Maior avião de passageiros do mundo não conseguiu conquistar companhias aéreas suficientes para justificar seus altos custos. Airbus decide encerrar produção após Emirates reduzir encomendas do modelo.
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O grupo europeu Airbus anunciou nesta quinta-feira (14/02) que deixará de fabricar em 2021 o modelo A380, a maior aeronave de passageiros do mundo. O gigante entusiasmou viajantes, mas não conseguiu conquistar companhias aéreas suficientes para justificar seus enormes custos.
A Airbus anunciou a decisão após o seu principal cliente do superavião A380, a Emirates, decidir reduzir suas encomendas do avião de 162 para 123 unidades, dando preferência a modelos menores.
A companhia aérea assinou um novo contrato com a Airbus para a compra de 40 unidades do A330-900 e 30 do A350-900. Em comunicado, a Airbus afirmou que vai produzir e entregar ao longo dos próximos dois anos mais 14 A380s para a Emirates e três para a companhia japonesa ANA.
"Como resultado dessa decisão [da Emirates], não temos uma carteira de encomendas substancial e, portanto, não temos base para sustentar a produção, apesar de todos os nossos esforços de vendas com outras companhias aéreas nos últimos anos", afirmou o CEO da Airbus, Tom Enders.
Com dois andares e capacidade para mais de 500 passageiros, o superavião A380 foi lançado com o objetivo de fazer frente ao lendário Boeing 747 e amenizar problemas de saturação de aeroportos de grandes metrópoles mundo afora.
O primeiro voo comercial regular do maior avião de passageiros do mundo ocorreu em 2007. O primeiro voo do modelo para a América do Sul foi o de uma aeronave da Emirates, que pousou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em março de 2017.
O fim da produção do A380 deve ter um impacto negativo de 463 milhões de euros no resultado operacional líquido da empresa em 2018. A Airbus afirmou que vai começar a negociar com sindicatos nas próximas semanas sobre os 3 mil a 3,5 mil empregos potencialmente afetados.
As vendas de grandes aviões quadrimotores vêm caindo devido a melhorias em modelos alternativos bimotores e mais leves, como o Boeing 787 e 777 ou o A350, da própria Airbus.
LPF/efe/rtr/afp
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Em 9 de fevereiro de 1969, um Jumbo decolava pela primeira vez. Ele logo se tornou o principal avião de passageiros do mundo – e abriu novas dimensões para as companhias aéreas.
Foto: picture-alliance/imageBroker/J. Tack
Apelido esclarecedor
Um jumbo da British Airways se aproxima do aeroporto de Heathrow. A imagem elucida por que a aeronave da Boeing do tipo 747 recebeu rapidamente o apelido de "Jumbo" logo após seu primeiro voo comercial há 50 anos: o quadrimotor a jato é simplesmente gigantesco. A aeronave também ficou conhecida como "rainha dos céus".
Foto: Reuters/T. Melville
Velhos amigos
O então presidente da Boeing, Bill Allen, e o CEO da empresa aérea americana Pan Am Juan Trippe (dir.), em 9 de fevereiro de 1968, após o voo inaugural do primeiro Boeing 747. Os dois eram amigos de longa data. Durante uma pescaria, Trippe teria indagado Allen sobre os planos para um grande avião de passageiros: "Se você construir, eu vou comprar". A resposta: "Se você comprar, eu vou construir".
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
Viajar com glamour
A fama do novo 747 não adveio apenas de suas inovações técnicas, mas também do seu glamour. Com um lounge em que se serviam coquetéis, o avião prometia uma experiência de viagem elegante e descontraída. Com mais de 70 metros de comprimento e uma envergadura de quase 60 metros, a aeronave comportava entre 366 e 550 passageiros, dependendo da disposição dos assentos.
Foto: picture-alliance/dpa/Boeing
Catástrofes
O Jumbo também está associado a grandes desastres. A queda de um avião da Lufthansa em 1974, logo após a partida em Nairóbi, custou 59 vidas. Em 1977, dois Jumbos colidiram no aeroporto de Tenerife – 583 mortos. Em 1988, 270 pessoas morreram após a explosão de uma bomba a bordo em atentado terrorista quando o 747 sobrevoava a cidade escocesa de Lockerbie (foto).
Foto: Roy Letkey/AFP/Getty Images
Bicão
O Jumbo se destaca por sua "corcunda" na parte superior da fuselagem, em que se encontra, entre outros, a cabine de pilotos. Essa disposição possibilita uma porta de proa para as aeronaves de carga, permitindo a entrada de grandes volumes. Atualmente, a Boeing vende o quadrimotor a jato, com alto consumo de combustível, praticamente apenas na versão de frete.
Foto: Imago/Russian Look/L. Faerberg
Transporte do ônibus espacial
Nesta imagem de 2012, a Discovery pega carona com o gigante. As aeronaves de transporte do ônibus espacial (Shuttle Carrier Aircraft – SCA) foram dois jatos Boeing 747-100, modificados para transportar o veículo da agência espacial americana NASA. Eles foram usados no regresso dos ônibus espaciais para o Centro Espacial Kennedy.
Foto: picture-alliance/dpa
Avião dos vencedores
A Lufthansa teve orgulho de levar a seleção alemã de futebol do Rio de Janeiro para Berlim, com a taça da Copa do Mundo na bagagem. O Boeing 747-8 ganhou uma pintura nova com os dizeres "Siegerflieger Fanhansa" ou "avião dos vencedores Fanhansa".
Foto: picture-alliance/dpa
"Ed Force One" do Iron Maiden
Na foto, a banda britânica de rock pesado Iron Maiden aterrissa em maio de 2016 no Aeroporto de Düsseldorf. Metaleiros e observadores de aviões garantiram os melhores locais para ver o "Ed Force One" – em homenagem à mascote da banda, o monstro Eddie. O jato é pilotado pelo próprio vocalista Bruce Dickinson.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Young
Dinossauro dos céus
Como o ainda maior Airbus A380 (na foto em primeiro plano), o 747 não atende mais aos requisitos econômicos das companhias aéreas que preferem aeronaves bimotores de longo alcance, como o A350 ou o Boeing 777 e 787. No ano passado houve um total de 18 novos pedidos para o Jumbo, e existem apenas 24 encomendas não processadas.
Foto: picture-alliance/dpa
"Air Force One"
Além das 1548 aeronaves já fabricadas, poucas deverão ainda ser executadas, embora o presidente americano, Donald Trump, tenha encomendado o próximo avião presidencial "Air Force One" à base do 747. O imperador japonês e o sultão de Brunei também apreciam a "rainha dos céus" como aeronave do governo.