Com três vitórias e um empate, o Hertha Berlim tem o melhor início de temporada nos 126 anos de existência do clube. Berlinenses mesclam jovens ávidos, como o artilheiro Ondrej Duda, e veteranos, como Ibisevic e Kalou.
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Antes do início da atual temporada da Bundesliga, os palpiteiros de plantão davam como favas contadas que os mais diretos perseguidores do Bayern de Munique seriam, não necessariamente nesta ordem, Borussia Dortmund, Schalke 04 e Hoffenheim. São justamente os clubes que, junto com o Bayern de Munique, estão na fase de grupos da Liga dos Campeões.
Ninguém, em sã consciência, dava um tostão furado pelo Hertha Berlim, clube que há anos perambula pela zona cinzenta da tabela de classificação com direito a dois rebaixamentos para a segunda divisão em 2010 e 2012.
O berlinense da gema é conhecido por seu extremo criticismo e humor ácido. Pelas más campanhas nas últimas décadas, o Hertha Berlim era alvo de intermináveis gozações por parte dos seus próprios torcedores. Só que agora, para surpresa geral, não está dando para tirar onda em cima da "Velha Senhora”, apelido do Hertha por ser o clube de futebol mais antigo da cidade e um dos mais antigos da Alemanha. Foi fundado em 1892.
Em 2015, o húngaro Pal Dardai assumiu o comando técnico da equipe com o objetivo imediato de evitar aquele que poderia ter sido o terceiro rebaixamento em cinco anos. Isto ele conseguiu. O objetivo a médio prazo era formar uma equipe consistente, mesclada com jovens valores e veteranos experientes. E, pelo jeito, isto ele também está conseguindo. O seu trabalho começa a dar bons frutos.
Dardai conseguiu formar uma espinha dorsal que dá consistência ao time. A começar pelo goleiro Rune Jarstein, passando pelo lateral Marvin Plattenhardt e o meio-campista Arne Meier. E tem ainda os mais experientes como o volante Vladimir Darida, além dos atacantes Ondrej Duda (artilheiro da Liga com quatro gols em quatro jogos), Vedad Ibisevic e Salomon Kalou.
Resultado: após quatro rodadas, o Hertha Berlim, com três vitórias e um empate, ocupa a vice-liderança isolada na tabela a apenas dois pontos do Bayern de Munique. E, especialmente após sua categórica vitória de virada no último fim de semana sobre o Borussia Mönchengladbach por 4 a 2, encara de peito estufado os seus dois próximos compromissos, respectivamente contra Werder Bremen e Bayern de Munique.
Em caso de vitória contra o Werder Bremen nesta terça-feira (25/09) no Weserstadion, o Hertha Berlim pode assumir provisoriamente a liderança do campeonato caso o Bayern de Munique não pontue diante do Augburg.
No que depender do técnico, o Hertha Berlim irá para cima do Werder Bremen, sabendo que tem um tabu para quebrar. Desde 2006 o clube de Berlim não consegue vencer no Weserstadion. Mesmo assim, o treinador húngaro não se abala e está confiante: "Vamos ser atrevidos e vamos ganhar".
Três dias depois, na sexta-feira à noite, os berlinenses receberão o atual campeão em pleno Estádio Olímpico de Berlim. Poderá ser o jogo mais importante da rodada pois é bem provável que ambos lutem pelo primeiro lugar na tabela de classificação.
Já faz algum tempo que o Hertha Berlim não tem este gostinho de lutar pela liderança na tabela. Quem sabe será na próxima sexta-feira.
Durante os 126 anos de sua existência, o Hertha conquistou apenas dois títulos nacionais (1930 e 1931). Desde então, seu maior feito foi o vice-campeonato da Bundesliga em 1975, além de um terceiro lugar em 1978. Sem contar que, no cenário internacional, sua melhor participação foi em 1979 quando chegou à semifinal da Copa da Uefa (atualmente Liga Europa) sendo eliminado pelo Estrela Vermelha, de Belgrado. E foi só.
O manager do clube, Michael Preetz, esbanja confiança, mesmo porque o Hertha Berlim presenteou sua torcida com o melhor início de campeonato de toda sua centenária história: "Quatro jogos, dez pontos – não dá para fazer muito mais do que isso".
De outro lado, até o cético torcedor berlinense começa a acreditar que a sua "Velha Senhora" (em alemão: die alte Dame) ainda pode fazer mais e possui potencial suficiente, não apenas para um bom início de campeonato, mas, principalmente, para um final feliz.
Afinal, todos sabem que o importante não é como se começa, mas com se termina.
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Gerd Wenzel começou no jornalismo esportivo em 1991 na TV Cultura de São Paulo, quando pela primeira vez foi exibida a Bundesliga no Brasil. Desde 2002, atua nos canais ESPN como especialista em futebol alemão. Semanalmente, às quintas, produz o Podcast "Bundesliga no Ar". A coluna Halbzeit sai às terças. Siga-o no Twitter, Facebook e no site Bundesliga.com.br
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Dois clubes têm animais de verdade como mascotes, os demais, são bichos de pelúcia. Mas um dos clubes que disputam o campeonato alemão tem a mascote inspirada no Brasil. Você já viu este bicho?
