Novo CD da cantora britânica, "25", fica de fora de serviços como Spotify, Apple Music e Deezer. Decisão é tomada em meio a acalorado debate na indústria fonográfica sobre novos formatos e lucros.
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Enquanto o novo álbum da cantora britânica Adele, intitulado 25, invade as prateleiras de lojas de música mundo afora nesta sexta-feira (20/11), as empresas de streaming de música ficam de fora do grande sucesso que ele certamente irá gerar.
A gigante Apple confirmou, na quinta-feira, que o álbum não estará disponível para streaming no seu serviço Apple Music. A empresa acrescentou, no entanto, que está "entusiasmada para oferecer" aos clientes a oportunidade de eles comprarem o novo álbum no iTunes, sua loja on-line.
A plataforma Spotify também confirmou que os seus assinantes não terão acesso ao novo álbum de Adele.
Tyler Goldman, chefe da Deezer, companhia americana de streaming de música, seguiu a mesma linha e afirmou que 25 não será oferecido atualmente. Em comunicado, ele disse: "Ela [Adele] está usando isso como uma oportunidade para tentar vender mais CDs ou downloads. Se todos os artistas fizessem isso, não teríamos o crescimento de assinaturas que tivemos."
Batalhas na indústria da música
A música de Adele, assim como a de artistas como Taylor Swift e Beyoncé, tem uma demanda tão grande que permite que ela venda milhões de álbuns em CD ou por download. Isso acaba conferindo a essas super estrelas o poder sobre o mercado de decidir como sua música será lançada. Se as canções fossem colocadas para streaming imediatamente, as cantoras arriscariam as lucrativas vendas pós-lançamento, que, no caso do álbum anterior de Adele, chamado 21, somaram 30 milhões de cópias em todo o mundo.
De acordo com a revista Billboard, o álbum 25 deve vender mais de um milhão de unidades na América do Norte só na primeira semana, e muito provavelmente será o maior lançamento de 2015.
Casey Rae, presidente da organização Future of Music Coalition, disse ao jornal The New York Times que a decisão de Adele de bloquear o novo álbum para streaming por um determinado período de tempo envia um "forte sinal para outros artistas". Ele acrescentou que, no entanto, nem todos os músicos podem fazer a mesma escolha.
CDs em baixa
Na última década, a indústria da música passou por grandes mudanças, com as vendas de CD caindo 80% frente à música em streaming, que agora corresponde a 32% da receita anual. Novos serviços como Apple Music, Spotify e Deezer, no entanto, são bastante contestados – os críticos alegam que eles não pagam uma parte justa dos lucros para os artistas.
Goldman, da Deezer, disse à agência de notícias Reuters que a decisão de Taylor Swift de reter o seu álbum 1989, por exemplo, não teve um impacto financeiro para os serviços de streaming, assim como a de Adele não terá. "Um artista sozinho não vai mudar a inevitabilidade do streaming", disse.
AF/rtr/ots
John Lennon em 11 músicas
Passados 40 anos de sua morte, o mais polêmico, controverso e irreverente dos beatles ainda é lembrado por sua música e suas atitudes em defesa da paz.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
"Hello Little Girl"
John Winston Lennon (na foto com a mãe, Julia) nasceu em 9 de outubro de 1940 em Liverpool. Sua carreira começou aos 15 anos, com The Quarrymen. No segundo show da banda, ele conheceu Paul McCartney e o chamou para entrar no grupo. Logo Lennon compôs sua primeira música, "Hello Little Girl". George Harrison, de 14 anos, se juntou aos dois, seguido de Stuart Sutcliffe. Em 1960, nasciam os Beatles.
Foto: RKA/MPI/Captital Pictures/picture-alliance
"Please Please Me"
A banda, agora com Pete Best na bateria, viajou a Hamburgo para uma temporada de shows de 48 dias. O grupo mergulhou na cultura das drogas e das ideias liberais em relação ao sexo. "Posso ter nascido em Liverpool, mas cresci em Hamburgo", disse Lennon. De volta à Inglaterra, ele compôs seu primeiro grande hit, "Please Please Me", faixa título do álbum de estreia dos Beatles, de 1963.
