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Academia do Oscar quer ampliar diversidade

1 de julho de 2020

Entidade cinematográfica de Hollywood estende convites para adesão de mulheres e pessoas de minorias étnicas e inclui também cinco brasileiros. Objetivo é diminuir sub-representação na maior premiação do cinema mundial.

Academia do Oscar quer aumentar diversidade com inclusão de mais mulheres e representantes de minorias
Academia do Oscar quer aumentar diversidade com inclusão de mais mulheres e representantes de minoriasFoto: Getty Images/J. Merritt

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou nesta terça-feira (30/06) que convidou 819 profissionais de cinema a se tornarem membros da entidade, numa tentativa de aumentar a diversidade em suas fileiras com a inclusão de um número maior de mulheres e representantes de minorias étnicas.

Após intensas críticas sobre uma suposta preferência por atores e diretores brancos nas nomeações para o Oscar, o maior prêmio do cinema internacional, a Academia decidiu reforçar o convite para que um número maior de profissionais de etnias diferentes possa integrar seus quadros e contribuir na escolha dos premiados.

A maioria dos convidados são mulheres, e mais da metade é pessoas de "comunidades étnicas e raciais sub-representadas", segundo a Academia. Entre estas estão Yalitza Aparicio (do filme Roma), Eva Longoria (da série Desperate Housewifes), Awkwafina (Oito mulheres e um segredo), Zendaya (Duna), Zazie Beetz (Coringa), Constance Wu (Podres de ricos) e Ana de Armas (Entre facas e segredos).

O filme sul-coreano Parasita, o primeiro em língua estrangeira a vencer o Oscar de melhor filme no ano passado, teve 12 profissionais relacionados como convidados, incluindo cinco atores, a figurinista, o editor e o produtor. O diretor Bong Joo-ho e o ator Song Kang-ho já fazem parte da Academia desde 2015.

Entre os convidados também estão cinco brasileiros. São o diretor Otto Guerra (A cidade dos piratas) para a categoria de curtas e longas de animação, a editora Cristina Amaral (Um filme de verão) e os produtores Mariana Oliva e Tiago Pavan (Democracia em vertigem) na área de documentários, além do executivo da Netflix Marcos Waltenberg, na categoria de marketing e relações públicas.

A Academia vem se internacionalizando nos últimos anos, e já triplicou a inclusão de membros não americanos desde 2015. Até o ano passado, a entidade possuía 8.946 membros ativos, dos quais 8.733 podiam votar nos concorrentes ao Oscar.

Há quatro anos, o quadro administrativo da Academia se comprometeu a dobrar até 2020 o número de mulheres e pessoas de minorias étnicas entre seus membros, após uma enxurrada de críticas nas redes sociais em razão da disparidade na representação entre os gêneros e do maior número de pessoas brancas indicadas ao Oscar.

Com a inclusão dos novos membros, a Academia superou esse objetivo, o que ocasionou um drástico aumento no número de integrantes, que costumava ser de no máximo 6 mil.

A pressão por maior igualdade racial aumentou com os protestos ocorridos recentemente nos Estados Unidos contra o racismo e a violência policial contra as minorias, especialmente os afro-americanos, impulsionados pelo movimento Black Lives Matter (Vidas negras importam). Um grande número de personalidades do cinema declarou apoio aos manifestantes.

No início do mês, a Academia de Hollywood anunciou que iria incluir novas regras de elegibilidade para aumentar a diversidade entre os indicados ao Oscar, de modo a "incentivar práticas de contratação e representação igualitárias".

RC/afp/ots

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