Carreira política de Eduardo Cunha deslanchou com participação na campanha de Collor. Após décadas de polêmicas e escândalos, e apesar das manobras que fizeram dele um dos políticos mais influentes do país, Cunha caiu.
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Cunha é cassado e fica inelegível até 2027
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Articulador original do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) perdeu seu mandato de deputado doze dias após o julgamento que resultou no afastamento da petista. Apelidado de "rei do centrão" pela imprensa ou "meu malvado favorito" por políticos que o viam como um personagem útil para derrubar Dilma, Cunha deixa a Câmara após 14 anos marcados por controvérsias e acusações.
Considerado anteriormente um sobrevivente político, que sempre manteve a trajetória ascendente, mesmo com um currículo repleto de acusações de irregularidades, Cunha viu sua influência erodir desde que foi afastado da Presidência da Câmara, em julho, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
No tribunal, Cunha é réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sob acusação de integrar o esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. Para muitos, sua saída da Câmara era uma questão de tempo.
Apontado como artífice de derrotas sofridas pelo governo petista na Câmara ao longo de 2015, Cunha passou a engrossar sua munição verbal contra o governo desde que teve seu nome envolvido na Lava Jato. Consequentemente, rompeu com Dilma, tornando-se um dos maiores inimigos políticos da ex-presidente e iniciando o processo de impeachment que resultou na queda da petista.
A ex-presidente e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, chegaram a tentar negociar com o deputado. Mas, em dezembro de 2015, deputados do PT cortaram a possibilidade de qualquer arranjo ao endossarem um pedido de cassação do deputado por suspeita de ocultar contas secretas na Suíça. No mesmo dia, Cunha decidiu dar prosseguimento a um dos pedidos de impeachment de Dilma.
Publicamente odiado pelo antigo governo petista, tolerado por meses pela oposição como uma figura útil no processo de impeachment e mais recentemente um constrangimento crescente para o governo de Michel Temer, Cunha, em alguns momentos, pareceu ser um dos poucos consensos num país polarizado: faixas contra ele eram vistas em protestos pró e contra o governo.
Ascenção à Câmara dos Deputados
Cunha ganhou projeção nacional no início de 2015, quando assumiu a presidência da Câmara ao derrotar a máquina do Planalto que favorecia o petista Arlindo Chinaglia. Mesmo sendo um político influente nos bastidores, já em seu quarto mandato costumava ser lembrado pelo público apenas como um "atravancador" de pautas progressistas no Congresso e por suas posições conservadoras sobre o aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo.
Bastaram poucos dias na presidência para que Cunha se convertesse na mais nova bête noire do governo Dilma. Apelidado de "rei do blocão", Cunha deveu sua eleição aos deputados da base que estavam insatisfeitos com a presidente e a uma combinação de distribuição de favores e de astúcia política relacionada ao funcionamento do regimento da Câmara. Na presidência, ele forçou a demissão do ex-ministro da Educação Cid Gomes, sabotou votações de interesse do Planalto e chegou a promover uma espécie de minirreforma política.
A fúria do deputado contra o governo aumentava à medida em que o peemedebista se via mais e mais enrolado nas investigações da Lava Jato – o lobista Julio Camargo afirmou que Cunha cobrou propina de 5 milhões de dólares em um negócio da Petrobras que envolvia o aluguel de sondas marítimas.
Início: PC, Collor e Silvio Santos
Formado em economia, Cunha, de 57 anos, teve seu primeiro grande empurrão na política antes da eleição presidencial de 1989, quando se envolveu na candidatura de Fernando Collor. Ele chefiou o comitê financeiro da campanha no Rio e tratou com o tesoureiro Paulo César Farias, o PC. Durante a campanha, recebeu o crédito pela descoberta de uma falha no registro da candidatura de Silvio Santos, que acabou inviabilizando a campanha do apresentador e facilitou a eleição de Collor.
A recompensa pelo serviço veio logo depois. Indicado por PC, Cunha recebeu a presidência da Telerj, a antiga operadora de telefonia do Rio de Janeiro. No cargo, foi acusado de direcionamento e superfaturamento em licitações e contratação de servidores sem concurso. Em 1993, após o impeachment de Collor, foi exonerado e acusado de participação no "Esquema PC".
