Agência alemã alerta sobre perigo de mutações do coronavírus
5 de fevereiro de 2021
Segundo presidente do Instituto Robert Koch, vírus ganhou impulso com novas variantes registradas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil.
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O presidente do Instituto Robert Koch (RKI), agência alemã para o controle e prevenção de doenças no país europeu, Lothar Wieler, fez um alerta nesta sexta-feira (05/02) sobre a disseminação de variantes do coronavírus.
"O Sars-CoV-2 tornou-se globalmente mais perigoso", disse. "O vírus ainda não está cansado. Pelo contrário, acabou de ganhar um impulso", ressaltou Wieler ao falar sobre as mutações detectadas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil.
Segundo ele, a pandemia de covid-19 está "mais perigosa" na Alemanha devido às novas cepas do vírus. Wieler afirmou ainda que laboratórios alemães examinaram na semana passada o sequenciamento genético do coronavírus em mais de 30 mil amostras positivas colhidas no país para avaliar a disseminação das novas variantes.
A mais comum delas é a mutação britânica, que já foi detectada em 13 dos 16 estados alemães e representa pouco menos de 6% dos casos. No entanto, para Wieler, este número deve aumentar à medida que a variante é detectada "com mais e mais frequência".
"Elas [as mutações] ainda não são dominantes, mas temos que reconhecer que sua participação continuará a aumentar, assim como foi relatado em outros países europeus nas últimas semanas", explicou.
Uma análise em massa de testes positivos realizada no final de janeiro na França revelou que 14% dos casos são suspeitos de serem da variante britânica, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pela agência de saúde pública francesa. Isso significa um aumento de 3% em relação a um mês antes.
De acordo com Wieler, a cepa britânica é mais contagiosa do que o vírus original e há indícios de que essa mutação também possa levar a um quadro mais grave da doença. O presidente do RKI alerta ainda que a pandemia ainda está longe do fim e que os cuidados não podem ser deixados de lado.
Para impedir a disseminação das mutações no país,proibiu a entrada no país até 17 de fevereiro de viajantes vindos do Reino Unido, do Brasil, da África do Sul e de outros países com forte presença de variantes mais transmissíveis.
Um caso da cepa descoberta no Amazonas chegou a ser registrado na Alemanha: uma pessoa assintomática procedente do Brasil testou positivo para a covid-19 mediante um exame de PCR. Uma análise de laboratório revelou que se tratava da variante brasileira.
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Ministro otimista
Apesar das preocupações com as novas variantes, o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, disse que nesta sexta-feira que há bons sinais de que as restrições impostas pelo governo, como o lockdown em vigor desde 16 de dezembro, estão tendo resultados. Pela primeira vez em dois meses, a Alemanha tem menos de 200 mil infecções ativas. Além disso, o número semanal de novos casos confirmados caiu para 80 a cada 100 mil habitantes. A meta do governo é que o índice volte a ficar abaixo de 50.
Spahn também disse que a introdução da vacina da AstraZeneca-Oxford "faria uma diferença real" na campanha de imunização da Alemanha. A União Europeia utiliza atualmente vacinas da Pfizer-BioNTech e da Moderna e vem sofrendo com atrasos na entrega dos imunizantes.
As regras existentes sobre quem deve ser vacinado primeiro serão ajustadas, já que inicialmente a vacina AstraZeneca-Oxford só será aplicada no país em pessoas de 18 a 64 anos, por falta de estudos em pacientes acima dessa idade.
Até agora, a Alemanha aplicou a primeira dose de vacinas contra a covid-19 em 2,1 milhões de pessoas.
Spahn também garantiu que haverá punição para aqueles que furarem a fila da vacinação. Recentemente, um diretor de um hospital se desculpou por ter sido vacinado antes de médicos e enfermeiros. Já em Stendal, no leste do país, cerca de 320 policiais receberam doses da vacina, irritando autoridades locais.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, deve discutir o atual lockdown e medidas para impedir a disseminação das variantes com os 16 governadores na próxima quarta-feira.
