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Afastamento a prestação

(ca)4 de outubro de 2005

Com o seu recente pronunciamento, Gerhard Schröder, deu, pela primeira vez, sinais de que pode abdicar do desejo de ser novamente chanceler federal.

Schröder na reunião da executiva do seu partido, no último domingo (03/10)Foto: AP

Após uma aparição televisiva triunfal, há cerca de duas semanas, na noite do anúncio dos resultados eleitorais, em que garantia a milhões de telespectadores que “a formação de um governo estável para os próximos quatros anos também será sob a minha regência”, o chanceler federal Gerhard Schröder parece querer abrir caminho para a grande coalizão entre democrata-cristãos e social-democratas.

Após o resultado da eleição de Dresden, que rendeu mais um mandato direto para a CDU, Gerhard Schröder anunciou, na segunda-feira (03/10), novamente diante um batalhão de repórteres, que “não quero ser uma pedra no caminho de um desenvolvimento que leve à continuação dos processos de reforma, por mim iniciadas, e à formação de um governo estável na Alemanha.”

No mesmo dia, Franz Müntefering, presidente do SPD, disse que seu partido não desistiu da candidatura de Gerhard Schröder a chanceler federal, mas que esta questão fará parte de um amplo pacote de negociações.

A condição antes da reunião

Gerhard Schröder e Angela MerkelFoto: AP

Assim como Münterfering, Gerhard Schröder também afirmou que não se tratava da sua aspiração ou de sua pessoa, mas sobretudo da diretiva política de seu partido, o que somente a própria executiva partidária poderá decidir.

Embora haja especulações de que os social-democratas desistiriam da candidatura de Schröder à Chancelaria Federal em troca de altos cargos governamentais, o SPD ainda não abdicou oficialmente desta exigência para montar uma coalizão com a CDU.

A reunião de cúpula dos dois partidos, marcada para esta quarta-feira (05/10) ameaça fracassar. Devido à falta de consenso quanto ao futuro ocupante da Chancelaria Federal, é esperado que esta reunião seja logo interrompida pela CDU. Continua a condição de que reuniões para a sondagem de uma eventual grande coalizão entre CDU e SPD só poderão ser levadas a cabo, se os social-democratas aceitarem Angela Merkel como futura chanceler federal alemã.

O futuro de Schröder e do SPD

O presidente do SPD, Franz Muentefering, mostra, em gráfico, o resultado das eleiçõesFoto: AP

Qualquer pergunta sobre seus planos pessoais, caso deixe a Chancelaria Federal alemã, não é respondida por Schröder. Ele recusa também a idéia de assumir a Vice-Chancelaria.

O grande objetivo político de Schröder, oriundo de família humilde da Baixa Saxônia, sempre foi ser chanceler federal. Com o pai morto na Segunda Guerra Mundial, um mês após o seu nascimento, sua mãe teve que trabalhar como faxineira para o sustento da família. Schröder explica com a sua história de vida que “eu sempre tive que lutar, desde o começo da minha vida, sempre tive que me impor, sempre quis alcançar algo”. Não é de se esperar que, com esta biografia, Schröder se contente com um cargo de segundo escalão.

Os antecessores de Schröder, os ex-chanceleres Helmut Kohl e Helmut Schmidt, continuaram, por pelos menos mais um período legislativo, no Parlamento. Willy Brandt ficou por mais de dez anos. Comenta-se também que, devido à afeição de sua esposa, Doris Schröder-Kopf, por Nova York, eles emigrariam para os Estados Unidos. Boato que Schröder desmente, explicando que "sua Nova York é Hannover”.

Por outro lado, uma outra possibilidade mencionada nas atuais discussões políticas na Alemanha é o eventual esfacelamento do SPD, caso forme uma grande coalizão com a CDU.

Se o chanceler federal Gerhard Schröder dividirá com a antiga chanceler britânica, Magareth Thatcher, o gosto amargo de ter sido abandonado por seu partido ou se, como Luís 14, o dilúvio lhe sucederá – estas serão cenas dos próximos capítulos.

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