Covid-19: Agência da UE dá aval para vacinação de crianças
28 de maio de 2021
EMA recomenda uso do imunizante da Pfizer em menores com mais de 12 anos. Decisão é baseada em estudo com mais de 2 mil adolescentes nos EUA, que demonstrou eficácia da vacina para faixa etária.
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A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) anunciou nesta sexta-feira (28/05) que recomenda o uso da vacina contra coronavírus produzida pela Pfizer/BioNTech em crianças acima de 12 anos.
A recomendação acompanha decisões semelhantes anunciadas no mês passado por reguladores no Canadá e nos EUA, num momento em que países ricos se aproximam lentamente de suas metas de vacinação para adultos, visando agora imunizar o maior número de pessoas possível.
A Comissão Europeia ainda tem que dar seu aval para que a recomendação da EMA tenha um efeito prático na União Europeia, mas isso agora é considerado apenas uma formalidade.
Alemanha quer vacinar crianças
A decisão abre caminho para que a Alemanha inicie a imunização de menores contra o coronavírus já no próximo mês, quando a campanha de vacinação contra covid-19 no país deixa ser regulada por uma sequência de grupos prioritários. O anúncio da EMA ocorre um dia após a chanceler federal alemã, Angela Merkel, ter afirmado que isso só dependia da aprovação da agência europeia. Ela destacou, entretanto, que as crianças, assim como os adultos, não serão obrigadas a tomar o inoculante e que não haverá uma campanha específica para a imunização de menores.
A recomendação da EMA para o uso do imunizante da Pfzer em crianças foi baseada em um estudo realizado com mais de 2 mil adolescentes nos EUA, que demonstrou que a vacina é segura e eficaz para a faixa etária.
Aval na UE em dezembro
A vacina da Pfizer e BioNTech foi a primeira a conseguir autorização na União Europeia, em dezembro, para aplicação em maiores de 16 anos.
Os pesquisadores da EMA afirmaram que continuarão a monitorar os efeitos de longo prazo em termos de eficácia e segurança nas crianças ainda pelos próximos dois anos.
A maioria das vacinas contra covid-19 no mundo foi autorizada para adultos, que correm maior risco de desenvolver quadros mais graves e morte por causa do coronavírus.
Mas vacinar menores pode ser fundamental para impedir surtos, já que algumas pesquisas mostraram que crianças podem desempenhar um papel na disseminação do vírus, embora a maioria delas normalmente não desenvolva quadro grave de covid-19.
md (AP, DPA)
As vacinas contra covid-19 aprovadas na UE
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) liberou cinco imunizantes para combater a pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2. Saiba de onde vêm e como funcionam.
Foto: Christof STACHE/AFP
Pfizer-Biontech (BNT162b2)
Desenvolvida pela alemã Biontech e produzida pela americana Pfizer, é uma vacina de RNA mensageiro (mRNA). Seu princípio é fazer o próprio corpo produzir a proteína do vírus. Depois que o material é injetado no corpo humano, ele instrui o organismo a produzir a proteína, incentivando a fabricação de anticorpos contra Sars-Cov-2. O produto exige a aplicação de duas doses.
Foto: Liam McBurney/REUTERS
AstraZeneca (AZD1222 ou ChAdOx1 nCoV-19)
A tecnologia usada chama-se vetor viral recombinante, que usa um adenovírus incapaz de causar doenças. No corpo humano, a vacina incentiva a produção da proteína do coronavírus, que o sistema imune reconhece como ameaça e destrói. Quando o Sars-Cov-2 infecta o organismo de verdade, o corpo reconhece e combate o vírus. São necessárias duas doses.
Foto: Marco Passaro/Independent Photo Agency Int./imago images
Moderna (mRNA-1273)
Também usa a tecnologia de RNA mensageiro, que imita a proteína spike, específica do vírus Sars-CoV-2, que ajuda na invasão das células humanas. A cópia não é nociva como o vírus, mas desencadeia uma reação das células do sistema imune. Ela também deve ser aplicada em duas doses. Como todas as vacinas contra covid-19, é aplicada em forma de injeção intramuscular.
Foto: Markus Mainka/dpa/picture-alliance
Janssen, da Johnson&Johnson (Ad26.COV2-S)
O produto da farmacêutica Janssen exige a aplicação de apenas uma dose. Sua tecnologia é baseada em vetores de um tipo de vírus que causa resfriado comum. Na vacina, parte da proteína das espículas do vírus é colocada no adenovírus (que é o transportador). No corpo vacinado, inicia-se um processo de defesa, com a produção de anticorpos contra o invasor e a criação de uma "memória" contra o vírus.
Foto: Michael Ciaglo/Getty Images
Nuvaxovid, da Novavax (NVX-CoV2373)
A quinta vacina aprovada pela União Europeia contra o coronavírus é a Nuvaxovid, fabricada pela americana Novavax. Ela é baseada em proteínas, ou seja, contém pequenas partículas proteicas do vírus Sars-CoV-2 produzidas em laboratório. Com isso, as proteínas atuam como anticorpos neutralizantes e, assim, bloqueiam o vírus causador de covid-19.