Acidente de trem deixa dezenas de feridos nos Alpes suíços
11 de setembro de 2017
Locomotiva colide com vagões que transportavam cerca de cem passageiros. Autoridades investigam causas do desastre, ocorrido na estação de Andermatt.
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Ao menos 30 pessoas ficaram feridas nesta segunda-feira (11/09) num acidente de trem nos Alpes suíços. Na estação de Andermatt, uma locomotiva colidiu com vagões de passageiros.
Após se desprender dos vagões, que transportavam cerca de cem passageiros, a locomotiva deveria se deslocar por um trilho paralelo. Segundo um porta-voz da empresa de trens Matterhorn-Gotthard, algo deu errado durante a manobra, e o veículo bateu violentamente contra os vagões.
"Por algum motivo, a locomotiva se dirigiu contra os vagões dos quais havia acabado de se desatrelar, em vez de se dirigir ao trilho paralelo", afirmou.
Ele disse que a locomotiva estava a uma velocidade entre 15 e 20 quilômetros por hora, e que, aparentemente, há poucos danos materiais. Nenhum dos passageiros teve ferimentos graves.
Ainda assim, três helicópteros de resgate e cerca de uma dúzia de ambulâncias foram até o local. A polícia e as autoridades ferroviárias do país abriram um inquérito para investigar as causas do acidente.
RC/efe/lusa/afp
Fatos sobre o Túnel de São Gotardo
Suíça inaugura um novo túnel para trens que passa por baixo dos Alpes e levou 17 anos para ficar pronto. Confira alguns dos principais fatos sobre essa maravilha da engenharia moderna.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Settnik
Os números
O Túnel de São Gotardo tem 57,1 quilômetros de extensão e até 2,3 quilômetros de profundidade. Quando estiver em operação plena, passarão por ele, todos os dias, 260 trens de carga e 65 de passageiros. Ele comporta dois trilhos de oito metros de diâmetros, que têm 178 interligações, uma a cada 325 metros. O custo total da obra foi de 11 bilhões de euros.
Foto: picture-alliance/dpa/L. Gillieron
Montanhas em movimento
Após 17 anos de construção, o Túnel de São Gotardo está finalmente pronto para o uso. Cerca de 28 milhões de metros cúbicos de rochas foram retiradas dos Alpes suíços por tuneladoras. O cascalho produzido foi usado para fazer o concreto utilizado nas paredes do túnel. As viagens inaugurais estão previstas para o dia 1º/06, mas as operações normais só começam após outros 3.000 testes.
Foto: picture-alliance/Keystone/M. Ruetschi
Pista de corrida para trens
Uma das principais vantagens do túnel é a superfície plana da sua ferrovia. Isso facilita as viagens de trens pesados entre Erstfeld e Bodio, pois eles necessitam de menos potência e podem alcançar velocidades maiores. Assim, 260 trens de carga poderão atravessar o túnel por dia, um grande avanço em relação aos 180 que passam pelo túnel atual.
Foto: picture alliance/KEYSTONE
Máquina de criar empregos
No total, 2.600 pessoas trabalharam nos canteiros de obras do Túnel de São Gotardo, incluindo engenheiros, geólogos e operários. Juntos, eles contabilizaram quatro milhões de horas de trabalho. Os suíços, fiéis à sua reputação de precisão e pontualidade, concluíram o projeto com um ano de antecedência em relação ao cronograma original só um pouco acima do orçamento previsto.
Foto: AlpTransit Gotthard AG
Heidi, Sissi e Gabi
Os tatuzões de 400 metros de comprimento (fundo da foto), fabricados na Alemanha, foram carinhosamente apelidados de Heidi, Sissi, Gabi 1 e Gabi 2 pelos construtores. Os quatro trabalharam muito e retiraram 28,2 milhões de metros cúbicos de terra e pedras dos Alpes ao longo de 17 anos.
Sai pra lá, Japão!
Com a conclusão do túnel, a Suíça tira do Japão o título de país com a ferrovia subterrânea mais extensa do mundo. Aberto em 1988, o túnel de Seikan foi projetado após um tufão devastador afundar cinco balsas. Em busca de uma forma mais segura de atravessar o Estreito de Tsugaru, os japoneses cavaram uma passagem de 53,9 quilômetros numa região de terremotos frequentes.
Foto: Imago/Kyodo News
Mais longo que o Eurotúnel
Além de ser um prodígio da engenhria, o Túnel de São Gotardo é sete quilômetros mais longo do que o túnel sob o Canal da Mancha, que liga França e Reino Unido e já é considerado uma maravilha da engenharia moderna. O Eurotúnel, com 50,5 quilômetros de extensão, tem ainda um dos trechos submarinos mais longos já construídos, com 37,9 quilômetros.
Foto: Getty Images/AFP/D. Charlet
Não por muitos anos
O reinado de São Gotardo como o túnel ferroviário mais longo do mundo deverá acabar em 2026. Para esse ano está prevista a abertura do Túnel de Brennero, que terá 64 quilômetros e pretende reduzir os engarrafamentos no popular e sempre lotado Passo do Brennero, que liga a Áustria à Itália, aos pés dos Alpes.
Muitos engenheiros alemães trabalharam na construção do Túnel de São Gotardo, e essa situação chama a atenção para as dificuldades que megaprojetos de engenharia têm no país vizinho. O caso mais escandaloso é novo aeroporto de Berlim: a inauguração está quatro anos e meio atrasada, e o orçamento não para de subir.