"Se dermos a essas mutações a chance de se espalharem, correremos o risco de um novo aumento nas infecções", advertiu Spahn. "Temos os meios para combater o vírus, não imediatamente, mas no decorrer do ano", acrescentou.
A Alemanha registrou nesta sexta-feira 12.908 novos casos de coronavírus e 855 mortes. No total, o país tem 2.264.909 infecções e 60.597 óbitos.
le/cn (DPA, AP, AFP)
Celebridades e políticos que testaram positivo para covid-19
Várias estrelas de cinema contraíram o coronavírus. A doença varreu a elite política global e afetou também os melhores atletas.
Foto: Joshua Roberts/Reuters
Emmanuel Macron
O presidente da França foi diagnosticado com o coronavírus dias depois de uma cúpula dos líderes da União Europeia, o que levou várias autoridades do bloco a adotarem o isolamento. Nos dias que antecederam o resultado, ele se reuniu também com lideranças políticas da França e membros de seu gabinete. Seus assessores disseram que ele mantém estilo de vida saudável e se exercita regularmente.
Foto: Lewis Joly/AP Photo/picture alliance
Donald Trump
Após menosprezar a doença durante meses, o presidente dos Estados Unidos confirmou que ele e a primeira-dama, Melania Trump, estavam infectados com o coronavírus em plena reta final de sua campanha à reeleição. Trump raramente aparecia em público usando máscaras de proteção e ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde.
Foto: picture-alliance/CNP/A. Drago
Andrzej Duda
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, testou positivo para o coronavírus, anunciou um porta-voz no dia 24 de outubro. Dias antes, ele esteve em um fórum de investimento na Estônia, onde se encontrou com o presidente búlgaro, Rumen Radev, que entrou em isolamento profilático depois de ter contato com alguém infectado em seu país de origem. No entanto, não foi confirmado como Duda se contaminou.
Foto: Photoshot/picture-alliance
Andrea Bocelli
O tenor italiano Andrea Bocelli testou positivo para o novo coronavírus em março. Ele relatou que teve apenas febre leve, e no mês seguinte, já fez uma apresentação na Catedral de Milão, vazia devido às regras de restrição.
Foto: Getty Images/S.Legato
Robert Pattinson
O ator, de 34 anos, mais conhecido por estrelar como o vampiro Edward Cullen na saga cinematográfica "Twilight", testou positivo para covid-19, obrigando a produção de "The Batman" a uma pausa apenas três dias depois de ter retomado trabalhos. Pattinson, que também foi Cedric Diggory na adaptação cinematográfica de "Harry Potter e o cálice de fogo", sucede Ben Affleck como o Homem Morcego.
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/E. Chesnokova
Dwayne 'The Rock' Johnson
O lutador que virou estrela de cinema se tornou uma das mais recentes celebridades a contraírem covid-19. Em um vídeo no Instagram, Johnson revelou que ele, sua esposa e duas filhas testaram positivo — acrescentando que ele teve "uma experiência difícil" com os sintomas. Ele também pediu às pessoas que parem de "politizar" a pandemia e "usem máscara".
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Shotwell
Neymar
O craque brasileiro é um dos três jogadores do PSG a contraírem o vírus, informou a agência de notícias AFP em 2 de setembro. Acredita-se que o surto no clube esteja relacionado a uma viagem de férias que o time fez à ilha espanhola de Ibiza. Posteriormente, Neymar postou uma foto no Instagram com seu filho, que também supostamente testou positivo: "Obrigado pelas mensagens. Estamos todos bem".
