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Acossada, fundação de Soros deixa a Hungria

15 de maio de 2018

ONG do bilionário húngaro-americano diz que mudará escritório para Berlim, devido a cada vez mais repressivo. Organização é acusada pelo premiê húngaro de estimular imigração.

Ungarn - Soros-Stifung zieht sich nach Berichten aus Ungarn zurück
Outdoor do governo da Hungria contra Soros: OSF acusa "ambiente político e legal cada vez mais repressivo" no paísFoto: Reuters/B. Szabo

Depois de enfrentar hostilidades do governo húngaro, o bilionário americano George Soros decidiu fechar o escritório de sua fundação em Budapeste e abrir um novo em Berlim.

"Após ser confrontada com um ambiente político e legal cada vez mais repressivo na Hungria, a Open Society Foundation (OSF) está transferindo suas atividades internacionais e sua equipe, baseados em Budapeste, para a capital alemã, Berlim”, informou nesta terça-feira (15/05) a organização, através de comunicado divulgado por sua sede em Nova York.

A fundação confirma, assim, relatos da imprensa de final de abril de que o escritório da OSF em Budapeste, com cerca de 100 funcionários, fecharia em 31 de agosto. A nota divulgada na terça-feira não continha data específica.

"Sempre que uma organização da sociedade civil que ajuda a construir democracias vibrantes e tolerantes é ameaçada e sente que não pode mais fazer seu trabalho, a democracia sofre”, escreveu em sua conta no Twitter o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans.

Soros – sobrevivente do Holocausto de 87 anos nascido na Hungria – e sua fundação estão há tempos no centro de ataques do governo do primeiro-ministro Viktor Orbán, que acusa o bilionário e as organizações não governamentais que ele financia de "orquestrar imigração” e "conspirar para minar a identidade cultural e religiosa da Europa”.

Depois que Orbán se reelegeu no mês passado para um terceiro mandato consecutivo, nas eleições parlamentares de 8 de abril, os ataques se intensificaram. O novo Parlamento planeja aprovar leis em junho que permitem restringir a atuação, punir financeiramente e tornar ilegais organizações não governamentais estrangeiras. Muitas das entidades ameaçadas são apoiadas pela OSF.

A fundação está ativa na Hungria desde 1984. Ela promove iniciativas e organizações atuantes nas áreas de pesquisa científica, democracia e direitos humanos. Na Hungria, ela já investiu até agora 400 milhões de dólares. Em seus primeiros anos, o Fidesz, partido de Orbán, também recebeu considerável apoio da fundação.

MD/afp/dpa

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