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Al Qaeda assume controle de terminal petrolífero no Iêmen

16 de abril de 2015

Integrantes da rede terrorista e grupos tribais aproveitam caos no país e tomam diversas instalações na província de Hadramout, sudeste iemenita. Não houve confrontos com tropas militares, que se retiraram da região.

Jemen Ansicht von Al Mukalla
Al Qaeda controla praticamente toda a cidade de Mukalla (foto), capital da província de HadramoutFoto: Getty Images/AFP/Al-Haidari

Integrantes da rede terrorista Al Qaeda e grupos tribais rebeldes assumiram nesta quinta-feira (16/04) o controle de diversas instalações no Iêmen, entre elas um terminal petrolífero e um aeroporto na província de Hadramout, sudeste do país. O terminal petrolífero em Al-Shirir é considerado um dos maiores da região.

A ação ocorreu após a retirada dos militares dos locais e, de acordo com testemunhas, não houve confrontos entre soldados e os radicais. "Houve um acordo prévio entre as tropas e o conselho formado por figuras proeminentes de Mukalla (capital da província) para que as brigadas se rendessem, a fim de evitar confrontos entre as forças e membros da Al Qaeda", afirmou uma fonte anônima à agência de notícias DPA.

Segundo a mesma fonte, partidos locais teriam dado apoio aos integrantes da rede terrorista sob o pretexto de proteger a província dos rebeldes houthis. Os extremistas agora controlam praticamente toda a cidade de Mukalla, com 20 mil habitantes.

O Iêmen encontra-se em meio a uma grande turbulência desde que uma aliança árabe, liderada pela Arábia Saudita, começou, no mês passado, a realizar ataques aéreos em áreas ocupadas pelos rebeldes xiitas houthis. Os insurgentes estariam contando com apoio do Irã e dos aliados do ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh.

Diante da instabilidade interna, a ramificação da Al Qaeda no Iêmen vem conquistando mais espaço no país. No início do mês, a rede ocupou diversas instituições do governo de Mukalla, incluindo o presídio central, libertando centenas de integrantes do grupo. Os sunitas do Al Qaeda são inimigos declarados dos xiitas houthis, que ocupam diversas áreas do Iêmen, incluindo a capital, Sanaa.

Pelo menos 32 pessoas, a maioria civil, morreram nesta quinta-feira em ataques da aliança militar árabe sobre território ocupado pelos houthis no Iêmen. A ação militar da Arábia Saudita sobre os xiitas é uma resposta ao avanço dos insurgentes no sul do país, que levou o presidente iemenita, Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, a fugir para o país vizinho.

Diante do caos no Iêmen, nesta quarta-feira, o enviado especial da ONU ao país, Jamal Benomar, pediu demissão do cargo após não conseguir evitar a escalada da violência no país. A saída dele representa um revés nas esperanças de uma solução diplomática para o conflito.

MSB/dpa/afp/rtr

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