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Acordo entre Mercosul e UE depende de Bolsonaro, diz Macron

30 de novembro de 2018

Em Buenos Aires, presidente da França vincula apoio de seu governo a tratado comercial a cumprimento do Acordo de Paris. Bolsonaro ameaçou retirar o país do pacto que visa conter as mudanças climáticas.

Emmanuel Macron
Macron está em Buenos Aires para participar da cúpula do G20Foto: Reuters/P. Wojazer

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira (29/11), em Buenos Aires, que a possibilidade de seu governo apoiar o tratado comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul depende da posição do presidente eleito Jair Bolsonaro sobre o Acordo de Paris, um esforço internacional conjunto para combater a elevação das temperaturas globais.

"Não podemos pedir aos agricultores e trabalhadores franceses que mudem seus hábitos de produção para liderar a transição ecológica e assinar acordos comerciais com países que não fazem o mesmo. Queremos acordos equilibrados", disse Macron, sem citar diretamente as declarações contra o Acordo de Paris feitas por Bolsonaro.

"Não sou a favor de assinar grandes pactos comerciais com potências que já anunciaram que não respeitarão o Acordo de Paris", acrescentou o presidente francês.

Há quase 20 anos, a UE e o Mercosul, formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, negociam o acordo com base em três pilares – o diálogo político, a cooperação e o livre-comércio.

As afirmações de Macron foram feitas numa entrevista coletiva ao lado do presidente da Argentina, Mauricio Macri, após uma reunião entre os dois antes do início da cúpula do G20. Ao contrário das dúvidas que mostrou em relação ao governo de Bolsonaro, Macron afirmou que pretende avançar nas relações com a Argentina, elogiando Macri por seguir um "rumo claro".

Bolsonaro já declarou que pretende deixar o Acordo de Paris, alegando que o pacto ameaça a soberania nacional. Na quarta-feira, o Brasil desistiu de sediar a 25° Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-25), em 2019. A desistência foi uma recomendação do presidente eleito.

CN/efe/afp

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