Agência reguladora dos EUA acusa Musk de fraude na Bolsa
28 de setembro de 2018
Comissão americana de Títulos e Câmbio denuncia CEO da Tesla por anúncio de supostos planos de fechar capital da empresa. Na época, ações da montadora de carros elétricos dispararam 11% em Wall Street.
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A Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC) acusou nesta quinta-feira (27/09) o fundador e presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, de fraude por anunciar em mensagem na sua conta do Twitter, em agosto, que planejava fechar o capital da empresa.
A denúncia foi apresentada num tribunal de Nova York. A SEC, órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários no Brasil, afirmou que Musk se comportou de forma "temerária", que sua mensagem na rede social era "falsa e enganosa", e que com esta ação prejudicou os investidores da Tesla.
As acusações ocorrem menos de dois meses depois de Musk anunciar na rede social que pensa em fechar o capital da Tesla em 420 dólares por ação. "Financiamento garantido", destacou. A ação fez a cotação das ações da companhia disparar quase 11% na Bolsa de Nova York.
Semanas após anunciar o fechamento de capital, Musk voltou atrás e disse que o melhor caminho para a Tesla era continuar na Bolsa de Valores.
A SEC afirmou que Musk sabia que não satisfez outras contingências ao declarar que apenas o voto dos acionistas seria necessário para fechar o capital da empresa. Com a acusação, o empresário pode ser punido com uma multa. Depois deste anúncio, as ações da empresa caíram 5,7%.
Em comunicado, Musk rejeitou as acusações. "Essa ação injustificada da SEC me deixa profundamente triste e desapontado. Sempre tomei medidas para a verdade e transparência. A integridade é o valor mais importante da minha vida e os fatos vão mostrar que nunca comprometi isso", ressaltou.
A companhia baseada no Vale do Silício vive um momento decisivo em seus oito anos de história como empresa de capital aberto, já que a concorrência com montadoras europeias deve se intensificar com o lançamento de novos modelos elétricos da Audi e da Jaguar. Mais rivais devem chegar ao mercado no ano que vem.
Sob pressão para aumentar a produção do sedan Model 3, a Tesla anunciou planos de construir uma fábrica em Xangai, na China, e outra na Europa, mas detalhes ainda não foram revelados, e não se sabe quem financiaria os projetos.
Fechar o capital é uma forma de evitar uma análise minuciosa por parte do mercado nesse momento desafiador. Musk tem trocado farpas publicamente com reguladores, críticos, revendedores e repórteres, e alguns analistas sugerem que menos transparência seria bem-vinda para o executivo.
CN/efe/rtr/afp
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Em 7 de novembro de 1957, o primeiro "Trabi" saiu da fábrica. O famoso carro da antiga RDA foi produzido até 1991. Após desaparecer das ruas, ele foi redescoberto como objeto cult e hoje tem uma legião de fãs.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
"Trabi" e seus fãs
Poucos carros foram citados tantas vezes em músicas e filmes como o Trabant. Também conhecido como "Trabi", ele foi lançado há 60 anos. Após a queda do Muro de Berlim, a maioria dos alemães do leste quis se dissociar de seus "Trabis" o mais rápido possível. Hoje, o pequeno automóvel tem uma comunidade leal de fãs, com mais de 34 mil unidades circulando pelas ruas.
Foto: picture-alliance/dpa/Pisacreta
A necessidade é a mãe da invenção
Os Trabants eram fabricados na pequena cidade saxã de Zwickau. O "Bombardeiro de Plástico" (Duroplastbomber), com seu inconfundível motor de dois tempos, foi produzido mais de três milhões de vezes. A famosa carroceria feita de plástico nasceu da necessidade: chapas de metal eram escassas na RDA. Em 7 de novembro de 1957, saiu da fábrica o primeiro "Trabi", e em 1991, o último – cor-de-rosa.
