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"Acordo nuclear dá novas responsabilidades ao Irã"

20 de julho de 2015

Em Teerã, vice-chanceler federal alemão, Sigmar Gabriel, defende que Irã atue como motor para estabilização do Oriente Médio. Governo iraniano rejeita diálogo sobre direito à existência de Israel.

Sigmar Gabriel (esq.) e ministro iraniano do Petróleo, Bijan Namdar ZanganehFoto: picture-alliance/AP Photo/E. Noroozi

Em visita a Teerã, o ministro da Economia e vice-chanceler federal alemão, Sigmar Gabriel, defendeu nesta segunda-feira (20/07) uma nova perspectiva de liderança do Irã no Oriente Médio. O acordo nuclear firmado entre o Irã e potências internacionais na semana passada implica "novas responsabilidades" para o Irã, disse Gabriel.

O Irã deve se tornar um fator de estabilização na região e um motor para a resolução pacífica de conflitos, disse o vice-chanceler federal. "Juntos, precisamos fazer de tudo na região, para pôr um fim às hostilidades", disse Gabriel, tendo em vista a situação na Síria, no Iraque e no Iêmen.

Gabriel é a mais alta autoridade ocidental a viajar para o Irã após o acordo nuclear ter sido firmado. Ele afirmou que, além de ampliar a cooperação econômica com Teerã, a Alemanha quer discutir temas controversos em encontros futuros, como direitos humanos e o direito à existência de Israel.

O ministro ressaltou que a segurança do Estado de Israel sempre foi de grande importância para a Alemanha e que, ao mesmo tempo, "os palestinos têm o direito ao próprio Estado". Em resposta, o governo iraniano rejeitou a proposta de diálogo sobre o tema.

"Em questões da região, temos posições totalmente diferentes das alemãs", disse a porta-voz do Ministério do Exterior iraniano Marsieh Afcham. O Irã continuará manifestando sua "preocupação" com as "ameaças existentes", "incluindo as ameaças representadas pelo regime sionista", disse. O Irã não reconhece o Estado de Israel, que é comumente referido pelos líderes de Teerã com um "regime sionista".

Relações econômicas

Também integra a comitiva alemã em visita ao Irã o presidente da Confederação Alemã das Câmaras de Indústria e Comércio (DIHK, em alemão), Eric Schweitzer. As empresas alemãs esperam que a suspensão das sanções ao Irã, previstas no acordo nuclear, impulsionem os negócios entre os dois países.

Após encontro nesta segunda-feira, Gabriel e o ministro iraniano do petróleo, Bijan Namdar Zanganeh, anunciaram que pretendem reavivar uma um comissão econômica alemã-iraniana e impulsionar as relações bilaterais.

O acordo firmado na semana entre o Irã e o chamado grupo P5+1 (China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos) prevê que o governo iraniano restrinja seu programa nuclear a fins pacíficos e seja submetido à supervisão minuciosa de inspetores internacionais. Em contrapartida, sanções econômicas e políticas ao país serão gradualmente retiradas.

Na viagem de Gabriel a Teerã, estão previstos ainda encontros entre o vice-chanceler federal e o presidente iraniano, Hassan Rohani, e o presidente do Parlamento, Ali Larijani.

MP/afp/rtr/dpa

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