No discurso do Estado da União, presidente dos EUA destaca recuperação econômica e defende medidas que beneficiem a classe média. Líder também pede fim do embargo a Cuba e fechamento de Guantánamo.
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Obama pede apoio a republicanos para concretizar metas
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Em seu mais importante discurso do ano, o do Estado da União, o presidente Barack Obama declarou nesta terça-feira (20/01) que os Estados Unidos "viraram a página" após anos de guerras e dificuldades econômicas.
"Já se passaram 15 anos desde o início do século. Quinze anos que começaram com o terror em nossas costas, que se desdobraram com uma nova geração lutando em duas guerras longas e custosas, que viram uma feroz recessão se espalhar por nosso país e pelo mundo", disse o presidente. "Foram e ainda são tempos difíceis para muitos. Mas hoje viramos a página [...] A sombra da crise passou."
Obama afirmou que os EUA superaram a recessão graças a políticas econômicas e destacou que a economia está crescendo e gerando empregos no ritmo mais acelerado desde 1999.
O discurso também se centrou nas medidas que o líder americano pretende tomar para que a classe média se beneficie da recuperação econômica, melhorando os salários e o acesso à educação e à saúde, por exemplo.
Além de aumentar o salário mínimo em mais estados, Obama defendeu uma elevação dos impostos para setores com alto poder aquisitivo. Os EUA vão melhor quando "todos jogam sob as mesmas regras", e isso começa com os impostos, disse. Obama também pleiteou empréstimos mais vantajosos para estudantes, para que possam frequentar a universidade.
Política externa "inteligente"
Com o Congresso agora controlado pelos Republicanos, o presidente americano pediu que legisladores sejam cautelosos ao tomarem decisões sobre a política externa do país, especialmente com relação ao Irã e ao Oriente Médio.
Ele pediu aos legisladores que levem em conta como o compromisso de sua administração com a diplomacia – "uma liderança americana mais inteligente" – teve um impacto positivo nas relações com o Irã. "Pela primeira vez em uma década, barramos o avanço do programa nuclear iraniano", disse, afirmando que sanções poderiam colocar o acordo nuclear em perigo.
Tendo em vista a votação prevista para autorizar a expansão da empreitada militar contra o "Estado Islâmico" (EI) no Iraque e na Síria, o presidente destacou o sucesso da campanha aérea contra os islamistas, liderada pelos EUA e iniciada em meados do ano passado. "Este esforço levará tempo, mas teremos êxito", afirmou.
Cuba e Guantánamo
Obama defendeu ainda a nova política do país com relação à Cuba e instou o Congresso a acabar com o embargo imposto à ilha há mais de meio século. "Quando o que se faz não funciona durante 50 anos, é hora de tentar algo diferente."
O presidente também pediu que os legisladores pensem sobre outras políticas malsucedidas, como a de continuar usando a prisão de Guantánamo. "Não faz sentido gastar 3 milhões de dólares por prisioneiro para manter aberta uma prisão que o mundo condena e que terroristas usam para recrutar." Obama defende que a prisão seja fechada antes do final do seu segundo mandato.
LPF/afp/rtr/dpa/ap
A semana em imagens (de 19 a 25 de janeiro)
Veja os acontecimentos que marcaram o noticiário internacional.
