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Alemães ajudam a construir estádios da Copa

Jan D. Walter (md)12 de junho de 2013

No Mundial de 2014, a Alemanha não participará apenas com seu futebol, mas também com tecnologia. Engenheiros, arquitetos e técnicos do país estão entre os criadores das arenas onde ocorrerão os jogos.

Foto: Érica Ramalho/Governo do Rio de Janeiro

Pela primeira vez numa Copa do Mundo, os árbitros receberão apoio da tecnologia: o sistema da empresa alemã GoalControl deve ajudar a distinguir se um gol foi marcado ou não. Cada gol será controlado por sete câmaras, para proporcionar imagens detalhadas, em três dimensões, da posição da bola. A tecnologia será testada a partir de 15 de junho de 2013, na Copa das Confederações. Caso o teste seja bem-sucedido, todos os estádios da Copa serão equipados com o sistema.

Montagem sob a cobertura

As câmeras são montadas sob as coberturas dos estádios. Em alguns dos estádios, estas coberturas foram projetadas por engenheiros alemães, como é o caso do Estádio Nacional de Brasília, onde será realizada a partida de abertura da Copa das Confederações, entre Brasil e Japão, no sábado.

Os engenheiros da empresa Schlaich Bergermann und Partner (SBP), de Stuttgart, juntamente com os arquitetos do escritório Gerkan, Marg und Partners (GMP), de Berlim, criaram o teto, apoiado por uma "floresta de pilares" e a esplanada que circula a construção. O diretor executivo da SBP, Knut Göppert, acredita que o trabalho em Brasília tem um charme especial. "O ambiente arquitetônico, com todos os monumentos de Niemeyer, é único", elogia o engenheiro.

Estádio Nacional de Brasília: cobertura projetada por engenheiros alemãesFoto: imago/Fotoarena

A Arena da Amazônia, em Manaus, outra sede do Mundial de futebol, também tem participação dos engenheiros da SBP, em parceria com os brasileiros da empresa Stadia. A fachada deste estádio poliesportivo é composta por uma estrutura de aço em forma de diamante, revestida por uma membrana de fibra de vidro, produzida por uma empresa alemã. "O estádio de Manaus é, talvez, o mais instigante de toda a Copa do Mundo, tanto no que diz respeito ao design quanto, para nós, engenheiros, pelas condições extremas de uma cidade que está no meio da floresta", diz Göppert, que coordena os projetos de estádios no Brasil para a SBP.

Maracanã, o templo do futebol

Enquanto os planos dos arquitetos berlinenses da GMP também são implementados no Mineirão, em Belo Horizonte, os engenheiros da SBP participam, ainda, da reforma do lendário Maracanã, no Rio de Janeiro, projeto favorito de Göppert. "Participar da reforma do Maracanã, o templo do futebol por excelência, me deixa muito orgulhoso."

O orgulho é bem compreensível, porque, no Maracanã, não serão realizadas só as finais da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo de 2014, mas também os principais eventos dos Jogos Olímpicos de 2016. Em todos estes eventos, o público de até 78 mil espectadores tomará lugar nos assentos fornecidos por uma empresa de móveis de uma cidade no sul da Alemanha. Para os estádios da Copa em Curitiba e Recife, outra empresa alemã produziu as mais de 40 mil cadeiras para cada uma das arenas.

Arena da Amazônia: membrana de revestimentoFoto: GMP

Princípio da roda de bicicleta

Para Knut Göppert e sua equipe da SBP, no Rio de Janeiro, a maior preocupação era a cobertura do estádio. Tal como no estádio em Brasília, os inventores usaram o princípio da roda de bicicleta. A ideia básica é a mesma que a da bicicleta: entre um ou mais anéis de pressão externos e um elemento central são tensionados raios. Para formar um telhado, é colocada uma grande e robusta lona, também chamada membrana, a qual é fornecida por uma empresa alemã de Bernau am Chiemsee.

Os arquitetos de Schulitz und Partner, de Braunschweig, se aproveitam do mesmo princípio para a cobertura da Arena Fonte Nova, em Salvador, projeto realizado juntamente com seu parceiro Setepla, de São Paulo. "Para nós, foi uma grande honra construir um estádio no país onde o futebol é uma religião", afirma Claas Schulitz, proprietário do escritório, que fez do projeto uma prioridade da empresa e se deu ao trabalho de até aprender português para isso.

Arena Fonte Nova: abertura na tribuna pode abrigar palco para showsFoto: YASUYOSHI CHIBA/AFP/Getty Images

Schulitz classifica o resultado como uma mistura entre tradições de estádio brasileira e alemã. Um detalhe tipicamente brasileiro é a forma em ferradura da tribuna. O lado aberto, virado para o lago adjacente, não deve apenas suprir o estádio com uma brisa agradável. Ele também fornece espaço para um palco, que pode ser desmontado e remontado sem afetar os jogos sobre o gramado. Enquanto a cobertura é um detalhe típico alemão.

Concreto para São Paulo

"O sistema da roda de bicicleta é uma das soluções mais eficientes para cobrir grandes áreas", avalia o engenheiro civil alemão Werner Sobek. Mas ele defende um maior uso de outros métodos de construção.

Preocupação para a Fifa: o estádio de São Paulo só deve ficar pronto em dezembroFoto: CDC arquitetos

Sua contribuição para a Copa do Mundo no Brasil não prevê tetos de tecido, pois os arquitetos brasileiros enfatizam em seu projeto a "dura poesia concreta", cantada por Caetano Veloso em sua ode à na cidade de São Paulo. Sobek projetou para o estádio um telhado de concreto armado com um vão de 245 por 200 metros, em cujo centro uma abertura de 150 por 85 metros deixa ver o campo.

A Arena de São Paulo provavelmente será o último estádio da Copa do Mundo a ficar pronto. Ainda falta, entre outras coisas, o telhado. Uma disputa judicial que havia interrompido temporariamente os trabalhos de construção foi superada. A construtora prometeu a entrega da obra para dezembro de 2013, cerca de meio ano antes de sediar a partida de abertura do mundial.

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