto maior país do mundo esquentou, e o governo quase não tem mais capacidade de ação", escreve o jornal.
O também alemão Die Zeit tem como título da sua matéria "Três milhões de brasileiros se manifestam" e ressalta que, "depois de um escândalo de corrupção, apenas 10% dos brasileiros apoiam" a presidente.
"Em todos os lugares, as pessoas expressaram a plenos pulmões sua irritação com um enorme escândalo de corrupção na Petrobras e com a pior recessão no Brasil em décadas", diz o Zeit.
Na Espanha, o diário El Paísafirma que "os protestos mais massivos da democracia colocam Dilma contra a parede" e acrescenta que "três milhões de brasileiros marcham pela saída da presidente do poder e contra a corrupção".
O diário francês Le Monde, por sua vez, diz que Dilma Rousseff enfrentou manifestações de uma amplitude inédita. A corresponde do jornal relata que, "neste domingo, na Avenida Paulista, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil de 2003 a 2010, ícone das classes populares, não valia mais do que pouco mais de 10 reais", numa alusão ao popular boneco pixuleco. Para o diário francês, foi uma mobilização histórica.
Quinta jornada de protestos no Brasil
Manifestantes que pedem a saída da presidente Dilma Rousseff voltaram às ruas do Brasil, naquela que já é a maior jornada desde o início dos protestos.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
São Paulo
O protesto na capital paulista ultrapassou as manifestações que ocorreram no ano passado. O Instituto Datafolha afirma que 500 mil pessoas protestaram na Avenida Paulista. A Polícia Militar aponta que o número chegou a 1,4 milhão.
Foto: Reuters/N. Doce
São Paulo
Manifestantes posam para foto em frente a um pedalinho, em que apareciam duas pessoas fantasiadas como Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia. O equipamento era uma referência à investigação envolvendo Lula e o sítio em Atibaia, onde foram encontrados dois pedalinhos com os nomes dos netos do casal
Foto: DW/M. Estarque
São Paulo
Os protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff em São Paulo costumam ser os que reúnem o maior número de participantes.
Foto: Agência Brasil/R. Rosa
São Paulo
O "pixuleco", o boneco gigante com a imagem de Lula em roupas de presidiário, foi mais uma vez inflado na manifestação em São Paulo.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Moreira
Brasília
Policiais observam manifestantes reunidos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Protesto na capital federal reuniu 100 mil pessoas, segundo a Polícia Militar.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Brasília
Manifestantes fantasiados de presidente Dilma Rousseff e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no protesto que ocorreu na capital federal.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Brasília
Manifestantes em Brasília exibem faixa contra a presidente Dilma Rousseff.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Bizzera
Brasília
Manifestante exibe cartaz contra o PT no protesto em Brasília. Ato deste domingo na capital reuniu o maior número de pessoas desde o início da jornada de protestos.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Brasília
Ato na capital federal foi encerrado no início da tarde
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Belo Horizonte
Manifestantes tomam ruas do centro de Belo Horizonte. Ato na capital mineira reuniu 30 mil, segundo estimativa da PM.
Foto: Getty Images/AFP/D. Magno
Belo Horizonte
Ato na cidade contou com a participação de políticos do PSDB, como o senador mineiro Aécio Neves.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Fonseca
Rio de Janeiro
Manifestantes contrários ao governo se reuniram na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. A PM não divulgou estimativa de público.
Foto: Reuters/R. Moraes
Rio de Janeiro
Organizadores da manifestação carioca disseram que até 1,5 milhão de pessoas compareceu ao protesto.
Foto: Agência Brasil/T. Rêgo
Rio de Janeiro
Protesto em Copacabana foi encerrado no início da tarde.
Foto: Agência Brasil/T. Rêgo
Rio de Janeiro
Carlos Adriano Rodrigues pintava voluntariamente o rosto de manifestantes no Rio.
Foto: DW/R. Malkes
Porto Alegre
Os críticos do governo Dilma Rousseff e do PT se concentraram no Parcão, parque na área nobre da capital gaúcha.
Foto: Agência Brasil/R. Rosa
Porto Alegre
Já os apoiadores da presidente e de Lula se reuniram no parque da Redenção, entre os bairros Cidade Baixa e Bom Fim.
Foto: Agência Brasil/R. Rosa
Frankfurt
Manifestantes também convocaram atos em cidades do exterior, como Londres, Paris e Berlim. Este grupo protestou em Frankfurt, no oeste da Alemanha.