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Agência regulatória da UE aprova pílula anticovid

27 de janeiro de 2022

Medicamento Paxlovid da Pfizer é autorizado para tratamento de adultos em risco de desenvolver doença grave. EMA confirma capacidade do fármaco de reduzir hospitalizações e mortes ao combater os sintomas das infecções.

Pílulas de Paxlovid, o primeiro antiviral oral contra o coronavírus para uso doméstico aprovado na Europa
Paxlovid é o primeiro antiviral oral contra o coronavírus para uso doméstico aprovado na EuropaFoto: SvenSimon/picture alliance

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) autorizou nesta quinta-feira (27/01) a utilização da pílula antiviral desenvolvida pela farmacêutica Pfizer contra a covid-19, no tratamento de adultos em risco de desenvolver doença grave.

O aval da EMA, que surge em um momento em que o continente lida com uma forte onda de infecções pela variante ômicron, ainda deve ser aprovado pela Comissão Europeia, o que deve ocorrer nas próximas horas ou dias. Em dezembro, a agência já havia aprovado o uso do medicamento em caráter emergencial.

Alemanha, Itália e Bélgica estão entre os poucos países do continente que já encomendaram o medicamento, de nome Paxlovid.

Nos Estados Unidos, a pílula anticovid foi autorizada em dezembro, assim como o medicamento molnupiravir da Merck, similar ao Paxlovid. Canadá e Israel também estão entre o pequeno número de países que já deram luz verde para o uso do fármaco.

A comissária de Saúde da União Europeia (UE), Stella Kyriakides, disse que o bloco vem realizando progressos ao ampliar o número de medicamentos disponíveis para o combate ao coronavírus que, segundo afirmou, são a segunda linha de defesa contra a doença, após as vacinas.

"O Paxlovid é o primeiro antiviral oral para uso doméstico em nosso portfólio, e tem o potencial de proporcionar um diferencial verdadeiro para pessoas em risco de progressão para estágios mais graves da covid”, afirmou.

Alta capacidade de fabricação

O medicamento promete novas opções de tratamento que podem lidar com os sintomas da covid-19, além de evitar hospitalizações e mortes.

A pílula é uma combinação de dois medicamentos: o nirmatrelvir, uma nova droga experimental, e ritonavir, um antiviral já existente e usado contra o HIV.

O nirmatrelvir atua bloqueando a ação de uma enzima que o coronavírus precisa para se replicar. Já o ritonavir é administrado para retardar a degradação do nirmatrelvir no organismo, aumentando a sua eficácia.

A pílula da Merck está sendo avaliada pela UE, mas sua aprovação deve levar mais tempo, uma vez que a farmacêutica somente revisou seus dados de testes em novembro, e concluiu que o medicamento era menos eficaz do que se esperava.

O CEO da Pfizer; Albert Bourla, afirmou que a farmacêutica possui uma alta capacidade de fabricação do Paxlovid na Europa, que pode inclusive ser utilizada no apoio à produção de 120 milhões de pílulas para distribuição global.

Quase 90% de eficácia

O Paxlovid teve eficácia de quase 90% na prevenção de hospitalizações e mortes em pacientes em risco de desenvolver doença grave, segundo dados dos testes clínicos realizados pela farmacêutica. Testes mais recentes comprovaram sua eficácia também contra a variante ômicron do coronavírus.

Esses testes, porém, foram realizados somente em pessoas não vacinadas, o que gera dúvidas quanto a aplicação do medicamento em pacientes que receberam os imunizantes. A EMA, entretanto, não limitou a recomendação do uso do Paxlovid somente para os não vacinados.

Em dezembro, a Alemanha encomendou 1 milhão de unidades de tratamento. A Itália receberá 200 mil, com opção de compra de outras 400 mil.

rc (Reuters, AP)

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