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Ai Weiwei chega à Alemanha

Elizabeth Grenier (as)30 de julho de 2015

Uma semana depois de ter recebido de volta o passaporte, o mais famoso artista chinês cumpre o que havia dito: que a primeira viagem seria para Berlim, onde mora o filho de 6 anos.

Foto: picture-alliance/EPA/Ai Weiwei

Por quatro anos Ai Weiwei foi impedido de sair da China. Na quarta-feira da semana passada (22/07), ele recebeu de volta o seu passaporte e anunciou que a primeira viagem seria para Berlim. Dois dias depois, publicou, na rede social Instagram, uma foto do seu visto e também uma permissão de trabalho na Alemanha.

Já o Reino Unido não concedeu um visto de trabalho de seis meses a Ai Weiwei. Os britânicos concederam apenas uma estada de três semanas para o artista chinês. Na carta justificatória – que Ai Weiwei também publicou no Instagram –, ele é acusado de falso testemunho sobre seus antecedentes criminais.

"É de conhecimento público que o Sr. recebeu uma sentença penal na China", afirma a carta. Ai Weiwei, porém, havia informado nunca ter sido acusado ou condenado por algum crime.

O mais famoso artista chinês desembarcou por volta das 17h desta quinta-feira (horário local), em Munique. O destino final: Berlim. Com o filme Berlim, I love you, ele já havia deixado claro que possui uma forte ligação com a capital alemã.

O curta-metragem mostra a relação à distância com o filho de 6 anos, Ai Lao, que desde os 11 meses vive com a mãe em Berlim. O artista gravou esse filme durante a edição de 2015 da Berlinale, em fevereiro passado, por Skype, de Pequim.

Um ano antes, ele organizou, também da China, a maior exposição dele em solo alemão, no centro de exposições Martin Gropius Bau. Algumas das instalações foram concebidas especialmente para o museu, apesar de Ai Weiwei não ter tido a oportunidade de ir até o local.

Filme "Berlin, I love you" mostra a relação do artista com o filho Ai Lao, que mora em BerlimFoto: picture-alliance/dpa/L. Schulze

Na capital alemã, Ai Weiwei tem até um cargo: poucas semanas depois de ter sido detido, em 3 de abril de 2011, a Universidade das Artes de Berlim o nomeou professor visitante. O processo já havia começado em dezembro, mas a detenção o acelerou. No momento do anúncio, Ai Weiwei estava há 81 dias numa prisão secreta na China.

O apoio ao artista chinês foi muito grande na Alemanha nos últimos anos. O galerista e sinólogo Alexander Ochs e um grupo de amigos berlinenses iniciaram a campanha "Liberdade de viagem para Ai Weiwei", que foi apoiada por milhares de pessoas na Alemanha. Ela foi seguida de uma segunda iniciativa: "Passaporte para Ai Weiwei".

Ochs conhece o artista chinês há 20 anos e foi o primeiro a expor as obras dele em Berlim. Ele nunca perdeu a esperança de que as campanhas surtissem efeito. "Quando eu fiquei sabendo, em junho, que Ai poderia expor suas obras na China, parti do princípio de que ele logo receberia de volta seu passaporte", disse Ochs. Ele disse ter ficado surpreso apenas com a rapidez com que isso aconteceu.

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