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Acesso a antirretrovirais deve duplicar, diz Unaids

24 de novembro de 2015

Agência da ONU afirma que medida é necessária para acabar com epidemia da aids até 2030. Atualmente 15,8 milhões de pessoas tomam medicação, porém, mais da metade dos portadores do HIV ainda não têm acesso a tratamento.

Foto: picture-alliance/dpa/L.Bo Bo

O acesso a medicamentos antirretrovirais para pessoas portadoras do HIV precisa duplicar nos próximos cinco anos, para que seja alcançada a meta internacional de acabar com a pandemia da doença até 2030, anunciou a ONU nesta terça-feira (24/11).

Atualmente, cerca de 15,8 milhões de portadores do vírus estão em tratamento, revelou um relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), ressaltando que um progresso significativo já foi feito no combate à doença. Em 2010, cerca de 7,5 milhões de pessoas estavam sendo tratadas com antirretrovirais, e em 2005, eram apenas 2,2 milhões.

"A cada cinco anos temos mais do que duplicado o número de pessoas em tratamento", declarou o diretor-executivo do Unaids, Michel Sidibé. "Precisamos alcançar isso mais uma vez apenas para acabar com a epidemia de aids e mantê-la sob controle", acrescentou.

Das 36,9 milhões de pessoas portadoras do vírus HIV no final de 2014, mais da metade ainda não têm acesso à medicação antirretroviral, apontou o relatório. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que todas as pessoas diagnosticadas com aids recebam o tratamento imediato, que, além de manter o vírus sob controle, aumenta a expectativa de vida.

Desde 2000, o número de novas infecções em crianças diminuiu quase 60%, e o total de novos casos caiu mais de um terço. No ano passado, foram registrados cerca de 2 milhões de novos casos de aids e 1,2 milhão de mortes relacionadas à doença.

Em relação aos números de 2004, houve uma redução de 42% nas mortes relacionadas à aids em 2014. De acordo com a agência da ONU, essa diminuição comprova que o aumento do acesso ao tratamento salva vidas.

Mais investimentos

"Foram feitos progressos em todas as regiões do mundo. Mas o ritmo é muito lento", disse Sidibe. Apesar de novas infecções terem recuado quase 35% entre 2000 e 2014, o Unaids teme ainda um aumento da epidemia, caso os países não invistam em esforços complementares.

Ao contrário da tendência global, o número de novas infecções entre 2000 e 2014 aumentou na Europa oriental, na Ásia central, assim como no Oriente Médio e no norte da África.

O Unaids estabeleceu uma lista de 35 países "prioritários", entre eles países da África subsaariana, que abrangem 90% dos novos casos de infecções com HIV, e que precisam de uma atenção particular para que o objetivo da erradicação da aids seja alcançado.

A agência estima que sejam necessários 31,9 bilhões de dólares até 2020 para a resposta internacional contra a aids.

O Unaids lançou metas para os próximos cinco anos, com o objetivo de acabar com a epidemia do vírus HIV até 2030. A abordagem da agência prevê a ampliação do acesso a medicamentos antirretrovirais e também ao diagnóstico da doença, além da redução no número de novas infecções. A meta estipulada até 2020 é de que 90% das pessoas que vivem com o HIV tenham conhecimento da infecção e estejam em tratamento.

CN/rtr/lusa/afp/dpa

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