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Setor aéreo

10 de junho de 2009

Agência Europeia para Segurança da Aviação (Easa) emite nota de segurança após queda do avião da Air France. Em plena crise da indústria de aviões, Airbus recebe ameaça de cancelamento do superavião A380.

Sensores de velocidade de Airbus A330 e A340 serão trocadosFoto: AP

Após o acidente do avião da Air France, linhas aéreas internacionais iniciaram a substituição dos sensores de velocidade de seus aviões Airbus. Suspeita-se que, após ficarem congelados, os sensores hajam emitido informações erradas à cabine do avião, o que teria colaborado para a queda do avião da rota Rio-Paris, na semana passada.

Air France declarou que teria começado, desde maio último, com a troca das assim chamadas sondas Pitot em seus aviões Airbus do tipo A330 e A340. A empresa aérea francesa assegurou a seus pilotos que os respectivos aviões só poderão levantar voo, quando ao menos dois dos três sensores tiverem sido substituídos por novos modelos. Grandes empresas aéreas norte-americanas, como a United Airlines e a Delta Air Lines também anunciaram a troca das sondas Pitot em seus aviões Airbus.

Em consequência do acidente com o Airbus da Air France, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (Easa) emitiu de forma preventiva, nesta terça-feira (09/06), uma informação de segurança a todas as companhias com aviões de longa distância. A Easa não acredita que a falha dos sensores de velocidade tenha sido a única causa do acidente sobre o Oceano Atlântico.

Troca de sondas

A agência de segurança aérea avisou aos pilotos de voos de longa distância que, mesmo após uma avaria nos sensores de velocidade, quando ocorre desligamento do piloto automático, as aeronaves podem ser pilotadas com segurança. A Easa informou que, para tal, as respectivas regras operacionais devem ser respeitadas. O empuxo e a inclinação do avião devem ser regulados e o piloto não tem que conhecer a velocidade precisa da aeronave para mantê-la no ar, informou.

Resgate do estabilizador do avião da Air FranceFoto: picture-alliance/ dpa

A agência europeia está trabalhando num possível tutorial para a troca dos sensores de velocidade do Airbus. As aeronaves da Airbus possuem três sensores em seu revestimento externo, produzidos por diferentes fabricantes.

No caso da aeronave da Air France, ela utilizava sondas Pitot do tipo AA, fabricada pela firma Thales. Segundo o porta-voz da Easa, Daniel Höltgen, uma possível medida de segurança seria a troca de equipamentos desse tipo pela linha mais moderna BA.

Ainda não está claro, se as sondas do fabricante Rosemount também deverão ser trocadas, como também não se sabe quando variantes mais modernas estarão à disposição.

Crise do setor aéreo

O acidente do Airbus também é tema na convenção anual da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata), que está sendo realizada nesta semana na capital da Malásia, Kuala Lumpur. Segundo o diretor-geral da Iata, Giovanni Bisignani, apesar da tragédia, o avião é o meio de transporte mais seguro do mundo.

Bisignani informou que "quando a Iata foi criada há 65 anos, as companhias aéreas transportavam 9 milhões de passageiros por ano e havia cerca de 900 mortes. No ano passado, as companhias ligadas à nossa associação [a Iata representa 230 companhias aéreas] transportaram 2,2 bilhões de passageiros e tivemos 510 casos de morte".

O acidente com o Airbus da Air France aconteceu num momento de crise da indústria de aviões. Devido à crise financeira e econômica, a indústria da aviação cai neste ano ainda mais no vermelho que no ano passado. Para 2009, o setor conta com uma perda de cerca de 6,4 bilhões de euros. Este é o pior ano de todos os tempos, afirmou Bisignani.

Segundo a Iata, a receita das companhias aéreas deverá sofrer redução de 15% em relação ao ano passado, o que corresponde a um retrocesso de 56,7 bilhões de euros em comparação com 2008.

Cancelamento de pedidos

Apesar da crise, o fabricante europeu de aviões Airbus ainda mantém seu objetivo de 300 novas encomendas em 2009. Durante o encontro em Kuala Lumpur, o diretor comercial da Airbus, John Leahy, afirmou que "300 é ainda é nossa meta, que exige agora um maior esforço". "Vemos que o mercado está melhorando e continuamos a negociar novas encomendas", acresceu.

Encomenda de A380 poderá ser canceladaFoto: picture-alliance/ dpa

Na semana passada, a Iata anunciou que as encomendas de aviões deverão diminuir 30% no próximo ano. Tanto a Airbus quanto a concorrente norte-americana Boeing sofreram o cancelamento de encomendas por parte de companhias aéreas.

Na segunda-feira, no site da revista Witschaftswoche, o chefe da empresa de leasing de aeronaves ILFC, Steven Udvar-Hazy, anunciou o possível cancelamento de encomenda do superavião A380. "Estamos avaliando se precisamos de dez aviões", disse.

Segundo o empresário de leasing, o comportamento das companhias aéreas diante do A380 teria mudado "consideravelmente". Cada vez menos companhias se interessam pelo modelo com capacidade de transportar mais de 500 passageiros, já que só pode ser usado em poucas rotas, explicou.

CA/dpa/afp/ap/reuters/dw
Revisão: Augusto Valente

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