Agricultor belga muda acidentalmente fronteira com a França
4 de maio de 2021
Ele queria apenas passar com seu trator, mas acabou aumentando o território da Bélgica ao deslocar uma pedra de 150 quilos, datada de 1819, que demarcava a fronteira.
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Um agricultor belga mudou acidentalmente a fronteira de seu país com a França. Para passar com seu trator, ele moveu uma pedra de 150 quilos, na cidade de Erquelinnes, e acabou aumentando em 2,29 metros o território da Bélgica.
A alteração foi descoberta por um grupo de aficionados por história que percorria a região usando mapas antigos.
A fronteira entre a França e a Bélgica se estende por 620 quilômetros e foi formalmente estabelecida sob o Tratado de Kortrijk, assinado em 1820 após a derrota de Napoleão em Waterloo, cinco anos antes. A pedra deslocada data de 1819, quando a fronteira foi demarcada pela primeira vez.
"O limite de 1819 foi movido, a Bélgica e nosso município foram aumentados. Os franceses obviamente não concordam, teremos que recolocar as coisas em seus lugares", brincou o prefeito da cidade belga de Erquelinnes, David Lavaux, no Facebook.
As autoridades belgas locais planejam entrar em contato com o agricultor para pedir que ele devolva a pedra ao local original. Se isso não acontecer, o caso pode acabar no Ministério das Relações Exteriores da Bélgica, que teria de convocar uma comissão de fronteira franco-belga, inativa desde 1930.
"Devemos ser capazes de evitar uma nova guerra de fronteira", brincou Aurélie Welonek, prefeita do vilarejo francês vizinho Bousignies-sur-Roc, em entrevista ao jornal local La Voix du Nord.
Lavaux, prefeito de Erquelinnes, observou que o agricultor pode enfrentar acusações criminais se não atender ao pedido. Mas é pouco provável que isso ocorra.
"Se ele mostrar boa vontade, não terá problemas, resolveremos a questão amigavelmente", afirmou o político ao site de notícias belga Sudinfo.
le/ek (Efe, ots)
De Cortina de Ferro a Cinturão Verde
Os 1.400 quilômetros da antiga fronteira entre as Alemanhas formam hoje o chamado Cinturão Verde. De Kühlungsborn, passando pelo monte Brocken, até Mödlareuth, o trecho inclui paisagens únicas e pontos históricos.
Foto: picture-alliance/ZB
Torre de vigia na orla do Mar Báltico
A BT11, em Kühlungsborn, é uma torre de vigia da época da Alemanha Oriental. Entre 1973 e 1989, os guardas de fronteira subiam nela para achar possíveis fugitivos, cujo objetivo era alcançar a costa do estado ocidental de Schleswig-Holstein ou um navio que estivesse de passagem. Tombada como patrimônio histórico, a torre é uma das últimas das mais de 70 que existiam na costa do Mar Báltico.
Foto: picture-alliance/ZB
Gansos selvagens perto de Darchau
Agora, 25 anos após a queda da Cortina de Ferro, é possível ver que a antiga fronteira, a chamada Faixa da Morte, foi uma bênção para a natureza. O Cinturão Verde entre as regiões de Altmark e Wendland atrai aves migratórias de forma mágica. Grandes quantidades de gansos, cisnes, patos e cegonhas fazem escala na região no outono, antes de continuar a rota migratória rumo ao sul.
Foto: picture-alliance/ZB
Paisagem do rio Elba
Dos 1.091 quilômetros do Elba, 95 ficavam na área interditada da fronteira entre as Alemanhas. Neste lugar, perto do lugarejo de Lenzen, está uma das últimas paisagens fluviais quase intocadas do país. Os diferentes níveis de água fazem o rio formar planícies alagadas e criam paraísos naturais únicos. A Reserva da Biosfera Paisagem do Rio Elba, da Unesco, se estende por quase 375 mil hectares.
Foto: picture-alliance/dpa
Memorial da fronteira Hötensleben
A principal finalidade da fronteira alemã oriental era impedir tentativas de fuga da própria população. Isso a diferencia de outras fronteiras fortificadas, que servem principalmente para proteger de invasões de fora. Em Hötensleben, ainda podem ser vistas partes das barreiras originais, incluindo muros, torres de vigia e obstáculos antitanque.
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Pedalando pelo Cinturão Verde
A região ao norte da cadeia montanhosa do Harz é marcada por colinas suaves. Os 70 quilômetros entre Hornburg e Ilsenburg convidam ciclistas a passearem ao longo do Cinturão Verde. A rota passa por pomares, campos e alamedas de castanheiras, em meio à natureza intocada e restos das antigas instalações fronteiriças.
Foto: picture-alliance/dpa
Montanha entre as Alemanhas
Localizado na antiga fronteira entre as Alemanhas, a montanha Brocken era inacessível para cidadãos de leste e oeste, se tornando, assim, um símbolo da divisão alemã. Com a queda do Muro, o monte voltou novamente ao centro geográfico da Alemanha e virou um popular destino turístico. É possível chegar ao topo a pé ou de trem.
Foto: picture-alliance/dpa
Anel da memória
O monumento em Sorge, perto de Wernigerode, é um círculo de árvores mortas com 70 metros de diâmetro. Fica diretamente na antiga Faixa da Morte, como símbolo da unificação das Alemanhas. Na concepção do autor, o artista Herman Prigann, os troncos devem ser lentamente cobertos por plantas, estimulando, assim, a reflexão sobre decadência e crescimento.
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Biodiversidade no caminho de patrulhamento
Apenas a estaca de marcação ainda lembra a antiga fronteira na montanha Warteberg, perto de Nordhausen. À sombra da Cortina de Ferro, ao longo do antigo caminho de patrulhamento da guarda de fronteira, se desenvolveram habitats de espécies animais e vegetais raras. Espécies ameaçadas de extinção, como orquídeas e cegonhas-pretas encontraram aqui refúgios valiosos.
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Museu da Fronteira Eichsfeld
Desde 1995, existe na antiga passagem de fronteira Duderstadt / Worbis o Museu da Fronteira Eichsfeld. Entre 1973 e 1989, cerca de 6 milhões de viajantes utilizaram a passagem de fronteira entre as aldeias de Gerblingerode, no oeste, e Teistungen, no leste. Num espaço de mil metros quadrados, a exposição conta a história da divisão alemã.
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Pequena Berlim
O passeio pelo Cinturão Verde termina em Mödlareuth, povoado de 50 pessoas. Os americanos a chamavam de "Little Berlin" ("Pequena Berlim"), por ela, como sua irmã maior, Berlim, ter se tornado um símbolo da divisão alemã. A exemplo da atual capital alemã, até 1989, Mödlareuth era dividida por um muro de concreto de 700 metros de comprimento e 3,40 metros de altura.
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De Faixa da Morte a linha da vida
A Cortina de Ferro dividiu a Alemanha e a Europa por quase quatro décadas. Muros, cercas de arame farpado e torres de guarda separaram famílias e amigos. Aquilo que um dia dividia, agora é algo que nos une à natureza. O Cinturão Verde foi o primeiro projeto de conservação da natureza da Alemanha reunificada.