Cantora inglesa recebe quatro troféus no principal prêmio da música britânica, em cerimônia marcada por um emocionado tributo ao músico David Bowie, morto em janeiro.
Anúncio
A cantora Adele foi o grande destaque da cerimônia de entrega do Brit Awards, a maior premiação da música britânica, na noite desta quarta-feira (24/02) em Londres. Ela recebeu quatro das principais premiações, numa noite marcada por homenagens ao cantor David Bowie, morto em janeiro.
A inglesa foi premiada nas categorias sucesso global, artista solo feminina do ano, single do ano com a música Hello e álbum do ano pelo seu disco 25, que vendeu 15 milhões de cópias.
O álbum 25 foi o primeiro da cantora em cinco anos e chegou ao topo das paradas mundiais. Após um problema técnico em sua apresentação durante a entrega do prêmio Grammy, nos EUA – quando um microfone caiu sobre as cordas do piano, prejudicando sua performance – Adele realizou em Londres uma apresentação impecável da música When we were young.
O prêmio de sucesso global recebido por Adele foi apresentado pelo astronauta britânico Tim Peak, direto da Estação Espacial Internacional (ISS).
A banda Coldplay recebeu pela quarta vez o prêmio de melhor grupo britânico, enquanto os australianos do Tame Impala foram escolhidos como o melhor grupo internacional. Outros artistas estrangeiros premiados pelo Brit Awards foram a cantora islandesa Björk e o canadense Justin Bieber.
O cantor do Coldplay, Chris Martin, dedicou o prêmio a "todos os jovens músicos, homens e mulheres, nos campos de refugiados ao redor do mundo. Nós poderíamos ser eles, e eles poderiam ser nós".
O ator Gary Oldman e a cantora escocesa Annie Lennox apresentaram um tributo emocionado a David Bowie, morto aos 69 anos de idade, que recebeu uma premiação póstuma na categoria ícone. A cantora neozelandesa Lorde se uniu à banda de apoio do lendário músico britânico para uma performance da música Life on mars.
RC/rtr/ap
A curta trajetória de Amy Winehouse
Para o seu documentário sobre a cantora, o diretor britânico Asif Kapadia encontrou imagens reveladoras de Winehouse. São fotografias que mostram uma jovem e frágil mulher.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Dunham
Excessos e fragilidade
Amy foi uma jovem divertida, com senso de humor, e uma cantora de talento fora do comum. A britânica viveu uma vida digna de um drama, alcançando enorme sucesso, mas sucumbindo de forma fatal. O documentário do diretor britânico Asif Kapadia, o mesmo do premiado "Senna", já estreou nos cinemas europeus. Ele ainda não tem data para entrar no circuito brasileiro.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Dunham
Cachos negros e cílios longos
Mesmo que o filme de Kapadia se concentre pouco na história da artista antes de atingir o sucesso, o documentário ilustra, com fotos até então desconhecidas, trechos sobre a juventude de Amy no norte de Londres. De origem judaica, a artista viu os pais se separarem quando tinha nove anos. Nesta foto não datada, Amy mostra que já era pensativa desde criança.
Foto: picture-alliance/dpa/PROKINO Filmverleih
Juventude rebelde
Também presente no documentário, a imagem acima mostra Amy nos tempos de escola. Excêntrica, a britânica nunca se adaptou totalmente aos colégios por qual passou – cinco, no total. A faculdade no Londoner Theater School também foi interrompida depois de um ano. Porém, a música já tinha um papel importante na vida da cantora, que começou a escrever as primeiras canções na época de colégio.
Foto: picture-alliance/dpa/PROKINO Filmverleih
A conquista da Inglaterra
Amy dizia que só era capaz de compor músicas baseada em experiências próprias. Aos 19, ela assinou o primeiro contrato com uma gravadora. Com exceção de duas faixas, a cantora escreveu todas as letras do primeiro álbum, “Frank". O disco foi um sucesso na Inglaterra e a catapultou para o sucesso. Em 2004, a maquiagem de sombra já era uma marca registrada da cantora – porém, mais discretamente.
Foto: Getty Images/B. Vincent
A filhinha do papai
Em 2004, Amy se apresentou em um festival em Wimbledon. As imagens daquele concerto mostram uma artista ainda inocente. Na época, o pai, Mitch, assessorava a carreira da britânica.
Foto: Getty Images/B. Vincent
Sucesso com visual retrô
O reconhecimento internacional veio em 2007, com “Back to Black”. O segundo álbum da cantora alcançou o topo das paradas de 14 países. Simultaneamente, Amy assumia o visual retrô, com tatuagens extensas e o coque típico das divas do soul. Naquele ano, a britânica se apresentou em festivais pelo mundo e excursionou em seu país natal. Porém, em novembro, os problemas com o alcoolismo viriam à tona.