Aproximação com evangélicos
Nos anos seguintes, Cunha trataria de reconstruir sua influência. Em um caso curioso de metamorfose, deixou os políticos tradicionais de lado e se aproximou de pastores neopentecostais, que, a partir da metade dos anos 1990, começaram a ter projeção nacional.
Nesta fase, Cunha virou um protegido do ex-deputado Francisco Silva, ligado ao eleitorado evangélico fluminense e dono da rádio Melodia FM. Acostumado com os bastidores, Cunha só tentou seu primeiro mandato em 1998, quando se candidatou a deputado estadual. Acabou ficando na suplência com 15 mil votos. Foi sua primeira e última derrota eleitoral.
Entenda a Operação Lava Jato
A Polícia Federal apura, desde 2014, um esquema bilionário de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras e políticos. Entenda a maior investigação sobre corrupção já conduzida no país.
Foto: AFP/Getty Images
O início
A Operação Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal em 17 de março de 2014. Começou investigando um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro e descobriu a existência de uma imensa rede de corrupção envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do país e políticos. O nome vem de um posto de gasolina em Brasília, um dos alvos da PF no primeiro dia de operação.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Brandt
O esquema
Executivos da Petrobras cobravam propina de empreiteiras para, em troca, facilitar as negociações dessas empresas com a estatal. Os contratos eram superfaturados, o que permitia o desvio de verbas dos cofres públicos a lobistas e doleiros, os chamados operadores do esquema. Eles, por sua vez, eram encarregados de lavar o dinheiro e repassá-lo a uma série de políticos e funcionários públicos.
Foto: Reuters/S. Moraes
As figuras-chave
O esquema na Petrobras se concentrava em três diretorias: de abastecimento, então comandada por Paulo Roberto Costa; de serviços, sob direção de Renato Duque; e internacional, cujo diretor era Nestor Cerveró. Cada área tinha seus operadores para distribuir o dinheiro. Um deles era o doleiro Alberto Youssef (foto), que se tornou uma das figuras centrais da trama. Todos os citados foram condenados.
Foto: imago/Fotoarena
As empreiteiras
As grandes construtoras do país formaram uma espécie de cartel: decidiam entre si quem participaria de determinadas licitações da Petrobras e combinavam os preços das obras. Os executivos da estatal, por sua vez, garantiam que apenas o cartel fosse convidado para as licitações. Entre as empresas investigadas estão Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. Vários executivos foram condenados.
Foto: Reuters/P. Whitaker
Os políticos
O núcleo político era formado por parlamentares de diferentes partidos, responsáveis pela indicação dos diretores da Petrobras que sustentavam a rede de corrupção dentro da estatal. Os políticos envolvidos recebiam propina em porcentagens que variavam de 1% a 5% do valor dos contratos, segundo os investigadores. O dinheiro foi usado, por exemplo, para financiar campanhas eleitorais.
Foto: J. Sorges
De Cunha a Dirceu...
A investigação só entrou no mundo político em 2015, quando a Lava Jato foi autorizada a apurar mais de 50 nomes, entre deputados, senadores e governadores de vários partidos. Desde então, viraram alvo de investigação políticos como os ex-parlamentares Eduardo Cunha (foto) e Delcídio do Amaral, ambos cassados, os senadores Renan Calheiros, Fernando Collor e o ex-ministro José Dirceu.
Foto: Reuters/A. Machado
... e Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu em dez processos relacionados à Lava Jato, sendo acusado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. As denúncias indicam que Lula teria recebido benefícios das empreiteiras OAS e Odebrecht, envolvendo imóveis no Guarujá e São Bernardo do Campo. Em 2018, ele foi preso e teve uma nova candidatura à Presidência barrada.
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As prisões
A Lava Jato quebrou tabus no Brasil ao encarcerar altos executivos de empresas e importantes figuras políticas. Entre investigados e aqueles já condenados pela Justiça, estão o executivo Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht; Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara; Sérgio Cabral, ex-governador do Rio; os ex-ministros José Dirceu (foto) e Antonio Palocci, entre outros.
