Afeganistão e EUA assinam aguardado acordo de segurança
30 de setembro de 2014Um dia após a posse do novo presidente Ashraf Ghani, o governo do Afeganistão assinou nesta terça-feira (30/09) um aguardado acordo bilateral de segurança com os Estados Unidos, que permite a permanência de tropas americanas no país após o fim deste ano. O acordo, que já havia sido negociado no final de 2013, era uma das promessas de campanha de Ghani.
O documento foi assinado pelo conselheiro de segurança nacional do Afeganistão, Hanif Atmar, e pelo embaixador americano, James Cunningham, em cerimônia realizada no palácio presidencial em Cabul e transmitida pela televisão.
Sob os termos do acordo, cerca de 10 mil soldados americanos devem permanecer no país para treinar e auxiliar as forças de segurança afegãs depois do encerramento, no final deste ano, da missão militar da Otan no país, liderada pelos EUA.
O antecessor de Ghani, Hamid Karzai, havia se recusado a assinar o acordo, o que havia abalado as relações entre Afeganistão e Estados Unidos. O governo americano havia ameaçado retirar completamente as tropas do Afeganistão, caso as forças americanas não dispusessem de proteção legal.
Ghani disse que o acordo sinaliza uma mudança fundamental nas relações do país com o mundo. "Este acordo é apenas para a segurança e a estabilidade do Afeganistão. Acordos assim são do nosso interesse nacional. O Acordo Bilateral de Segurança [BSA, em inglês] vai preparar o terreno para o Afeganistão assumir o controle", disse depois da assinatura do documento.
"Até hoje, a presença de tropas estrangeiras no país era baseada na resolução do Conselho de Segurança da ONU, mas agora há uma igualdade entre o Afeganistão e seus parceiros estrangeiros", completou Ghani.
O chefe de governo, Abdullah Abdullah, também saudou o acordo e concordou que ele é benéfico ao país. "Ele foi assinado após muitas considerações cuidadosas", garantiu, acrescentando que o "BSA não é uma ameaça para os países vizinhos".
Durante a mesma cerimônia, o governo afegão assinou outro acordo de segurança com a Otan, que permite que os membros europeus da organização também contribuam com as forças estrangeiras que devem permanecer no país.
PV/rtr/dpa/afp