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Setor em expansão

4 de junho de 2010

Em 2009, a Agência Alemã de Cooperação Técnica apresentou faturamento de quase 1,5 bilhão de euros, 18% a mais que no ano anterior. Em breve, haverá uma fusão dos órgãos responsáveis pelo setor: GTZ, DED e InWent.

Projetos da GTZ no Afeganistão cresceram em 2009Foto: picture-alliance/ dpa

A futura Agência Alemã de Desenvolvimento terá mais de 16 mil funcionários em todo o mundo e duas sedes, nas cidades de Frankfurt e Bonn respectivamente. O órgão deverá iniciar suas atividades no próximo ano e será formado a partir da fusão das três organizações existentes hoje para o setor: a Agência Alemã de Cooperação Técnica (GTZ), o Serviço Alemão de Cooperação Técnica e Social (DED) e a InWent.

O anúncio foi feito na última quarta-feira (02/06) pelo vice-ministro da Cooperação Econômica e Desenvolvimento, Hans-Jürgen Beerfeltz. A decisão formal para a fusão deverá ser tomada pelo gabinete federal em 7 de julho próximo, afirmou Beerfeltz.

Foco na economia

A política de desenvolvimento é um setor em expansão. Em 2009, a Agência Alemã de Cooperação Técnica (GTZ) apresentou um faturamento de quase 1,5 bilhão de euros, 18% a mais do que no ano anterior. Atualmente ela atual em 128 países, mantendo escritórios em 88 deles.

Um dos focos da atividade da GTZ tem sido a cooperação econômica, sobretudo com países asiáticos. No Afeganistão, a reconstrução do país destruído pela guerra esteve em primeiro plano.

Outra tarefa da organização é intensificar as relações da Alemanha com determinados países, como por exemplo com a Etiópia ou as nações do Golfo Pérsico, ou com organismos internacionais, como a União Europeia e as Nações Unidas.

Por definição, a GTZ recebe incumbências acima de tudo do Ministério alemão do Desenvolvimento. É crescente, contudo, a proporção dos contratos estatais visando a cooperação com empresas privadas: isso inclui tanto projetos climáticos para redução do efeito estufa, quanto a criação de estruturas administrativas, explica Bernd Eisenblätter, gerente-executivo da GTZ.

Eisenblätter está especialmente satisfeito com o aumento da demanda internacional no setor. "Não é o contribuinte alemão que arca com essas atividades da GTZ, mas sim os contratantes, geralmente estrangeiros. O know-how da GTZ é expressamente solicitado e possibilita uma maior segurança para a cooperação técnica alemã no exterior."

Meta do milênio

Vice-ministro Hans-Jürgen BeerfeltzFoto: DW

Naturalmente, a prioridade absoluta cabe à redução da pobreza no mundo, até 2015, à metade dos índices atuais, declara o vice-ministro Beerfeltz. As Nações Unidas impuseram essa meta na virada do milênio, e ele, que também é presidente do conselho administrativo da GTZ, pretende alcançá-la com o apoio crescente do empresariado.

"Neste sentido, há uma chance enorme de reforçar o efeito de refluxo, ou seja, que nossos investimentos em cooperação técnica voltem para a Alemanha. Cada euro gasto fora do país reverte em 1,80 euro de volta."

A constatação de que esses recursos econômicos são revertidos de volta ao país se deu através de um estudo, observa Beerfeltz. Ou seja, o mercado interno também lucra e a ajuda ao desenvolvimento acaba sendo responsável por cerca de 140 mil postos de trabalho.

O vice-ministro não tem a menor dúvida de que a Alemanha elevará, até 2015, sua ajuda financeira ao desenvolvimento de 0,4% para 0,7% do PIB. Apesar de uma dívida pública recorde, Beerfeltz acredita que seu ministério terá um orçamento maior do que os 6 cerca de bilhões de euros hoje disponíveis. E neste ponto ele crê firmemente ter o contribuinte alemão do seu lado.

Em breve o otimismo de Beerfeltz será, contudo, posto à prova. Dentro de poucos dias, o governo federal se reunirá para discutir o orçamento público de 2011. Até o momento, a premiê Angela Merkel só exclui expressamente de cortes os setores de educação, ensino e pesquisa. De política de desenvolvimento, nada foi dito neste sentido até agora.

AV/sw/dpa
Revisão: Soraia Vilela

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