Foto: picture-alliance/dpa/EPA/H. Alves
As delações
Os acordos de delação premiada são considerados a força-motriz da operação. Depoimentos como o de Marcelo Odebrecht (foto) chegam com potencial para impactar fortemente a investigação. O acordo funciona assim: de um lado, os delatores se comprometem a fornecer provas e contar o que sabem sobre os crimes, além de devolver os bens adquiridos ilegalmente; de outro, a Justiça reduz suas penas.
Foto: Getty Images/AFP/H. Andrey
O juiz
Responsável pela Lava Jato na 1° instância, o ex-juiz federal Sergio Moro logo ganhou notoriedade. Em manifestações, foi ovacionado pelo povo e chegou a ser chamado de "herói nacional". Mas também foi acusado de agir com parcialidade política. Em 2018, deixou o cargo e aceitou ser ministro do presidente Jair Bolsonaro, cuja candidatura foi beneficiada pela prisão de Lula no ano anterior.
Foto: Getty Images/AFP/E. Sa
Expansão internacional
Se começou num posto de gasolina em Brasília, a Lava Jato ganhou proporções internacionais com o aprofundamento das investigações. Segundo dados do Ministério Público Federal levantados a pedido da DW Brasil, a investigação já conta com a cooperação de pelo menos outros 40 países (veja no gráfico acima). Além disso, 14 países, fora o Brasil, investigam práticas ilegais promovidas pela Odebrecht.
Um terremoto político
Ao longo de cinco anos, a Lava Jato influenciou o impeachment de Dilma Rousseff, enfraqueceu o governo Michel Temer e contribuiu para a derrocada de velhos caciques do PT, MDB e PSDB. Em 2018, Lula, então favorito para vencer as eleições presidenciais, foi preso e teve a candidatura barrada. As investigações também fortaleceram um discurso antissistema que beneficiou a campanha de Bolsonaro.
Foto: picture-alliance/dpa/ZUMAPRESS/C.Faga
Críticas e revelações
A Lava Jato também acumulou acusações de parcialidade e de abusos em seus métodos. Em 2019, os procuradores da força-tarefa foram duramente criticados por tentarem criar uma fundação para gerenciar uma multa bilionária da Petrobras. No mesmo ano, conversas reveladas pelo site "The Intercept" apontaram suspeita de conluio entre Moro e os procuradores na condução dos processos, o que é proibido.
Foto: Agência Brasil/F. Frazão
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No ano seguinte, o então governador do Rio, Anthony Garotinho, também ligado aos evangélicos, nomeou Silva para a Secretaria da Habitação do Rio. Este, por sua vez, nomeou Cunha subsecretário e posteriormente para a presidência da Cehab (Companhia Estadual de Habitação). Na mesma época, Cunha, aos 41 anos, se converteu ao protestantismo.
Já na presidência da Cehab, Cunha durou cerca de seis meses no cargo. Deixou o posto quando se viu envolvido em um novo escândalo, mais uma vez de direcionamento de licitações. Nesse momento, viu-se isolado politicamente.
Cunha conseguiu dar a volta por cima em 2001, ao deixar a suplência e assumir um mandato na Assembleia Legislativa do Rio, que lhe permitiu usufruir do foro privilegiado. Na mesma época, entrou na mira da Receita Federal, que detectou movimentações financeiras incompatíveis com sua renda.
Séquito fiel
Em 2002, com o apoio pesado de rádios evangélicas, foi eleito deputado federal com 101.495 votos. Pouco depois, se filiou ao PMDB, do qual viraria líder na Câmara em 2013.
Ao contrário de outros políticos, Cunha não costumava ser visto em inaugurações de obras. Sempre preferiu circular em templos evangélicos dos subúrbios do Rio de Janeiro, sua cidade natal, e da Baixada Fluminense. Ainda assim, sempre contou com trânsito fácil no meio empresarial.
No auge do seu poder, o deputado manteve um séquito fiel de pelo menos algumas dezenas de deputados. Políticos ouvidos pela imprensa brasileira afirmam que Cunha serviu de ponte entre eles e empresas que costumam fazer doações generosas. Em 2014, foi reeleito com 232.708 votos. Sua campanha custou 6,8 milhões de reais e contou com doações dos bancos Bradesco, Safra e Santander e de empresas como a Ambev e a Coca-Cola.