Foto: Getty Images/AFP/D. Ramos
Silvio Berlusconi
O ex-premiê italiano de 83 anos testou positivo para o vírus e estaria assintomático, segundo anúncio de seu médico em 2 de setembro. Dois dos filhos de Berlusconi e sua namorada de 30 anos também testaram positivo. O ex-premiê testou positivo depois de passar férias na costa da Sardenha, onde os ricos e famosos da Itália costumam desdenhar das políticas de restrição.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Vojinovic
Usain Bolt
A lenda do atletismo Usain Bolt testou positivo poucos dias depois de realizar uma festa para comemorar seu 34º aniversário no final de agosto. O detentor do recorde para os 100 e 200 metros rasos disse que entrou em quarentena, mas que não estava exibindo sintomas. Vídeos da festa de aniversário ao ar livre de Bolt mostraram convidados sem máscaras durante a celebração.
Foto: Reuters/M. Childs
Antonio Banderas
O ator espanhol teve uma surpresa indesejável em seu 60º aniversário em meados de agosto, depois de um teste positivo para o coronavírus. Banderas disse que passou seu aniversário isolado e que estava "mais cansado do que de costume", mas "esperando se recuperar o mais rápido possível".
Foto: picture-alliance/Captital Pictures
Jair Bolsonaro
O presidente brasileiro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia, contraiu o vírus em julho. Ele foi criticado por ignorar as medidas de segurança recomendadas por especialistas em saúde antes e depois de seu diagnóstico, incluindo apertar as mãos e abraçar apoiadores na multidão. Sua mulher, Michelle, e os filhos Jair Renan e Flávio também testaram positivo.
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Tom Hanks
O ator Tom Hanks e sua mulher, a atriz e cantora Rita Wilson, foram algumas das primeiras celebridades a anunciar que contraíram o vírus. O casal testou positivo para a covid-19 em meados de março, quando estava na Austrália. Depois de se recuperar e retornar aos Estados Unidos, Hanks defendeu que as pessoas façam sua parte para retardar a propagação da doença.
Foto: picture-alliance/AP/Invision/J. Strauss
Sophie Gregoire Trudeau
Sophie Gregoire Trudeau, mulher do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, testou positivo para coronavírus depois de retornar do Reino Unido em meados de março. O marido dela anunciou ter se isolado na residência oficial, mesmo sem apresentar sintomas da enfermidade.
Foto: Reuters/P. Doyle
Boris Johnson
No final de março, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, contraiu o coronavírus que o levou ao hospital por vários dias. Johnson passou uma semana em um hospital em Londres e três noites na UTI, onde recebeu oxigênio e foi observado 24 horas por dia. Ele teve alta em meados de abril, e os funcionários do hospital receberam o crédito de ter salvado sua vida.
Foto: picture-alliance/AP Photo/S. Dawson
Ambrose Dlamini
O primeiro-ministro de Essuatíni (antiga Suazilândia), Ambrose Dlamini, contraiu o coronavírus e morreu em decorrência da covid-19, em dezembro de 2020. Ele tinha 52 anos e chegou a ser internado em um hospital da África do Sul, mas não resistiu.
Foto: RODGER BOSCH/AFP
Hamilton Mourão
O vice-presidente, Hamilton Mourão, anunciou no final de dezembro de 2020 que havia testado positivo para a covid-19. Ele ficou 12 dias em isolamento no Palácio do Jaburu, em Brasília. Antes de receber o diagnóstico, o vice-presidente teve dor no corpo, dor de cabeça e febre que não passou de 38 graus. Em março de 2021, ele recebeu a primeira dose da Coronavac.
Foto: Sergio Lima/AFP
Larry King
O lendário apresentador de TV americano Larry King morreu em janeiro de 2021, em decorrência da covid-19. Ele tinha 87 anos e comandava um tradicional programa de entrevistas na CNN há mais de duas décadas.
Foto: Radovan Stoklasa/REUTERS
Alberto Fernández
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, de 62 anos, anunciou no começo de abril de 2021 que contraiu o coronavírus. Segundo a Unidade Médica Presidencial, ele não teve sintomas, graças à imunização pela vacina russa Sputnik V, recebida dois meses antes.