Foto: Getty Images/G. Cattermole
Prêmios e honrarias
Em novembro de 2007, Amy foi se apresentou em Munique pelo MTV Europe Music Awards. De quebra, ela ainda levou o prêmio na categoria “Artist’s Choice”. Durante oito anos, a artista esteve no centro da indústria fonográfica, tendo gravado dois álbuns. Mesmo com a morte de Amy, em 2011, hits como “Back to Black” e “Rehab” fazem dela uma cantora eterna.
Foto: Getty Images/MTV
Escândalos e abusos
Amy Winehouse ganhou vários Grammys, e suas canções dominaram por muito tempo as paradas internacionais. Entretanto, a partir de 2007, a cantora começou figurar mais e mais nas manchetes dos tabloides por causa da sua predileção por álcool e drogas. A foto acima mostra Amy durante um show em Dublin, na Irlanda.
Foto: Getty Images/S. Hussein
Afundando no vício
Logo depois do ápice, veio a queda. Amy não conseguia se livrar do nocivo relacionamento com Blake Fielder-Civil, com quem foi casada entre 2007 e 2009. Segundo boatos, Blake teria levado a esposa a drogas pesadas e impedido mais de uma vez que ela se internasse em clínicas de reabilitação. As interferências do empresário e do pai também fizeram Amy tomar uma série de decisões questionáveis.
Foto: Getty Images/M. Buckner
O lado negro do sucesso
No fim de 2007, Amy era a mulher mais bem paga do show business do Reino Unido. Na cerimônia do Grammy, um ano depois, ela levaria nada menos que cinco estatuetas. A participação da cantora, contudo, teve de ser feita por vídeoconferência, já que a britânica havia tido problemas para tirar o visto para os EUA por causa de incidentes com drogas.
Foto: Getty Images
Apoio a Nelson Mandela
No festival em comemoração aos 90 anos de Nelson Mandela, no Hyde Park de Londres, Amy se apresentou sem grandes problemas. O show também serviu para prestar apoio às iniciativas, fomentadas pelo sul-africano, de prevenção à Aids e promoção da saúde. Porém, a própria saúde de Amy se manteve instável, o que fez com que ela fizesse poucos shows em 2008.
Foto: Shaun Curry/AFP/Getty Images
Sobrevivendo de lampejos
Em 2008, Amy Winehouse se mostrava cada vez mais vítima da autodestruição. Por causa do vício, ela se tornou bulímica, aparentando uma fragilidade crescente. Ainda assim, nenhuma cantora do mundo vendeu tantos álbuns entre 2007 e 2008.
Foto: picture-alliance/dpa
No tribunal
De janeiro a agosto de 2009, Amy se internou em uma clínica de reabilitação em Santa Lúcia, no Caribe. O pai continuava a apoiando, mas a artista praticamente não se apresentava mais. Em julho de 2009, ela teve de ir ao tribunal, em Londres, responder por uma agressão a uma fã. Na ocasião, Amy aparentava seriedade, trajando um colar de pérolas e um belo penteado.
Foto: Getty Images/AFP/S. Curry
Perdendo o equilíbrio
Amy continuou longe dos palcos. Em janeiro de 2010, ela teve de ir novamente a tribunal por ter agredido um gerente de teatro de Milton Keynes, na Inglaterra. A cantora se declararia culpada.
Foto: dapd
Esperança e declínio
Em 2011, a cantora finalmente, conseguiu se apresentar novamente. O retorno, por sinal, aconteceu em Florianópolis, em janeiro daquele ano. Na apresentação, Amy interpretou, pela primeira vez em cinco anos, novas canções – que deveriam entrar no seu terceiro disco. A estreia da turnê europeia, porém, terminou em desastre, com a cantora bêbada e mal conseguindo se manter em pé.
Foto: picture-alliance/AP Photo/N. Goulart
O trágico fim
Depois disso, a cantora perdeu as últimas energias que ainda a faziam ter esperança de voltar aos palcos. Por fim, há quatro anos, em 25 de julho de 2011, Amy foi encontrada sem vida em seu apartamento, em Londres. A causa mortis foi uma intoxicação alcoólica. Muitos, porém, acreditam que a pressão da indústria fonográfica teve culpa na morte precoce da cantora – que tinha apenas 27 anos.
Foto: picture-alliance/dpa
Monumento em memoria a uma grande cantora
Ano passado, Mitch Winehouse inaugurou um memorial à filha, localizado na estação londrina de Campten Town. Para o filme de Asif Kapadia, Mitch forneceu um extenso material. O resultado, porém, não o agradou. Segundo ele, o filme retrata Amy de forma equivocada. Kapadia, por sua vez, apenas tentou prestar uma homenagem a uma inesquecível cantora.