Foto: Reuters/M. Brindicci
Vitória da oposição na Grécia
A vitória da aliança esquerdista Syriza nas eleições parlamentares da Grécia, realizadas neste domingo, é confirmada logo nos primeiros levantamentos após a votação. Entre as principais bandeiras do partido está a suspensão do programa de austeridade imposto em troca de ajuda financeira internacional ao país em crise. (25.01.2015)
Foto: Reuters/Y.Behrakis
Abraço de Obama e Modi
Presidente americano, Barack Obama, e primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, mostram sintonia em um simbólico abraço assim que o chefe de governo dos EUA desembarca em Nova Déli. Mais tarde, eles anunciariam acordo de cooperação nuclear e nas áreas de comércio e defesa. (25.01.2015)
Foto: picture-alliance/AP Photo
Alemanha coberta de neve
Uma frente fria cobriu de branco boa parte da Alemanha neste sábado. Por volta de meio-dia, cidades como Schleswig, no norte, Emden, na Baixa Saxônia, e Düsseldorf, na Renânia do Norte-Vestfália, já tinham acumulado 7 centímetros de neve. Até o fim da noite, preveem institutos de meteorologia, a neve deve chegar ao Lago Constança – extremo sul do país. (24.01.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/Marcel Kusch
Morre rei saudita
O rei Abdullah da Arábia Saudita morreu vítima de uma pneumonia. O sucessor é o seu meio-irmão e príncipe herdeiro, Salman, que já exercia algumas funções do rei, internado em dezembro. Abdullah, que tinha mais de 90 anos, governou a Arábia Saudita desde 2005, mas era o governante de facto desde 1995, depois de seu antecessor, o rei Fahd (também um meio-irmão), ter sofrido um derrame. (23.01.2015)
Foto: Reuters/D. Martinez
BCE tenta aquecer zona do euro
Banco destina 60 bilhões de euros por mês para a compra de títulos públicos, na esperança de afastar a deflação da área de moeda única europeia. Programa deve ter início em março e durar pelo menos até setembro de 2016. Na foto, o presidente do BCE, Mario Draghi. (22.01.2015)
Foto: REUTERS/Kai Pfaffenbach
Pequeno orangotango encanta a Alemanha
Um filhote nascido no zoológico de Berlim no início da semana foi batizado de Rieke. O nome foi escolhido entre 600 propostas enviadas por leitores de dois jornais. O orangotango, que foi rejeitado pela mãe e está aos cuidados de funcionários do zoológico, mede 38 centímetros e pesa 1,8 quilo. (22.01.2015)
Foto: Zoo Berlin/dpa
Ataque a ponto de ônibus na Ucrânia
Poucas horas depois do encontro em Berlim para negociar um cessar-fogo na Ucrânia, um ataque próximo a um ponto de ônibus na cidade de Donetsk deixou pelo menos sete civis mortos e nove feridos, segundo as autoridades locais. (22.01.2015)
Foto: Reuters/Reuters TV
Líder do Pegida renuncia
Depois de a imprensa alemã divulgar uma foto em que ele aparece imitando Hitler, o líder do Pegida, Lutz Bachmann, renunciou ao posto. A foto, e denúncias de que Bachmann teria publicado ofensas a refugiados em sua página no Facebook, levaram promotores a abrir um inquérito contra ele por incitação ao ódio. (21.01.2015)
Foto: picture-alliance/dpa/M. Brandt
Obama em tom desafiador
Falando diante de um Congresso dominado pelos republicanos, presidente dos EUA, Barack Obama, destacou recuperação econômica e defendeu medidas que beneficiem a classe média, em detrimento das camadas mais ricas. Obama também pediu o fim do embargo econômico a Cuba. (21.01.2015)
Foto: Reuters
Nacionalidade francesa para Bathily
O muçulmano Lassana Bathily, que ajudou a salvar a vida de várias pessoas no atentado a um mercado judaico de Paris, em 9 de janeiro, recebeu a nacionalidade francesa das mãos do primeiro-ministro Manuel Valls e do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve. "Estou muito feliz por ter a dupla nacionalidade", disse Bathily, que teve um pedido recusado em 2011. (20.01.2015)
Foto: picture alliance/AP Photo
Dilma veta correção na tabela do IR
A presidente Dilma Rousseff não aprovou a correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda para pessoas físicas, argumentando que "levaria à renúncia fiscal na ordem de 7 bilhões de reais". (20.01.2015)
Foto: Reuters/P. Whitaker
China registra pior crescimento desde 1990
A segunda maior economia do mundo cresceu 7,4% em 2014, menos do que a meta estabelecida pelo governo e do que no ano anterior. Economistas e FMI preveem nova desaceleração em 2015. (20.01.2015)
Foto: AFP/Getty Images/J. Eisele
Protesto contra "Charlie Hebdo" na Chechênia
Patrocinada pelo governo, manifestação contra a publicação de caricaturas de Maomé pelo jornal satírico francês reúne 800 mil pessoas na capital Grózni. (19.01.2015)
Foto: Reuters/E. Korniyenko
Guiné reabre escolas
Com a diminuição de casos de ebola, governo retoma aulas depois de dez meses e adota diretrizes para proteger estudantes. No fim de semana, vizinho Mali foi declarado livre da doença. (19.01.2015)
Foto: AFP/Getty Images/C. Binani
Desigualdade social
Segundo relatório da Oxfam, a riqueza acumulada de 1% da população mundial vai superar a dos outros 99% em 2016. Hoje, para cerca de 80% da população já restam apenas 6% da fortuna global, e 1 bilhão de pessoas vive com 3 reais por dia. (19.01.2015)
Procurador que denunciou Cristina Kirchner é encontrado morto
Alberto Nisman havia acusado, na semana passada, a presidente argentina de favorecer suspeitos iranianos de ataque a centro judaico com o objetivo de se aproximar de Teerã. Causa da morte ainda é desconhecida. (19.01.2015)