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Alckmin é eleito presidente do PSDB

9 de dezembro de 2017

Convenção tucana confirma governador de São Paulo à frente do partido. Em discurso, ele defende reformas e ataca Lula, seu possível adversário nas eleições. FHC diz que prefere vencer petista nas urnas a vê-lo na prisão.

Geraldo Alckmin durante a convenção nacional do PSDB em Brasília
"Lula quer voltar à cena do crime", acusa Geraldo Alckmin durante a convenção nacional do PSDB em BrasíliaFoto: Getty Images/AFP/E. Sa

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi eleito neste sábado (09/12) presidente do PSDB para um mandato de dois anos. Com a vitória, confirmada na convenção nacional do partido em Brasília, o tucano começa a erguer uma possível candidatura à presidência do país em 2018.

A chapa liderada por Alckmin recebeu 470 votos a favor e apenas três contra, além de uma abstenção. O primeiro vice-presidente do partido será o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o segundo, o deputado Ricardo Tripoli (SP), líder da bancada do PSDB na Câmara.

Com Alckmin, o partido soma quatro presidentes só em 2017. Tasso Jereissati e Alberto Goldman assumiram interinamente o posto depois de o senador Aécio Neves (MG) ter pedido licença por envolvimento no escândalo de corrupção da JBS. Neste sábado, Aécio foi hostilizado ao chegar à convenção do partido em Brasília, onde permaneceu por apenas 40 minutos.

Em discurso após sua confirmação no posto, Alckmin defendeu a necessidade de reformas econômicas, como a da Previdência, um dos carros-chefe do governo Michel Temer. "Já passou a hora de tirar o peso desse estado ineficiente das costas dos trabalhadores e empreendedores", disse.

O tucano ainda lançou duras críticas aos governos do PT, em especial ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu possível adversário na corrida presidencial do ano que vem – Alckmin, que chegou a disputar a eleição pelo PSDB em 2006, foi derrotado pelo petista no segundo turno.

"Vejam a audácia dessa turma. Depois de ter quebrado o Brasil, Lula quer voltar ao poder. [...] Quer voltar à cena do crime. Será que os petistas merecem nova oportunidade?", questionou o político. "Nós os derrotaremos nas urnas. Lula será condenado nas urnas pela maior recessão da nossa história."

Para Alckmin, o Brasil vive uma "ressaca". "[O país] descobriu que a ilha da fantasia petista nunca foi a terra prometida. A ilusão acabou em pesadelo. Agora é hora de olhar para a frente com união e esperança renovada", afirmou. "O PSDB é um instrumento da modernização do Brasil."

O governador paulista é o mais cotado para ser o candidato do PSDB na eleição presidencial em 2018, apesar de seu nome ainda não ter sido confirmado oficialmente. Questionado por repórteres, ele afirmou que a decisão será tomada pelo partido em outro momento.

Enquanto isso, Alckmin deve seguir mirando no PT – como já mostra seu primeiro discurso como presidente do PSDB – para tentar ganhar espaço na corrida presidencial. A última sondagem mostra o tucano em quarto lugar na preferência do eleitorado, atrás de Lula, Jair Bolsonaro (PSC) e Marina Silva (Rede). Segundo o Datafolha, Alckmin perderia um segundo turno com Lula.

Alckmin entre o prefeito de SP, João Doria (esq.), o ex-presidente do PSDB Alberto Goldman e o ex-presidente FHC (dir.)Foto: Getty Images/AFP/E. Sa

Em discurso na mesma convenção em Brasília, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – o último tucano a governar o país – defendeu a candidatura de Alckmin, mesmo lembrando que o partido ainda deve realizar prévias para definir a questão.

"Precisamos de candidatos que sejam simples, diretos. Geraldo é simples, conheço há décadas, nunca mudou. É um ser humano. Precisamos de gente assim", declarou FHC, acrescentando que o povo "quer coisas simples: decência, transporte, segurança, trabalho".

O ex-presidente também falou sobre a possível disputa do partido com Lula nas urnas. "Eu já ganhei do Lula duas vezes [em 1994 e 1998], e temos energia para combatê-lo cara a cara. Eu prefiro combatê-lo nas urnas do que vê-lo na cadeia", declarou ele, sob aplausos.

Futuro do PSDB no governo

Após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o PSDB foi da oposição à base do governo Temer, chegando a assumir quatro ministérios. Em menos de um mês, no entanto, dois ministros tucanos pediram demissão de seus cargos, ensaiando um desembarque do PSDB do governo.

Bruno Araújo deixou o Ministério das Cidades em novembro e, nesta sexta-feira, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, entregou sua carta de demissão a Temer. Ele não especificou o motivo da saída, mencionando apenas que surgiram "novas circunstâncias".

Neste sábado, o até então presidente interino da legenda, Alberto Goldman, pressionou pela saída de Luislinda Valois do Ministério dos Direitos Humanos. Já o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, afirmou que deve permanecer no cargo ao menos até abril de 2018.

O partido já tem sinalizado que pode deixar de vez o governo peemedebista, mas ainda não houve formalização. Havia a expectativa para uma definição sobre a permanência ou não da legenda durante a convenção neste sábado, mas o PSDB não deliberou sobre o assunto.

EK/abr/lusa/ots

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