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Agência da UE que aprova vacinas é alvo de ciberataque

10 de dezembro de 2020

Pfizer e BioNTech confirmam invasão à Agência Europeia de Medicamentos, mas processo de aprovação de imunizante continua. Nos últimos meses foram registradas ações semelhantes contra entidades que combatem a pandemia.

Agência Europeia de Medicamentos é mais uma entidade envolvida na luta contra covid-19 a ser alvo de ciberataque
Agência Europeia de Medicamentos é mais uma entidade envolvida na luta contra covid-19 a ser alvo de ciberataqueFoto: DW/G. Matthes

A agência reguladora da União Europeia (UE) encarregada de aprovar a utilização das vacinas contra covid-19 no continente, informou nesta quarta-feira (10/12) ter sido alvo de um ataque cibernético.

A farmacêutica americana Pfizer e o laboratório alemão BioNTech, cujo imunizante desenvolvido por ambas aguarda aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), confirmaram que seus documentos foram "acessados ilegalmente” no ciberataque.

Em comunicado, as empresas disseram que nenhum de seus sistemas foi violado no incidente. "Não estamos cientes de que qualquer dado pessoal tenha sido acessado”, afirma a nota da Pfizer. A BioNTech, por sua vez, declarou não ter detectado que nenhum dos participantes do estudo pudesse ter sido identificado através do ataque cibernético.

"A EMA nos assegurou que o ciberataque não terá impacto sobre o cronograma de sua avaliação”, declararam as empresas.

A agência de combate a ataques cibernéticos do Reino Unido, país que iniciou nesta terça-feira um programa de vacinação em massa com o imunizante da Pfizer-BioNTech, disse que trabalha com parceiros internacionais para "compreender o impacto do incidente” ocorrido na EMA.

"Até o momento, não há provas que possam sugerir que a agência reguladora de medicamentos do Reino Unido tenha sido afetada”, afirmou o Centro Nacional de Segurança Cibernética em nota.

A EMA, com sede em Amsterdã, confirmou o ciberataque a poucas semanas de sua decisão sobre a aprovação em caráter especial a duas vacinas contra o coronavírus Sars-Cov-2.

A agência europeia disse que lançou uma investigação sobre o caso em cooperação com a polícia e outras entidades. "A EMA está totalmente operacional e todos os trabalhos continuam”, declarou o órgão.

O papel da EMA como agência reguladora do bloco das 27 nações significa que ela tem acesso a dados de segurança e qualidade de medicamento de testes clínicos e de laboratório das empresas que entram com pedidos de autorização de seus produtos.

A decisão sobres a vacina da Pfizer-BioNTech será comunicada no máximo até o dia 29 de dezembro. O resultado da avaliação do imunizante desenvolvido pela farmacêutica Moderna deverá ser divulgado em 12 de janeiro.

A EMA também avalia as vacinas produzidas pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca e outra produzida pela Johnson & Johnson.

Alertas sobre ciberataques em vários países

Esta foi a primeira vez em que a agência europeia se tornou alvo de um crime cibernético. Entretanto, apesar de nos últimos meses surgirem uma série de alertas sobre possíveis ciberataques associados à pandemia de covid-19. Em julho, o Reino Unido afirmou que hackers russos ligados ao Kremlin teriam agido contra laboratórios que desenvolviam vacinas.  

Segundo o Wall Street Journal, criminosos teriam tentado invadir os sistemas de várias empresas como Johnson & Johnson, Novavax, AstraZeneca, aluem de laboratórios da Coreia do Sul. Farmacêuticas espanholas relataram ataques de hackers chineses, segundo informou em setembro o jornal El Pais.

Em novembro, a Microsoft alertou sobre a necessidade de combater ciberataques realizados por governos e "atores malignos”, após hackers causarem perturbações a uma série de organizações de saúde que combatem a pandemia, em países como o Canadá, França, Índia Coreia do Sul e Estados Unidos. Essas entidades, segundo a empresa de tecnologia, estariam "diretamente envolvidas nas pesquisas obre vacinas e tratamentos contra a covid-19”. 

Na semana passada, a IBM também revelou uma série de ataques contra empresas envolvidas nos esforços para desenvolver vacinas e jogou as suspeitas sobre agentes de governos estrangeiros. Entre os alvos estariam a diretoria-geral de impostos e união alfandegária da UE, além de empresas europeias e asiáticas envolvidas nas cadeias de abastecimento.

RC/ap/afp

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