Foto: picture alliance/Pressefoto Ulmer/M. Ulmer
O bode Hennes, do Colônia
O bode Hennes é a mascote mais velha da Bundesliga. Em 1950, um circo doou o primeiro Hennes ao Colônia. Claro que ele não existe mais. O atual já é o oitavo. Ele mora no zoológico de Colônia e sempre está presente na lateral do gramado quando a equipe joga em casa.
Foto: picture-alliance/dpa/K.D. Heirler
Emma, do Dortmund
As cores do Borussia Dortmund são amarelo e preto, por isso nada mais natural que uma abelha como mascote. O nome Emma vem do jogador Lothar Emmerich, que de 1960 a 1969 vestiu a camisa do clube 215 vezes e fez 126 gols. Emma tem 2,25 m e calça 66! Ela usa a camisa 9, porque o clube foi fundado em 1909.
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Berni, do Bayern de Munique
O urso de pelúcia Berni apoia desde 2004 o time alemão recordista em títulos. Ele sucedeu a Bazi – um garoto de calça de couro, nariz redondo e orelhas de abano. Berni, que tem até uma música própria, conta em seu site no Facebook que seu padrinho é Bastian Schweinsteiger.
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Erwin, do Schalke
A mascote do Schalke lembra a tradição mineira da região de Gelsenkirchen, cidade do clube. Erwin foi criado em 1994 e, com seu nariz grande e pequeno boné, representa milhares de torcedores do Schalke.
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O leão Brian, do Leverkusen
O sonoro rugido de Brian the Lion é a característica da mascote do Bayer Leverkusen. O animal está no brasão do clube e da cidade de Leverkusen.
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Wölfi, do Wolfsburg
Wolf significa lobo em alemão, por isso, Wölfi (diminutivo carinhoso) é a mascotinha do Wolfburg desde 1997, quando o clube começou a disputar a primeira divisão do campeoanto alemão. Por ironia, pouco tempo depois, o clube teve um técnico que se chamava Wolfgang Wolf. Este ficou até 2003, mas Wölfi ainda continua na equipe. Ele mede 1,95 m, pesa 85 quilos e calça 49!
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Füchsle, a raposinha do Freiburg
Fuchs quer dizer raposa em alemão, e Füchsle é o diminutivo carinhoso no dialeto local. Ele está no Freiburg desde 2011, mas como figura de história em quadrinhos ele já existe há mais tempo. Ele usa a camisa 4, porque o clube é de 1904.
Foto: Imago/M. Heuberger
O dinossauro Hermann, do Hamburgo
O Hamburgo é a única equipe que joga na primeira divisão da Bundesliga desde que ela foi criada, em 1963, sem nunca ter caído para a segunda. Por isso, o clube também é chamado de "dinossauro da Bundesliga". A mascote ganhou o nome de Hermann Rieger, massagista do time por mais de 20 anos.
Foto: picture alliance/dpa/A. Scheidemann
O potro Jünter, do Mönchengladbach
A mascote do Borussia Mönchengladbach tem pelo preto, crina branca e 2,10 m de altura. Ele nasceu em 1965, quando o clube ascendeu à primeira divisão. Ele acompanha as partidas no estádio do clube desde 1998. O nome vem do famoso jogador e mais tarde comentarista Günter Netzer, que jogou 297 partidas pela equipe em dez anos, fazendo 108 gols. Jünter é uma forma renana do nome.
Foto: picture alliance/dpa/Revierfoto
A águia Attila, mascote do Frankfurt
Só o Colônia e o Frankfurt têm mascotes vivos. A asas da águia Attila têm uma envergadura de até dois metros. O animal pesa quatro quilos. Attila participa de todos os jogos quando a equipe atua em casa. Ele tem até cartão autografado com sua pegada.
Foto: picture alliance/Sven Simon/W. Schmitt
O dragão Schanzi, do Ingolstadt
O dragão vermelho apoia o Ingolstadt desde 2011. Seu nome vem de "Schanzer", apelido de quem mora na cidade. O número da camisa dele é 4, pois o clube foi fundado em 2004. O dragão de dois metros de altura só não consegue cuspir fogo.
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Bulli, do RB Leipzig
O clube existe desde 2009. Na realidade, seu nome é RasenBallsport Leipzig, mas a fabricante de bebidas RedBull usa as iniciais para "Rote Bulle" (boi vermelho, em alusão ao símbolo da marca). O nome Bulli foi escolhido pelos torcedores.
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Hoffi, do Hoffenheim
O alce Hoffi nasceu em 2004 e nunca perdeu uma partida do time em casa. O talismã do ex-goleiro Christian Baumgärtner era um alce, que ficava no banco de reservas. A mascote tem dois metros de altura e pesa 100 quilos.
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Herthinho, do Hertha Berlim
O símbolo de Berlim e da equipe da capital alemã é o urso-pardo. Por isso, esse também é sua mascote. Mas no clube dizem que Herthinho é um urso-pardo trazido do Brasil quando o então empresário Dieter Hoeness retornou de um giro pela América do Sul em 1999. Com 2,35 e 128 quilos, é a maior mascote da Bundesliga. Ele já existia quando o brasileiro Marcelo Paraíba jogou no clube, de 2000 a 2006.
Foto: picture-alliance/dpa
Os sem mascotes
Quatro equipes que disputam a temporada 2016/2017 da primeira divisão do campeonato alemão não têm mascotes: Darmstadt, Augsburg, Werder Bremen e Mainz.