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Agência de energia: superada escassez de gás na Alemanha

8 de janeiro de 2023

Com reservatórios cheios, país teria vencido fase de oscilações de preços do gás e temor de colapso do abastecimento – ameaças desde que Rússia suspendeu o fornecimento, na sequência das sanções pela invasão da Ucrânia.

Boca acesa de fogão a gás
Foto: picture alliance / Inderlied/Kirchner-Media

A Bundesnetzagentur, agência reguladora de energia da Alemanha, considera improvável um quadro de escassez de gás durante este inverno, porém defende a necessidade de manter o esforço de poupança.

"Com toda margem de insegurança, não conto que alguma coisa ainda dê errado neste inverno", afirmou o diretor do órgão, Klaus Müller, na edição deste domingo (08/01) do jornal alemão Bild am Sonntag.

Ele calcula que no fim do inverno (segunda quinzena de março) os depósitos de gás estarão a 50% da capacidade total. No momento, seu nível é de 90%. O governo alemão estabelecera como meta que em fevereiro os depósitos estivessem a 40%.

"Nunca se pode dizer 'nunca', mas, sim: a suposição de que não alcançaremos essa meta não é realista", reforçou o diretor da Bundesnetzagentur.

Ao encher seus reservatórios, Europa tirou toda base para especulações de preço do gás", afirma Klaus MüllerFoto: Oliver Berg/dpa/picture alliance

Preços de volta ao patamar de dezembro de 2021

Apesar desse otimismo, Müller frisou a necessidade de se manter uma politica de economia de combustível, já que o contrário "sairia muito caro" e seria "insolidário": "Um aumento do consumo de gás conduziria a um aumento dos preços para as indústrias muito dependentes da energia que, depois de verem seus gastos aumentarem exponencialmente no verão, podem agora recuperar", argumentou.

Müller conta também com um fim das oscilações de preços, já que "atualmente o gás voltou a custar tanto quanto em dezembro de 2021", principalmente por que a Europa encheu seus reservatórios, e assim tirou toda base para eventuais especulações". Assim, "há bons indícios de que alcançamos um patamar de preços com que podemos contar nos próximos um a dois anos".

Contudo, pelo menos três fatores de risco permanecem: que o próximo inverno seja mais frio; que a China volte a intensificar seu consumo de energia; e eventuais ameaças a infraestruturas de gás, já que "o ataque às tubulações da Nordstream mostrou que existe um risco de segurança".

Na sequência da invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, para compensar a falta do gás natural proveniente da Rússia, que representava 60% do consumo nacional, a Alemanha implementou uma estratégia que incluiu o apelo à poupança, a criação de uma infraestrutura para gás liquefeito e a substituição por outras fontes de energia nas usinas movidas a gás.

av (AFP;Reuters,Lusa,EFE,DPA)

 

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