Ajuda nem sempre chega ao destino
2 de janeiro de 2005Uma semana depois do maremoto que devastou as costas asiáticas do Oceano Índico, o Ministério alemão do Exterior anunciou uma viagem do ministro Joschka Fischer à região no final da semana que vem. Até lá, espera-se que as entidades de ajuda humanitária tenham superado as atuais dificuldades no socorro aos sobreviventes, permitindo dar início a planos de reconstrução da extensa região afetada, disse o vice-ministro Klaus Scharioth.
A esperança de que milhares de moradores locais e estrangeiros, dos quais não se tem notícia há uma semana, ainda sejam localizados é mínima. Dos turistas desaparecidos, mais de 1000 são alemães. "A cada dia cresce a probabilidade de que os desaparecidos nunca mais retornem", confirmou Scharioth neste domingo (02/01). "Não há o menor motivo para otimismo."
Fome, sede e doenças
No momento, equipes de resgate e soldados lutam em condições desesperadoras contra chuvas torrenciais para enterrar os cadáveres e prestar assistência aos sobreviventes. Uma força multinacional de socorristas, aviões e barcos transporta sem parar ajuda às áreas mais castigadas. Mas, em muitos casos, em conseqüência da destruição das estradas e pontes, da falta de caminhões e combustível, das linhas telefônicas interrompidas, as caixas se empilham em aeroportos e depósitos, sem poder chegar a seus destinos.
Alguns lugares só podem ser alcançados por helicópteros, em operações custosas e demoradas. "Vamos precisar de muitos dias até poder chegar a certo povoados", diz Jan Egeland, coordenador da ajuda das Nações Unidas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que 50 organizações internacionais de ajuda estão operando na região. Cinco milhões de pessoas estão sem água potável, alimentos e não têm as condições mínimas de salubridade. O número de vítimas fatais chega agora a 130 mil, mas a OMS teme mais 50 mil mortes em conseqüência de doenças. Segundo a ONU, 1,7 milhão de pessoas vão precisar de ajuda em forma de alimentos durante meses a fio.