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"A sombra da crise passou", diz Obama

21 de janeiro de 2015

No discurso do Estado da União, presidente dos EUA destaca recuperação econômica e defende medidas que beneficiem a classe média. Líder também pede fim do embargo a Cuba e fechamento de Guantánamo.

Foto: Reuters

Obama pede apoio a republicanos para concretizar metas

02:40

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Em seu mais importante discurso do ano, o do Estado da União, o presidente Barack Obama declarou nesta terça-feira (20/01) que os Estados Unidos "viraram a página" após anos de guerras e dificuldades econômicas.

"Já se passaram 15 anos desde o início do século. Quinze anos que começaram com o terror em nossas costas, que se desdobraram com uma nova geração lutando em duas guerras longas e custosas, que viram uma feroz recessão se espalhar por nosso país e pelo mundo", disse o presidente. "Foram e ainda são tempos difíceis para muitos. Mas hoje viramos a página [...] A sombra da crise passou."

Obama afirmou que os EUA superaram a recessão graças a políticas econômicas e destacou que a economia está crescendo e gerando empregos no ritmo mais acelerado desde 1999.

O discurso também se centrou nas medidas que o líder americano pretende tomar para que a classe média se beneficie da recuperação econômica, melhorando os salários e o acesso à educação e à saúde, por exemplo.

Além de aumentar o salário mínimo em mais estados, Obama defendeu uma elevação dos impostos para setores com alto poder aquisitivo. Os EUA vão melhor quando "todos jogam sob as mesmas regras", e isso começa com os impostos, disse. Obama também pleiteou empréstimos mais vantajosos para estudantes, para que possam frequentar a universidade.

Política externa "inteligente"

Com o Congresso agora controlado pelos Republicanos, o presidente americano pediu que legisladores sejam cautelosos ao tomarem decisões sobre a política externa do país, especialmente com relação ao Irã e ao Oriente Médio.

Ele pediu aos legisladores que levem em conta como o compromisso de sua administração com a diplomacia – "uma liderança americana mais inteligente" – teve um impacto positivo nas relações com o Irã. "Pela primeira vez em uma década, barramos o avanço do programa nuclear iraniano", disse, afirmando que sanções poderiam colocar o acordo nuclear em perigo.

Tendo em vista a votação prevista para autorizar a expansão da empreitada militar contra o "Estado Islâmico" (EI) no Iraque e na Síria, o presidente destacou o sucesso da campanha aérea contra os islamistas, liderada pelos EUA e iniciada em meados do ano passado. "Este esforço levará tempo, mas teremos êxito", afirmou.

Cuba e Guantánamo

Obama defendeu ainda a nova política do país com relação à Cuba e instou o Congresso a acabar com o embargo imposto à ilha há mais de meio século. "Quando o que se faz não funciona durante 50 anos, é hora de tentar algo diferente."

O presidente também pediu que os legisladores pensem sobre outras políticas malsucedidas, como a de continuar usando a prisão de Guantánamo. "Não faz sentido gastar 3 milhões de dólares por prisioneiro para manter aberta uma prisão que o mundo condena e que terroristas usam para recrutar." Obama defende que a prisão seja fechada antes do final do seu segundo mandato.

LPF/afp/rtr/dpa/ap

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