Conhecedor dos meandros do regimento interno da Câmara, Cunha se mostrou um mestre em usá-los a seu favor. Em 2007, conseguiu segurar a votação da Medida Provisória que prorrogava a CPMF até forçar a indicação de um dos seus aliados para um cargo em Furnas. Como legislador, apresentou projetos duvidosos, como o a instituição de um "dia do orgulho heterossexual" e a criminalização da "heterofobia". Certa vez, escreveu em sua conta no Twitter que os evangélicos estão "sob ataque dos gays, abortistas e maconheiros".
Também atravancou a MP dos Portos, tentou alterar o Marco Civil da Internet e atuou como relator da MP que mudou a tributação sobre os lucros das multinacionais brasileiras no exterior. Em todas as ocasiões, foi acusado por adversários de agir como lobista de empresas com quem mantém uma relação de proximidade e que tinham interesses em cada uma das votações.
O mês de setembro em imagens
Alguns dos principais acontecimentos do mês.
Foto: Museo de Arte Latinoamaericano de Buenos Aires - Malba
Despedida de Shimon Peres
O ex-presidente de Israel e Nobel da Paz Shimon Peres foi sepultado em Jerusalém, em cerimônia que contou com a presença de dezenas de chefes de Estado e de governo, como o presidente americano, Barack Obama, e o líder palestino Mahmoud Abbas. Além deles, estavam presentes os presidentes da Alemanha, Joachim Gauck, da França, François Hollande e o príncipe Charles, do Reino Unido. (30/09)
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Schalit
Colisão de trem nos EUA
A colisão de um trem contra a infraestrutura de uma estação da cidade de Hoboken, no estado americano de Nova Jersey, deixou ao menos um morto e 108 feridos, vários deles em estado grave. O trem da companhia New Jersey Transit viajava de Nova York para Nova Jersey e aparentemente não parou em sua chegada à estação. (29/09)
Foto: Getty Images
Morre Shimon Peres
O ex-presidente e ex-primeiro-ministro Shimon Peres, figura crucial da história de Israel, morreu aos 93 anos de idade. Ele estava internado há duas semanas, desde que sofreu um derrame. Peres foi um dos fundadores do Estado de Israel, em 1948, e dedicou sua vida à política. Em 1994, recebeu o Nobel da Paz por seus esforços para a resolução do conflito com os palestinos. (28/09)
Foto: picture-alliance/CPA Media Co. Ltd
Poluição que mata
Um estudo da Organização Mundial da Saúde revelou que 92% da população mundial vive em áreas onde a qualidade do ar excede os limites estabelecidos pela entidade. Segundo a OMS, uma em cada nove mortes no mundo está relacionada ao ar excessivamente poluído em ambientes fechados ou abertos – o que contribui para derrames, problemas cardiovasculares e câncer de pulmão, entre outras doenças. (27/09)
Foto: Reuters
Paz na Colômbia
O governo colombiano e as Farc assinaram o histórico acordo de paz que promete pôr fim aos 52 anos de conflito armado no país. O ato solene em Cartagena contou com a participação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; do secretário de Estado americano, John Kerry; e do líder cubano Raúl Castro. Número um das Farc pediu perdão por sofrimento causado. (26/09)
Foto: Getty Images/AFP/L. Acosta
China inaugura maior radiotelescópio
Localizado na província de Guizhou, o FAST (Aperture Spherical Radio Telescope) custou 1,2 bilhões de yuan, levou cinco anos para ser construído e deve ajudar na busca por vida extraterrestre. Com seus 500 metros de diâmetro, ele supera o telescópio do Observatório Arecibo, em Porto Rico, que era o maior do mundo até agora. (25/09)
Foto: picture-alliance/AP Photo/L. Xu
Aleppo sem água
Após bombardeios intensos do regime Assad, quase dois milhões de pessoas ficaram sem água potável em na cidade síria de Aleppo. Uma estação de bombeamento foi danificada pelas forças do governo, e outra foi fechada pelos rebeldes em retaliação. Segundoo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ao menos 180 pessoas morreram desde o fim do último cessar-fogo. (24/09)
Foto: Reuters/A. Ismail