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"Papelão de corrida"
Batizado na linguagem popular de “papelão de corrida” (Rennpappe) devido à sua construção leve, o pequeno automóvel tinha entre 18 e 26 cavalos de potência e alcançava até 110 km/h – ainda que a comunicação a bordo ficasse comprometida por causa do ruído imenso. Apesar da produção em série na fábrica de automóveis VEB Sachsenring, novos "Trabis" eram escassos.
Foto: picture-alliance/dpa/W. Thieme
Somente para aqueles com paciência
"Um Trabant de cor azul-celeste percorreu o país", cantarolou Sonja Schmidt em uma canção de 1971. Muita paciência era necessária, no entanto, até que um cidadão da RDA pudesse ter um carro para chamar de seu. O tempo de espera para se obter um Trabant era de em média 12 anos, e, em alguns casos, muito mais.
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Rumo à Reeperbahn
Imediatamente após a queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, muitos Trabants passaram a circular também nas estradas da Alemanha Ocidental. Um dos destinos era "a milha mais pecaminosa do mundo", a Reeperbahn, em Hamburgo. A famosa avenida era repleta de bares de striptease, cinemas pornôs e cassinos, coisas que não existiam no lado oriental.
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Um ícone das duas Alemanhas
O "Trabi" representava o estigma do qual muitos alemães do leste queriam se livrar após a Reunificação, e, ao mesmo temo, tornou-se símbolo dos belos momentos que se seguiram à queda do Muro de Berlim. Os alemães ocidentais receberam os primeiros carros da RDA que cruzaram as fronteiras abertas com "batucadas de Trabi" (Trabitrommeln), ou seja, batidas no teto de plástico do carro.
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Viagem no tempo
Hoje, o pequeno carro é, antes de tudo, objeto de coleção. Diversos fã-clubes e associações se reúnem regularmente para cuidar do patrimônio cultural que o "Trabi" se tornou. Em Berlim, os turistas podem até alugar o veículo perto de "Checkpoint Charlie" e, por um momento, se sentir como cidadãos da RDA após a queda do Muro de Berlim.
Foto: picture alliance/W. Steinberg
Dois andares
O pequeno "Trabi" não comporta muita bagagem. Mesmo assim, há seis décadas ele presta um bom serviço como veículo de férias. No encontro internacional de motoristas de Trabant realizado em Zwickau em junho de 2017, fãs do automóvel demonstraram como isso é possível, por exemplo, com uma barraca no telhado.
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Calor do ninho
Desmantelar um "Trabi" seria uma pena. Este, inclusive, foi erguido do chão em Bechlin, no estado de Brandemburgo, e hoje é o lar de um casal de cegonhas.
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Ícone de publicidade
Outros "Trabis", atualmente, servem de espaço publicitário. Na ilha de Usedom, eles apontam o caminho para o Museu de Tecnologia de Duas Rodas em Dargen, onde são exibidos carros dos últimos 50 anos.
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Estrela de Hollywood
O "Trabi" não tem fãs só no leste da Alemanha. Em 2014, o ator americano Tom Hanks realizou um sonho com a compra de um Trabant azul-celeste modelo "P 601 deluxe". Mas o carro não será visto nas ruas de Hollywood. Hanks doou o carro para o Museu do Automóvel em Los Angeles.
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Volta ao mundo
O aventureiro tcheco Dan Priban também é fã do Trabant – e com ele já cruzou os Andes, a África e a Austrália. Nos tempos da RDA, o "Trabi" não costumava ir muito além do lago Balaton, na Hungria.
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Pronto para a largada: Trabant 2.0
Em 2009, uma nova versão do Trabant foi apresentada no Salão do Automóvel de Frankfurt, e, no ano seguinte, seus criadores chegaram a receber um prêmio. O "Trabi nT" tem um motor elétrico e pode atravessar as ruas a uma velocidade máxima de 130 km/h. Para a produção em série, porém, ainda falta o capital. Talvez os investidores se sensibilizem com o 60º aniversário do famoso "Trabi".