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Afeganistão: "Mãe de todas as bombas" matou 36 jihadistas

14 de abril de 2017

Bomba mais potente do arsenal não nuclear dos EUA atingiu sistema de túneis do "Estado Islâmico" no leste do país. Segundo governo afegão, não há vítimas civis. Grupo jihadista nega haver combatentes mortos ou feridos.

USA Bombe GBU-43/B in Florida
Imagem de teste da "mãe de todas as bombas" na FlóridaFoto: picture-alliance/ZUMA Wire/US Air Force

Pentágono divulga explosão da "mãe de todas as bombas" no Afeganistão

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O Pentágono divulgou nesta sexta-feira (14/04) o vídeo do momento em que a bomba GBU-43, a mais potente do arsenal não nuclear dos Estados Unidos e nunca antes utilizada, atinge um sistema de túneis do "Estado Islâmico" (EI) no leste do Afeganistão.

A bomba lançada pelos americanos destruiu uma rede de túneis utilizada pelo "Estado Islâmico" e causou a morte de ao menos 36 combatentes do grupo radical islâmico, afirmou o governo afegão. O grupo jihadista negou que tenha havido mortos ou feridos com a explosão.

"Na sequência do bombardeio, esconderijos estratégicos do Daesh (sigla em árabe para 'Estado Islâmico') e uma rede de túneis foram destruídos, e 36 combatentes do Estado Islâmico foram mortos", afirmou o Ministério afegão da Defesa. As autoridades afegãs descartaram a possibilidade de vítimas civis.

O general John W. Nicholson, comandante das tropas dos Estados Unidos no Afeganistão, disse que a bomba GBU-43, conhecida como "mãe de todas as bombas", era a arma adequada. Segundo ele, a base atingida era um grande obstáculo na luta contra o grupo terrorista e este "era o momento correto para usá-la". O general confirmou que foram contabilizados 36 mortos no ataque, "totalmente coordenado" com o governo afegão, e salientou que não foram registradas baixas civis.

As imagens aéreas mostram o momento em que a "mãe de todas as bombas" cai no declive de uma montanha do distrito de Achin, na província de Nangarhar, com uma potência equivalente a 11 toneladas de TNT. Uma imensa coluna de fumaça e escombros aparece após a explosão, que neste tipo de dispositivo acontece antes de tocar a terra para criar uma potente onda expansiva capaz de derrubar túneis e bunkers ao gerar um pequeno terremoto.

Recado para EI

Uma das primeiras vozes ouvidas contra esta ação militar foi a do ex-presidente afegão Hamid Karzai.  "Nós temos de ser mais duros, e de forma veemente condeno o lançamento da última arma, a maior bomba não nuclear, no Afeganistão, pelos EUA", escreveu Karzai, na rede social Twitter. 

A bomba foi lançada na quinta-feira pela primeira vez em combate, uma vez que até agora estava apenas sujeita a testes, o primeiro dos quais em 2003 na Base Aérea de Englin, na Flórida. Outro teste foi realizado em 21 de novembro do mesmo ano.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, disse que o objetivo do bombardeio era acabar com um "sistema de túneis" do grupo radical autoproclamado "Estado Islâmico", que permitia aos seus milicianos "mover-se com liberdade e atacar com mais facilidade os militares americanos e as forças afegãs". 

Segundo observadores, com o bombardeio, os EUA enviam agora um recado para o "Estado Islâmico". Em conversa com a DW, Michael Kugelman, do Centro Woodrow Wilson em Washington, afirmou: "Os EUA vão caçar o EI onde quer que o grupo esteja, não importa se no Afeganistão ou em outro lugar. No entanto, o atual bombardeio não deve ser entendido como um precedente para futuros ataques contra o EI."

De acordo com Kugelman, nos últimos meses, os EUA e o governo afegão fizeram grandes avanços no combate ao EI na região. "Eu acredito que o bombardeio tinha o objetivo de atingir os combatentes que haviam sobrevivido nas operações afegão-americanas e haviam se recolhido no sistema de túneis."

CA/efe/lusa/dw

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