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Ajudar o Afeganistão é lutar contra o terrorismo

(am)2 de dezembro de 2002

Na 2ª Conferência Internacional do Afeganistão, o governo alemão garantiu ajuda duradoura ao país asiático. Segundo o chanceler Gerhard Schröder, será decisivo "o que o próprio povo afegão fizer pelo seu destino".

Chanceler Schröder (dir.), presidente Karzai (centro) e Lakhdar Brahimi, encarregado da ONU para o AfeganistãoFoto: AP

Como a primeira conferência do Afeganistão, realizada no mesmo local há cerca de um ano, também o atual encontro foi uma iniciativa do governo alemão. O ministro das Relações Exteriores Joschka Fischer ressaltou que o país não pode cair no esquecimento: "Trata-se aqui da luta do mundo civilizado contra o terrorismo internacional, o fanatismo irracional e a criminalidade desumana."

Joschka Fischer relembrou o enorme engajamento da Alemanha em projetos especiais no Afeganistão, entre outros, nos setores da educação e dos direitos humanos, assim como na organização da polícia. O volume da ajuda financeira alemã já atinge, conforme o ministro, quase um bilhão de euros.

Também no que se refere à atuação das Forças Armadas alemãs na capital afegã, Fischer garantiu que ela terá continuidade. Para o ministro alemão, ainda não há suficiente segurança no país asiático. Além disto, disse Fischer, é preciso urgentemente estender os esforços de reconstrução e de pacificação às províncias afegãs.

Balanço

Ao lado do presidente Hamid Karzai e da delegação afegã, a conferência de Petersberg reúne representantes dos países prestadores de ajuda, o encarregado da ONU para o Afeganistão – Lakhdar Brahimi, assim como diversos outros representantes das Nações Unidas. O encontro visa fazer uma avaliação do andamento da ajuda prometida em dezembro de 2001.

Há um ano, foi assinado em Petersberg o acordo internacional de reconstrução e futuro político do Afeganistão. O documento prevê, entre outras coisas, a realização de eleições democráticas em 2004. Para que isto se torne possível, será necessária ainda a implantação de uma série de medidas estabilizadoras de caráter prático ou jurídico. Entre outras coisas, é urgente uma reforma constitucional, a fim de garantir o exercício igualitário de direitos políticos pelos cidadãos.

Clique aqui para ler a entrevista exclusiva que o presidente afegão Hamid Karzai concedeu à repórter Sandra Petersmann, da Deutsche Welle:

"Estamos cumprindo o cronograma"

Durante o vôo de Cabul para a Alemanha, o presidente afegão Hamid Karzai não poupou elogios à nova iniciativa do governo alemão, para tornar possível a 2ª Conferência Internacional do Afeganistão.

O presidente do Afeganistão, Hamid KarzaiFoto: AP

Karzai:

"Foi uma decisão muito correta. E quase todos os países que participaram da histórica conferência de Bonn, há um ano, estarão presentes também desta vez. Considero isto um bom passo e estamos muito agradecidos por esta chance. Agora, a comunidade internacional tem mais uma vez a oportunidade de se concentrar no Afeganistão. Podemos avaliar o que conseguimos e o que não. Podemos sugerir novos caminhos, a fim de melhorar permanentemente a situação no Afeganistão. E a ajuda para as pessoas no Afeganistão talvez possa também ter seu volume total ampliado."

Novas promessas financeiras não estão planejadas para a atual conferência. Todos os participantes sabem, porém, que os recursos previstos até agora – 4,5 bilhões de dólares para os próximos cinco anos – não serão suficientes para a reconstrução do Afeganistão. Os 23 anos de guerra permanente deixou o país inteiramente destruído. E, após a queda do Talibã, as armas ainda não se calaram inteiramente. O presidente admite, sem rodeios, que seu governo ainda não é suficientemente forte, para garantir a segurança em todo o país.

Karzai:

"Os contínuos combates armados entre grupos inimigos, as fracas estruturas estatais e, em parte, a incompetência da nossa administração – tudo isto, teremos de resolver agora, bem rapidamente. As nossas prioridades têm de ser eficiência na administração e um foco concentrado na reconstrução. No mais, tudo está correndo bastante bem. Estamos cumprindo o cronograma. Instituímos uma comissão constitucional e também uma comissão de direitos humanos. E também iniciamos as reformas judiciária e administrativa. Não podemos parar aí. E estou certo de que, com a ajuda de Deus, lograremos atingir as nossas metas até as eleições."

Hamid Karzai sabe que, também em Bonn, não será bem recebida a sua antiga reivindicação, de que seja ampliado o mandato das tropas internacionais de segurança (ISAF). Por isto, ele se volta entretanto inteiramente para uma ampla reconstrução, a fim de poder oferecer às pessoas uma alternativa para a luta armada.

Karzai:

"A reconstrução já começou, mas até agora só foi realizada de forma mínima. Não podemos nos contentar com isto. Apoiamos, naturalmente, a recente decisão da comunidade internacional, de financiar a reconstrução das duas principais vias de trânsito do nosso país. Desejo ressaltar que esta é uma decisão muito importante. Mas agora, eu espero que também outros setores da reconstrução tenham um forte impulso, através desta nova conferência de Bonn. E quero aproveitar esta oportunidade, para agradecer de coração a ajuda prestada."