Justiça reabre processo contra Neymar
A Audiência Nacional da Espanha revogou a decisão que arquivou o processo contra Neymar por suspeita de fraude e corrupção na transferência do atacante do Santos para o Barcelona. Além de Neymar, foi ordenada a reabertura dos processos contra o pai do atacante, Neymar da Silva Santos, o ex-presidente do Barcelona Sandro Rossel e contra os clubes Santos e Barcelona. (23/09)
Foto: picture-alliance/dpa/A. Garcia
Yahoo confirma megavazamento de dados
A empresa americana Yahoo confirmou que ao menos 500 milhões de usuários foram alvos de um ataque de hackers em 2014. Entre os dados roubados, estão nomes de usuário, endereços de e-mails, números de telefone, datas de nascimento e senhas em formato hash, mecanismo que as esconde, além de questões para verificação de segurança. (22/09)
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Jose Sanchez
Zuckerberg doará bilhões para pesquisa
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, e a sua esposa, Priscilla Chan, prometeram doar 3 bilhões de dólares durante a próxima década para a prevenção e cura de doenças e garantir um futuro mais seguro para a filha. Os planos incluem a criação de um centro de pesquisas em biociências e o desenvolvimento de um chip para diagnosticar doenças. (21/09)
Foto: picture-alliance/dpa/Facebook/Courtesy Of Mark Zuckerberg
Lula será julgado por Moro
A Justiça Federal do Paraná aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex no Guarujá. Lula é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção passiva e será julgado pelo juiz Sergio Moro. A Justiça aceitou ainda as denúncias apresentadas contra a esposa do ex-presidente, Marisa Letícia, e mais seis pessoas. (20/09)
As portas da mesquita de Sidi Yahia na cidade histórica de Timbuctu, no norte do Mali, foram restauradas e uma cerimônia marcou sua devolução ao local original. A Porta Secreta foi destruída em 2012 por extremistas da organização Ansar Dine, ligada à Al Qaeda. A cidade, datada do século 15 e conhecida como "Pérola do Deserto", é patrimônio cultural da humanidade desde 1988. (19/09)
Foto: picture-alliance/dpa/HANDOUT/E. Schneider
Novo revés para partido de Merkel
A União Democrata Cristã (CDU), partido da chanceler federal Angela Merkel, obteve o seu pior resultado numa eleição em Berlim, com apenas 17,6% dos votos, e deve ficar de fora do governo da cidade-Estado. Os social-democratas foram os mais votados, com 21,6%. A AfD entrou em mais um parlamento regional, obtendo 14,1% dos votos, e os seus filiados festejaram. (18/09)
Foto: Reuters/F. Bensch
Ataque com bomba em Nova York
Uma bomba explodiu na rua 23, entre a Sexta Avenida e a Sétima Avenida, deixando 29 pessoas feridas em Nova York, no início da noite. Poucas horas depois, uma bomba caseira foi encontrada nas proximidades. Autoridades falaram em terrorismo, mas descartaram relação com organizações internacionais. Todos os feridos tiveram alta. (17/09)
Foto: Reuters/R. Umar Abbasi
Líderes europeus se reúnem em Bratislava
Líderes da União Europeia se reuniram em Bratislava para definir um roteiro de estratégias para o futuro do bloco após o Brexit, a chamada Agenda de Bratislava. O encontro entre 27 países, sem o Reino Unido, foi o primeiro desde o referendo que decidiu pela saída britânica da UE. A chanceler alemã, Angela Merkel, revelou que o plano de reformas será apresentado na Itália em março de 2017. (16/09)
Foto: Getty Images/AFP/J. Klamar
Morre ator Domingos Montagner
O ator brasileiro Domingos Montagner, de 54 anos, morreu afogado após um mergulho nas águas do rio São Francisco, na divisa entre Sergipe e Alagoas. Ele estava acompanhado da atriz Camila Pitanga, durante um intervalo das gravações da novela "Velho Chico", da TV Globo, da qual era protagonista. Seu corpo foi encontrado por mergulhadores do Corpo de Bombeiros horas após ter desaparecido. (15/09)
Foto: Imago/Fotoarena/F. Guinalz
Steinmeier visita leste da Ucrânia
O ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e seu homólogo francês, Jean-Marc Ayrault, visitaram a zona de conflito no leste da Ucrânia pela primeira vez desde o início da crise, no primeiro dia de vigência de um novo cessar-fogo na região. Os políticos se reuniram em Kramatorsk, controlada por tropas governamentais, com o ministro do Exterior ucraniano, Pavel Klimkin. (15/09)
Foto: picture-alliance/dpa/R. Jensen
Lula é denunciado pelo MPF
O ex-presidente Lula foi denunciado pelo Ministério Público Federal sob os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato. Também são alvos da ação a mulher dele, Marisa Letícia, e mais seis pessoas. Os procuradores acusaram Lula de ser o "comandante máximo" do esquema de desvios na Petrobras. Ele teria recebido 3,7 milhões de reais em vantagens indevidas da OAS. (14/09)
Foto: Reuters/P. Whitaker
Alemanha prende suspeitos de ligação com EI
A policia alemã prendeu três sírios suspeitos de envolvimento com o "Estado Islâmico" (EI). De acordo com o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, as investigações indicam que os três teriam ligação com os atentados perpetrados em Paris em 2015. Eles teriam chegado na Alemanha em novembro, com o objetivo de "cumprir ordens previamente determinadas ou aguardar instruções" do EI. (13/09)
Foto: picture-alliance/dpa/F. Rumpenhorst
Eduardo Cunha é cassado
Após 11 meses de manobras e atrasos, a Câmara dos Deputados condenou o ex-presidente da Casa Eduardo Cunha por quebra de decoro parlamentar, levando à cassação do mandato do peemedebista e à perda de seus direitos políticos por oito anos. Ao todo, foram 450 votos a favor da perda do mandato, 10 votos contra e nove abstenções. Eram necessários 257 votos para a cassação. (12/09)
Foto: Getty Images/I. Estrela
Cessar-fogo entra em vigor na Síria
Entrou em vigor o acordo de cessar-fogo na Síria, intermediado pela Rússia e pelos Estados Unidos. A trégua, prevista para durar sete dias, é a segunda acordada neste ano entre as duas potências e tenta pôr fim aos cinco anos de guerra civil no país do Oriente Médio. Ela começa em meio a um amplo ceticismo sobre o seu sucesso, já que a tentativa anterior fracassou. (12/09)
Foto: picture-alliance/AA/M. Eyad
O 11 de Setembro, 15 anos depois
Autoridades e parentes das vítimas do maior atentado terrorista em solo americano se reuniram em vários locais dos Estados Unidos para lembrar os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, que mataram quase 3 mil pessoas, sobretudo em Nova York. O presidente Barack Obama pediu a seus cidadãos que permaneçam unidos e protejam a diversidade. (11/09)
Foto: picture-alliance/dpa/J. Taggart
Mais de 1 milhão de peregrinos em Meca
Cerca de 1,3 milhão de muçulmanos chegam à cidade sagrada, vindos de ao menos 160 países. A segurança foi reforçada após a tragédia de 2015, quando mais de 2 mil foram sufocados ou pisoteados até a morte durante um ritual em Mina, no subúrbio da cidade. Tensões entre Riad e Teerã resultaram na exclusão dos iranianos da peregrinação deste ano. (10/09)
Foto: picture-alliance/AA/O. Akkanat
Nasa lança sonda OSIRIS-REx
Foi lançada a partir do centro aeroespacial em Cabo Canaveral, na Flórida, a primeira sonda americana enviada para recolher pó de um asteroide. Segundo a Nasa, a missão de sete anos pretende ajuda a desvendar as origens do sistema solar. OSIRIS-REx coletará amostras da superfície rochosa do asteroide Bennu, por volta de 2020, e retornará à Terra em 2023. (09/09)
Foto: picture alliance/ZUMA Press/C. Meaney
Primeiro ouro do Brasil nas Paralimpíadas
Ricardo Costa conquistou a primeira medalha de ouro do país nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. O sul-mato-grossense alcançou a marca de 6 metros e 52 centímetros no salto em distância na categoria T11, destinada a atletas totalmente cegos. Ele é irmão de Silvânia Costa, atual campeã mundial, também na T11 do salto em distância. Ambos perderam a visão devido à Doença de Stargardt. (08/09)
Foto: Reuters/J. Cairnduff
