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Balanço positivo e críticas

31 de dezembro de 2009

Entrada em vigor do tratado de reforma institucional foi o principal marco da presidência sueca da União Europeia. Críticos citam a crise com Israel e veem postura impositiva em algumas questões de política externa.

Foto: DW

O primeiro-ministro sueco, Frederik Reinfeldt, faz um balanço otimista da presidência europeia assumida por seu país no segundo semestre de 2009. Segundo ele, todos os objetivos foram alcançados.

Entre as metas que a Suécia considera cumpridas nos seus seis meses de presidência estão a adoção do Tratado de Lisboa, a busca de soluções para os problemas ambientais do Mar Báltico e o fim da exigência de vistos para cidadãos de algumas nações balcânicas que viajarem a países integrantes do Tratado de Schengen.

A entrada em vigor do Tratado de Lisboa, em 1º de dezembro de 2009, marcou o final da maior crise política interna da União Europeia (UE), encerrando um longo debate sobre a reforma constitucional do bloco.

Que o presidente da República Tcheca, o eurocético Vaclav Klaus, tenha enfim assinado o tratado é também em grande parte mérito dos esforços diplomáticos de Reinfeldt.

Outro ponto positivo é a definição de uma posição da União Europeia para as questões climáticas. "Concordamos na meta de longo prazo de reduzir as emissões entre 80% a 95% até 2050", diz. "E reiteramos nossa oferta de reduzir nossas emissões em 30% [até 2020], caso outros países façam esforços equivalentes."

Alguns governos europeus também elogiaram a presidência sueca ao afirmar que ela foi transparente e eficiente.

Críticas

Mas não há apenas elogios. Muitos diplomatas europeus disseram que o primeiro-ministro sueco não foi muito transparente ao consultar países-membros sobre o preenchimento de cargos europeus.

A Suécia também foi criticada por posturas consideradas impositivas em algumas questões de política externa. Um exemplo disso foi uma sugestão do primeiro-ministro sueco, Carl Bildt, de que Jerusalém Oriental fosse declarada a futura capital de um Estado palestino.

Outros países-membros adotaram uma postura mais cautelosa, defendendo negociações sobre o futuro status de Jerusalém. Ao final, a UE aprovou uma resolução que propõe Jerusalém como capital tanto de Israel quanto de um futuro Estado palestino.

As relações entre Israel e Suécia se agravaram ainda mais quando um jornal sensacionalista sueco acusou o Exército israelense de recolher órgãos de palestinos mortos. Depois do incidente, Bildt teve que cancelar uma visita a Israel em setembro.

O parlamentar polonês Michal Tomasz Kaminski disse que a controvérsia foi um exemplo da má gestão da presidência sueca. "Os problemas que surgiram evidenciam a forma negativa como as coisas foram conduzidas nos últimos seis meses."

Novo papel da presidência rotativa

O próximo país a ocupar a presidência rotativa, a Espanha, não terá nada a dizer no que se refere à política da EU com países exteriores ao bloco. O Tratado de Lisboa criou o posto de alto representante de Política Externa e da Política de Segurança da União Europeia, ocupado pela britânica Catherine Ashton.

Além disso, o Tratado de Lisboa também criou o posto de presidente da UE, para o qual foi escolhido o ex-primeiro-ministro belga Herman van Rompuy. Ele assumirá grande parte das tarefas antes destinadas ao país que está no comando, deixando para a Espanha a missão de redefinir o papel da presidência rotativa.

Autores: Nina-Maria Potts, Susanne Henn e Alexandre Schossler
Revisão: Simone Lopes

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