Agência europeia conclui que vacina de Oxford é segura
18 de março de 2021
Entidade de medicamentos da UE recomenda uso do imunizante contra covid-19, após ampla análise sobre indícios de surgimento de coágulos em vacinados. Alemanha e outros países anunciam retomada da vacinação com a droga.
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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu nesta quinta-feira (18/03) que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford é "segura e eficiente". O anúncio ocorreu após uma ampla análise sobre a possibilidade do surgimento de coágulos sanguíneos em vacinados.
A diretora da agência, Emer Cooke, disse que o comitê que examinou o medicamento chegou a uma "conclusão científica clara". "Esta é uma vacina segura e eficiente. É benéfica em proteger pessoas da covid-19 e dos riscos associados de morte e hospitalização, e supera os possíveis riscos."
Nos últimos dias, autoridades em diversos países relataram o surgimento de coágulos em algumas pessoas vacinadas com o imunizante, o que levou vários governos europeus, incluindo Alemanha, França e Itália, a suspenderem a aplicação da vacina. A medida resultou em atrasos nas campanhas de imunização no continente, que já enfrentavam dificuldades.
Cooke afirmou, porém, que a agência não conseguiu eliminar uma possível ligação entre a vacina e os incidentes com coágulos sanguíneos, e incluirá uma explicação sobre os potenciais riscos nos materiais de informação para os profissionais de saúde e nas bulas.
A EMA, que deu aval ao imunizante de Oxford em janeiro, esteve sob forte pressão para esclarecer as preocupações de segurança em relação à vacina.
A análise incluiu dados de 5 milhões de pessoas, incluindo 30 casos de desordens sanguíneas incomuns em cidadãos do Espaço Econômico Europeu (EEE), que abrange 30 países do continente. Em toda essa região, mais de 45 milhões de doses da vacina da AstraZeneca-Oxford já foram aplicadas.
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Países anunciam retomada da vacinação
Logo após o anúncio da EMA, alguns países europeus que haviam suspendido o uso da vacina da AstraZeneca comunicaram que vão retomar a aplicação do imunizante já nesta sexta-feira, entre eles Alemanha, Itália, Lituânia, Letônia, Chipre e França. A Espanha informou que vai voltar a aplicar a vacina na próxima semana.
O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, informou que a decisão de dar continuidade à vacinação com a droga da AstraZeneca foi tomada pelos governos federal e estaduais e pelo Instituto Paul Ehrlich, responsável pela regulação e aprovação de medicamentos no país.
"A análise da EMA confirma nossa abordagem", disse Spahn. "Foi correto suspender as vacinações como medida de precaução, até que se analisasse o acúmulo conspícuo de casos desse tipo muito raro de trombose."
Já na França, para demonstrar a confiança no imunizante, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, deverá receber uma dose da vacina da AstraZeneca nesta sexta-feira, em frente a câmeras de televisão.
OMS também recomenda vacina de Oxford
Também nesta quinta-feira, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde (MHRA, na sigla em inglês) do Reino Unido disse que não há nenhuma ligação entre os coágulos sanguíneos e a vacina AstraZeneca ou com o imunizante da Pfizer-BioNTech, que também está sendo aplicado no país.
"Não há evidência de que coágulos sanguíneos nas veias estejam ocorrendo mais do que o esperado na ausência de vacinação, para qualquer uma das vacinas", disse June Raine, presidente-executiva da MHRA.
Na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia recomendado a utilização da vacina. "A OMS estima que o balanço risco/benefício se inclina a favor da vacina da AstraZeneca e recomenda que as vacinas continuem" a ser administradas, diz um comunicado da agência da ONU.
De acordo com a entidade, as vantagens do uso da vacina "são maiores que os riscos". A OMS diz que é comum o registro de efeitos adversos em pessoas que recebem doses de algum dos tipos do medicamento, "o que, não necessariamente, significa que estejam relacionados com a imunização".
Por que países europeus suspenderam a vacina de Oxford?
01:30
As dúvidas sobre o agente imunizante da companhia afetavam em especial a OMS, já que a maioria das doses distribuídas até o momento pelo programa Covax foi produzida pela AstraZeneca.
Desde o fim de fevereiro, a iniciativa e a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi) distribuíram cerca de 230 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca em 140 diferentes países.
rc/ek (Reuters, DPA)
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
Foto: picture-alliance/imagebroker
Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
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Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
Foto: picture-alliance/dpa/KEYSTONE/U. Flueeler
Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
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Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
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Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
Foto: picture-alliance/OKAPIA KG/G. Gaugler
Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
Foto: Imago Images
Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.