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Agências da UE minimizam necessidade de dose de reforço

2 de setembro de 2021

ECDC e EMA dizem que prioridade deve ser completar imunização da população em geral em vez de investir em terceira dose para tentar impedir disseminação da variante delta. Mas recomendam dose adicional em vulneráveis.

Idoso recebe injeção
Idosos e imunossuprimidos devem ser priorizados para receber terceira dose, segundo agências sanitárias europeiasFoto: ROBYN BECK/AFP via Getty Images

A agência da União Europeia para doenças infecciosas exortou nesta quinta-feira (02/09) os países do bloco a avançarem com seus programas primários de vacinação contra o coronavírus, minimizando a necessidade de doses de reforço para tentar combater a disseminação da variante delta.

Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), as vacinas aprovadas são "atualmente altamente eficazes'' em limitar o impacto da covid-19, portanto. "a prioridade agora deve ser vacinar todos os indivíduos elegíveis que ainda não concluíram seu ciclo vacinal".

"De acordo com as evidências atuais, não há necessidade urgente de administrar doses de reforço de vacinas a indivíduos em regime vacinal completo na população em geral", sublinhou o ECDC, ao mesmo tempo que recomenda a administração de "doses adicionais" naqueles com sistema imunológico gravemente enfraquecido.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) corroborou o posicionamento do ECDC, apoiando a opção de fornecer uma "dose adicional" como " medida de precaução" para idosos e imunossuprimidos.

A agência ressaltou que ainda não concluiu a avaliação dos dados sobre a dose de reforço das vacinas contra covid-19 no público em geral, mas concorda com o ECDC, aconselhando os países a concentrarem esforços em completar a imunização de seus cidadãos. "A prioridade agora deve ser vacinar todas as pessoas elegíveis que ainda não completaram o ciclo de vacinação recomendado."

"Doses de reforço" e "doses adicionais"

A EMA lembra que "é importante distinguir" entre "doses de reforço" destinadas àqueles com sistema imunológico normal, e "doses adicionais" para os imunossuprimidos, como receptores de transplantes de órgãos, cuja resposta imunológica inicial às vacinas foi insuficiente para protegê-los contra covid-19.

"Nesses casos, a opção de administrar uma dose adicional deve ser considerada, assim como a possibilidade de disponibilizar uma, como medida de precaução, aos idosos e frágeis, em particular os que vivem em ambientes fechados, como residentes de centros de tratamento a longo prazo", propõe a agência europeia.

A EMA informa que está "atualmente avaliando dados sobre doses adicionais e vai considerar se as atualizações nas informações do produto são adequadas" ou se, em vez disso, é necessário incluir detalhes na bula da vacina. Da mesma forma, continuará a estudar as informações disponíveis, que incluem dados de campanhas de vacinação, relatórios de empresas farmacêuticas e outros estudos sobre a necessidade da dose de reforço.

A agência acrescenta que, apesar de os dados disponíveis sobre as vacinas autorizadas na UE demonstrarem que elas são "altamente protetoras contra hospitalização, doenças graves e mortes" relacionadas à covid-19, "um em cada três os adultos maior de 18 anos da UE ainda não tem o ciclo vacinal completo".

A EMA destaca como "fundamental" continuar aplicando medidas como distanciamento social, higienização das mãos e uso de máscaras quando necessário, principalmente em ambientes de alto risco, como centros de tratamento de longo prazo ou enfermarias de hospitais com pacientes em risco de covid-19 grave.

Apesar de ainda não ter uma conclusão clara sobre a terceira dose na população em geral, ela lembra que os Estados-membros "podem considerar planos preparatórios" para administrar doses de reforço e adicionais.

UE tem 70% de adultos imunizados

Além disso, a EMA ressalta que os grupos de assessores técnicos nacionais que orientam as campanhas de vacinação em cada país continuam tendo a prerrogativa de recomendar como as vacinas devem ser administradas em seus respectivos Estados.

Após um início lento da campanha de vacinação na Europa, a Comissão Europeia anunciou na terça-feira que, em média, 70% dos adultos estão totalmente vacinados em todo o bloco de 27 países. Porém as taxas nacionais de vacinação variam: na Bulgária e na Romênia com programas de vacinação ainda estão lentos.

Nesta quarta-feira a França se tornou o primeiro grande país da UE a começar administrar doses de reforço da vacina contra covid-19 em maiores de 65 anos e portadores de comorbidades, à medida que a variante delta se espalha no país. Autoridades de saúde espanholas estão considerando medida semelhante.

md/av (EFE, AP)

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