Começam as Paralimpíadas
Com cerca de quatro horas de duração, a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro reuniu atletas, autoridades e grandes nomes da música brasileira no Maracanã. O nadador brasileiro Phelipe Rodrigues fez o juramento em nome de todos os esportistas. Já Clodoaldo Silva, também da natação e dono de 13 medalhas paralímpicas, foi quem acendeu a pira. (07/09)
Foto: Reuters/R. Moraes
Dilma deixa Palácio da Alvorada
A ex-presidente Dilma Rousseff foi recebida por militantes na Base Aérea de Canoas, em Porto Alegre, com rosas, depois de deixar definitivamente o Palácio da Alvorada, em Brasília. Dilma deve descansar por alguns dias na capital gaúcha antes de iniciar uma agenda de viagens pelo país para acompanhar atos contra o governo de Michel Temer. (06/09)
Foto: picture-alliance/dpa/G. Granata
Autoridades turcas confiscam material da DW
Após a gravação de uma entrevista televisiva com o ministro turco da Juventude e do Esporte, Akif Cagatay Kilic, autoridades turcas confiscaram as imagens da DW. A entrevista incluiu perguntas sobre o golpe de Estado de julho, as detenções em massa, a liberdade de imprensa e a posição da mulher na sociedade turca. O governo turco alega que "as perguntas feitas não foram as planejadas". (06/09)
Foto: DW/M. Martin
Série de atentados mata dezenas na Síria
Uma série de explosões reivindicada pelo grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) matou dezenas de pessoas na Síria. As explosões ocorreram em regiões sob controle do governo sírio e de curdos, resultando na morte de ao menos 48 pessoas, além de dezenas de feridos. Os ataques ocorreram um dia após o EI ter perdido o controle do último trecho da fronteira síria com a Turquia. (05/09)
Foto: Reuters/SANA
Vaticano canoniza Madre Teresa de Calcutá
Papa declara a freira como santa em missa que reuniu 100 mil fiéis. Canonização é atribuída pela "cura extraordinária" de um engenheiro brasileiro com tumores no cérebro. Seu trabalho também foi motivo de crítica. (04/09)
Foto: Getty Images/AFP/M. Munir
Temer diz ter caminho para sair da crise
Em reunião do grupo dos Brics à margem do G20, presidente tenta vender país estável, que está deixando crise política para trás. Ele diz que caminho do crescimento está sendo reconstruído e defende agenda de reformas estruturais. (04/09)
Foto: Reuters/W. Zhao
Turquia amplia presença militar na Síria
Tanques turcos voltam a cruzar fronteira, desta vez a nordeste de Aleppo, para combater o "Estado Islâmico" e conter o avanço de milícias curdas, que vinham ganhando território em meio à guerra civil. (03/09)
Foto: Getty Images/AFP/B. Kilic
Morre presidente do Uzbequistão
O governo do Uzbequistão confirmou a morte do presidente do país, Islam Karimov, aos 78 anos. "Em 2 de setembro, depois de uma grave doença, morreu o líder político proeminente, o presidente do Uzbequistão, Islam Karimov", diz a nota. Karimov assumiu o comando do país da antiga União Soviética há quase três décadas e era alvo de críticas do Ocidente por sua liderança autoritária. (02/09)
Foto: Reuters/G. Dukor
Temer visita China
O presidente recém-empossado, Michel Temer, chegou à China para participar de um encontro com empresários em Xangai e tomar parte na reunião dos países do G20, seu primeiro compromisso internacional como presidente do Brasil. Lá, ele declarou que a decisão do Senado de permitir que Dilma Rousseff mantenha seus direitos políticos seria um "pequeno embaraço" a seu governo. (02/09)
Foto: Reuters/A. Song
130 anos de Tarsila do Amaral
A pintora brasileira Tarsila do Amaral faria 130 anos em 1º de setembro de 2016. Nascida no interior de São Paulo, a artista foi uma das figuras centrais do movimento modernista e pintou mais de 270 quadros em sua carreira – número considerado baixo para quem viveu 86 anos. O quadro "Abaporu" (foto), de 1928, é visto como uma das maiores obras das artes plásticas brasileiras. (01/09)
Foto: Museo de Arte Latinoamaericano de Buenos Aires - Malba