Adolescente alemã que fugiu de casa é encontrada no Iraque
22 de julho de 2017
Autoridades alemãs confirmaram que Lisa W., de 16 anos, que se converteu ao islamismo e havia desaparecido no ano passado, está no Oriente Médio
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A adolescente alemã Linda W., que havia desaparecido no ano passado, foi encontrada no Iraque e está recebendo assistência do consulado alemão, informou promotor de Dresden Lorenz Haase neste sábado (22/07).
No entanto, Haase não confirmou se a jovem de 16 anos fazia parte de um grupo de mulheres que lutava com o grupo jihadista Estado islâmico (EI) e foi capturado em Mossul nesta semana, quando a cidade iraquiana que era a "capital” do califado proclamado pelos terroristas foi libertada.
"Nossas informações terminam com a chegada da garota em Istambul há cerca de um ano", disse Haase à agência de notícias Associated Press. Ele disse ainda que mais detalhes sobre a trajetória da garota depois disso fazem parte da investigação.
A menina desapareceu de sua casa na pequena cidade de Pulsnitz, nos arredores de Dresden, no ano passado, depois de ter afirmado que havia se convertido ao islamismo. Investigadores apontaram que ela estava em contato com membros do Estado Islâmico em fóruns de bate-papo online.
Casamento
De acordo com relatos da imprensa alemã, cinco cidadãs alemãs estavam entre um grupo de 20 combatentes islâmicos do sexo feminino encontrados escondidos em um túnel durante a libertação de Mossul. Além de lutar ao lado do grupo jihadista, elas também teriam se casado com membros do EI.
De acordo com a revista alemã Der Spiegel, as jovens foram levadas por forças especiais iraquianas para uma cela no aeroporto de Bagdá, onde receberam a visita de funcionários do Estado alemão.
Uma das agências de inteligência da Alemanha, Departamento Federal de Proteção à Constituição (BfV, na sigla em alemão), estima que cerca de 930 pessoas deixaram a Alemanha nos últimos anos para se juntar ao EI – cerca de 20% das quais são mulheres.
A guerra particular das mulheres contra o "Estado Islâmico"
Em meados de 2014, a organização jihadista EI invadiu os territórios dos yazidis no norte do Iraque. Centenas de mulheres foram sequestradas, violentadas, escravizadas. Agora elas lutam contra os terroristas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Localizando o inimigo
Perto da cidade de Mossul, no Iraque, a combatente curda Haseba Nauzad examina de binóculo a linha de front que separa o território curdo daquele controlado pela organização terrorista "Estado Islâmico" (EI). Em cooperação com o Exército iraquiano, os curdos ganham cada vez mais terreno contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Vanguarda da resistência
Inimigo localizado, é hora de atirar. Juntamente com a camarada yazidi Asema Dahir (3ª da dir.) e outras combatentes, Haseba mira os terroristas do EI. Como as ofensivas aéreas não bastam para derrotar os jihadistas, as yazidis e curdas formam a linha de frente no combate de solo.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Visão desimpedida
Haseba Nauzad prende os cabelos num rabo de cavalo: para mirar com exatidão, nada pode atrapalhar a visão. Para os ocidentais pouco mais do que um capricho da moda, o "military look" reflete uma sofrida realidade tanto aqui no Iraque como na Síria.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Companheiro fiel e símbolo de outros tempos
Asema Dahir faz uma pausa no combate. O ursinho de pelúcia vermelho que leva no braço é um símbolo de uma passado pacífico, encerrado abruptamente em meados 2014 com o ataque do EI. Para muitas mulheres yazidis começou aí uma época de sofrimento e de ruptura com tudo o que lhes era mais caro.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Imagem eloquente
O "Estado Islâmico" não teve piedade nem com os mais fracos. Implacavelmente perseguidos pelos fundamentalistas, em meados de 2014 centenas de milhares tiveram que procurar abrigo. Na época, esta foto de um ancião e suas acompanhantes deu a volta ao mundo como símbolo do sofrimento dos yazidis.
Foto: Reuters
Trauma de uma adolescente
Esta jovem yazidi não quis mostrar o rosto. Logo após a chegada do EI, ela foi forçada a se casar, aos 15 anos, com um militante do grupo. Dois meses mais tarde conseguiu escapar e agora vive novamente com a família. E relata horrores quase indizíveis.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Bennett
Depois da batalha
Meses a fio, os jihadistas do EI também sitiaram a cidade de Kobane, no norte da Síria, bem na fronteira com a Turquia. Lá os curdos ofereceram resistência desesperada, até conseguir vencer os terroristas com a ajuda da Força Aérea americana. Para trás ficou um mar de ruínas.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Akgul
União que faz a força
O EI ataca a todos que não compartilhem sua ideologia. Ele aposta numa tática divisiva, tentando instigar as diferentes confissões religiosas e etnias umas contra as outras. Nem sempre funciona: há muito, curdas e yazidis tornaram-se aliadas – o que já representa uma vitória simbólica contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Não à escravidão
Do ponto de vista militar, o "Estado Islâmico" ainda não está vencido, continuando a deter o controle sobre vastas regiões na Síria e no Iraque. As curdas e yazidis seguirão combatendo-o, e de quebra dão uma lição aos fundamentalistas: as mulheres não nasceram para ser escravas.