Foto: picture-alliance/dpa
"A Hard Day's Night"
Além de músico, Lennon também atuava. Em 1964, compôs "A Hard Day's Night", faixa-título do primeiro filme da banda, "Os reis do iê, iê, iê", que concorreu em duas categorias do Oscar. Lennon também estrelou o filme "Oh, que delícia de guerra!" (1967), de Richard Lester. Em 2009, a diretora Sam Taylor-Wood lançou o longa "O garoto de Liverpool", baseado na adolescência do músico inglês.
Foto: picture-alliance/United Archives/IFTN
"The Ballad of John and Yoko"
Lennon conheceu Cynthia Powell na faculdade, em 1957. Cinco anos mais tarde, eles se casaram e, em 1963, nasceu Julian. Tudo mudou em 1966, quando o músico conheceu a artista japonesa Yoko Ono, com quem acabou se casando em 1969. A mídia logo ficou obcecada com o novo casal. No mesmo ano, o single "The Ballad of John e Yoko" chegou ao topo das paradas do Reino Unido.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Bob Dear
"Julia"
Lennon teve relacionamentos conturbados com as mulheres de sua vida. Admitiu publicamente ter violentado Cynthia (e), e todos sabiam que o relacionamento com Yoko era tempestuoso. A relação com a mãe, Julia, também não era fácil. Lennon foi criado por uma tia, e a música "Julia" é uma homenagem à mãe, que morreu em 1958.
Foto: AP
"Tomorrow Never Knows"
Nos anos 1960, Lennon estava fascinado por Timothy Leary, um dos pais da contracultura psicodélica e defensor dos benefícios espirituais do LSD. "Tomorrow Never Knows" foi o próprio cântico de louvor de Lennon à droga. Na canção, convidava os ouvintes a "desligar a mente, relaxar e boiar rio abaixo". Muitos acreditavam que "Lucy in the Sky with Diamonds" era um acrônimo disfarçado para LSD.
Foto: Getty Images
"Revolution 1"
Lennon nunca deixou de atacar o sistema. "Revolution 1", de 1968, se tornou um hino contra a ordem estabelecida. O artista causou polêmica mundo afora ao afirmar, em 1966, que os Beatles eram maiores que Jesus Cristo, levando discos da banda a serem queimados. Na música "God", de 1970, Lennon cantou: "Não acredito em Jesus. Não acredito nos Beatles! Só acredito em mim. Em Yoko e em mim."
Foto: Getty Images
"All You Need is Love"
Lennon acabou se tornando um dos maiores defensores da paz mundial, no auge da Guerra do Vietnã. "All You Need is Love", de 1967, entoou o chamado Verão do Amor, uma série de manifestações pacíficas que pediam o fim do conflito. Em 1969, ele e Yoko protagonizaram, na Holanda e no Canadá (foto), um protesto que ficou conhecido como "bed-in", onde ele compôs outro hino da paz, "Give Peace a Chance".
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"How Do You Sleep?"
Os Beatles se separaram em 1970. No ano seguinte, Paul McCartney compôs "Two Many People" – uma "cutucada" na arrogância política de Lennon e Yoko. Profundamente magoado, Lennon devolveu o ataque com a música "How Do You Sleep?", sugerindo que a única música boa de McCartney havia sido "Yesterday". Lennon continuou amigo de Ringo Starr e George Harrison e mais tarde se reconciliou com McCartney.
Foto: Jim Marshall Pho
"(Just Like) Starting Over"
Em 1975, Lennon decidiu dar uma pausa na música. Ele e Yoko reataram após uma separação de 18 meses – o que ele chamou de "fim de semana perdido" –, e o filho Sean nasceu em 9 de outubro, dia em que Lennon completava 35 anos. Após cinco anos afastado da música, ele lançou o simbólico single "(Just Like) Starting Over", em 20 de outubro de 1980. Dois meses depois, Lennon foi assassinado.
Foto: AP
"Imagine"
Mesmo com a morte de John Lennon, suas músicas foram mantidas vivas pela legião de fãs – e monumentos de paz foram erguidos em sua homenagem em cidades como Nova York, Lima, Havana, Liverpool, Reykjavik e outras. "Imagine", sua mais famosa canção, ganhou versões de cantores como Madonna, Stevie Wonder e Elton John e continua sendo uma das músicas mais tocadas de todos os tempos.