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AfD terá primeira prefeitura de cidade média na Alemanha

17 de dezembro de 2023

Vitória confirma ascensão do partido eurocético e anti-imigração, sobretudo nos estados da antiga Alemanha Oriental. Partido de ultradireita vai governar Pirna, no Leste, com população de cerca de 40 mil habitantes.

Tim Lochner com um leve sorriso
Tim Lochner obteve mais de 38% dos votosFoto: Sebastian Kahnert/dpa/picture alliance

O partido de ultradireita Alternativa para Alemanha (AfD) elegeu neste domingo (17/02) seu primeiro prefeito de uma cidade de médio porte, em uma nova vitória que confirma a ascensão do partido eurocético e anti-imigração, sobretudo no leste do país. 

Tim Lochner, de 53 anos, vai governar a cidade de Pirna, de cerca de 40 mil habitantes, situada no estado da Saxônia, a aproximadamente 25 quilômetros a sudeste da capital estadual, Dresden, e perto da fronteira com a República Tcheca.

Ele obteve 38,54% dos votos no segundo turno, derrotando Kathrin Dollinger-Knuth, do tradicional partido conservador União Democrata Cristã (CDU), que ficou em segundo lugar, com 31,4% dos votos, e Ralf Thiele, do partido nanico Freie Wähler (eleitores livres), que obteve 30,1%.

Alice Weidel, co-líder do AfD, saudou o resultado como "histórico". É a primeira vez que a AfD elege um chamado "Oberbürgermeister", prefeito de municípios considerados maiores no país.

Fortalecimento da AfD?

O ano de 2023 está sendo especialmente bem-sucedido para a AfD. Em julho, o partido conquistou sua primeira prefeitura no país. Hannes Loth venceu na pequena cidade de Raguhn-Jeßnitz, no estado da Saxônia-Anhalt, também no leste.

Um mês antes, a legenda havia vencido sua primeira eleição para conselho distrital, com o candidato Robert Sesselmann no distrito de Sonneberg, na Turíngia, outro estado do leste.

Embora o partido de ultradireita seja mais popular no leste alemão, pesquisas em todo o país mostram que, se as eleições federais fossem hoje, a AfD receberia cerca de 20% das intenções de voto, tornando-se a segunda maior força do Bundestag (a Câmara baixa do Parlamento alemão), atrás apenas da CDU da ex-chanceler federal Angela Merkel.

Se levados em conta apenas os estados da antiga Alemanha Oriental, ou seja, o Leste alemão, a percentagem de eleitores dispostos a votar na AfD é superior a 30%, segundo as sondagens. E justamente em três desses cinco estados ocorrem eleições estaduais no próximo ano: Turíngia, Saxônia e Brandemburgo.

Atualmente, a AfD detém 78 dos 736 lugares no Bundestag, o que equivale a 10,6% dos deputados federais. O Partido Social-Democrata do chanceler federal Olaf Scholz detém 207 lugares, seguido de 197 da CDU, 118 dos Verdes e 92 do Partido Liberal Democrático (FDP). Tanto FDP quanto o Partido Verde integram a coalizão federal de governo junto ao SPD.

O resultado deste domingo foi divulgado poucos dias depois de o diretório do partido no estado da Saxônia se juntar ao da Turíngia e da Saxônia-Anhalt e ser classificado como uma organização extremista de direita e, portanto, que requer o acompanhamento do serviço secreto a fim de prevenir riscos à segurança interna e à ordem liberal-democrática do país. O anúncio foi feito pelo Departamento de Proteção da Constituição do estado da Saxônia, que observou o diretório por quatro anos antes de adotar essa classificação.

le/rk (Lusa, ots)