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Aarhus, na Dinamarca, é Capital Europeia da Cultura em 2017

Courtney Tenz ca
10 de janeiro de 2017

Apesar de abrigar o principal porto do país e da grande diversidade étnica e cultural, segunda maior cidade dinamarquesa ainda é pouco conhecida. Eventos ao longo do ano devem trazer projeção internacional.

Aarhus
Com 300 mil habitantes, Aarhus é a segunda maior cidade da DinamarcaFoto: picture-alliance/dpa/R. B. Fishman

Graças a numerosos museus e galerias e a uma rica oferta cultural nos mais diferentes níveis, Aarhus se tornou um dos centros mais vibrantes da Dinamarca. Apesar disso, até agora, a segunda maior cidade do país recebeu bem menos atenção que a capital Copenhague. Mas isso pode mudar em 2017. Pois, neste ano, Aarhus foi escolhida, ao lado da cidade grega Pafos, como Capital Europeia da Cultura.

A ideia de eleger Capitais Europeias da Cultura remonta ao ano de 1985. Na época, os ministros da Cultura da Grécia e da França propuseram a medida com o intuito de aproximar os cidadãos dos países europeus. A história e os valores comuns deveriam ser comemorados, ao mesmo tempo em que se queriam destacar as peculiaridades de diferentes localidades. Nesse sentido, como uma das cidades dinamarquesas mais antigas e históricas, Aarhus é uma boa escolha – também devido à sua moderna e diversificada oferta cultural.

Modernidade aliada a legado dos vikings

Conheça as Capitais Europeias da Cultura de 2017

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Embora tenham sido encontradas em Aarhus ruínas de por volta do ano 830, ou seja, do início da era viking, o nome da cidade foi registrado em mapas somente em meados do século 19. A denominação original da aglomeração era Aros, que em dinamarquês arcaico significa "boca de rio". Em 1850, o antigo assentamento viking se expandiu com a ampliação do porto, que é hoje o principal da Dinamarca. Ali aportam regularmente tanto cargueiros quanto cruzeiros.

Com 300 mil habitantes, Aarhus é a segunda maior cidade da Dinamarca. Quase 40 mil imigrantes de cerca de 130 países vivem lá. Entre eles também se encontra uma grande comunidade de origem turca, como também muitos ex-refugiados que fugiram há décadas das lutas na Somália. Essa diversidade cultural anima o singular Bazar Vest, um agrupamento de lojas administradas por imigrantes que foram premiados por seus esforços de integração.

É também essa diversidade que diferencia Aarhus de outras grandes cidades escandinavas. Além disso, a moderno cidade, a maior da Jutlândia, proporciona um alto padrão de vida e despõe de extensas zonas de pedestres. O cenário natural formado pelo Mar do Norte, de um lado, e por grandes florestas, do outro, é também impressionante.

Show aquático de teatro e música deve ser um dos pontos altos de 2017Foto: S. Pagter

Programação para todos

Apesar disso: até agora Aarhus é pouco conhecida internacionalmente. E é exatamente isso que se almeja mudar com a nomeação como Capital Europeia da Cultura. Os organizadores esperam mais de 5 milhões de visitantes neste ano. A fim de se preparar para o grande afluxo de turistas, eles desenvolveram uma programação de 500 páginas com todas as atividades culturais, bem como os eventos especialmente planejados para 2017.

Um papel especial é desempenhado pelo Museu de Arte ARoS Aarhus, com sua passarela panorâmica brilhando em todas as cores do arco-íris, criada pelo artista islandês Ólafur Elíasson. O museu ao ar livre Den Gamle By ("o centro histórico") mostra o cotidiano dos moradores da cidade ao longo dos séculos, desde a época do autor de conto de fadas Hans Christian Andersen até a era hippie nos anos 1970. No parque de diversões Tivoli Friheden, os visitantes podem andar na montanha russa e se divertir numa série de brinquedos.

Aarhus está sendo apoiada por 18 distritos ao seu redor, com os quais a cidade se aliou nessa empreitada. Eles deverão enriquecer ainda mais a programação cultural. O foco está tanto no legado cultural dinamarquês quanto na ideia de comunidade europeia.

Além disso, o lema "Novo Repensar" enfatiza o conceito de que Aarhus 2017 deve ser visto como um movimento de longo prazo, e não como um evento único. Por meio da cultura, a iniciativa Capital Europeia deve incentivar as pessoas a desenvolver soluções sustentáveis para os atuais desafios globais, desde as mudanças climáticas até os problemas sociais.

"Esperamos que as diferentes perspectivas e a energia criativa dos artistas de renome reunidos na cidade ajudem a conduzir e a realizar essa mudança", declarou Rebecca Matthews, diretora da Aarhus 2017, em coletiva de imprensa no ano passado.

Coreografia "Tree of Codes" reúne Philip Glass, Lucinda Childs e Robert WilsonFoto: J. Chester

Apresentações especiais

O início das atividades está marcado para 21 de janeiro de 2017, com um grande evento: Nigel Jamieson, diretor musical britânico, organizou uma procissão da sala de concertos de Aarhus, a Musikhuset Aarhus, até o porto. Por volta de 5 mil moradores da cidade, equipados com lanternas e acompanhados por um coro de mais de mil vozes, deverão destacar o patrimônio cultural local com seis gigantes navios viking. O cantor das Ilhas Faroé Eivör e os membros da Orquestra Sinfônica e da Orquestra de Jazz de Aarhus também deverão participar.

Nos dias de Lua cheia, eventos especiais ocorrerão ao longo do ano. Artistas internacionais irão se apresentar, entre eles, o Balé da Ópera de Paris, que mostrará em abril Tree of Codes, uma coreografia de Wayne McGregor com música de Jamie xx, membro da banda britânica The xx. Os visitantes também deverão apreciar Distant Figure, um trabalho conjunto do compositor Philip Glass, da coreógrafa Lucinda Childs e do diretor americano Robert Wilson.

Um destaque especial da programação deverá ser o espetáculo aquático – uma apresentação de teatro e música – a se realizar no porto nos dias 2 e 3 de setembro. Será narrada a lenda viking Serpente Vermelha, com direção de Susanne Bier, cineasta dinamarquesa premiada com o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011. No show, a cantora e compositora dinamarquesa Oh Land irá se apresentar como rainha do mar, acompanhada de outros 600 artistas e acrobatas.

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