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Alemães defendem isolamento face à possível flexibilização

13 de abril de 2020

Pesquisa aponta que maioria é contra abrandamento de medidas de restrição para conter coronavírus. Diante da redução de número de infecções, governo vai discutir relaxamento gradual de isolamento social na Alemanha.

Abstand halten Deutschland Coronavirus Maßnahmen
Maioria dos alemães diz respeitar medidas de isolamento social impostas pelo governoFoto: picture-alliance/dpa/P. Klaunzer

O número de casos de infectados com covid-19 que se recuperaram nas últimas 24 horas (4 mil) superou pelo segundo dia consecutivo o registro de novas infecções na Alemanha (2.537), anunciou o Instituto Robert Koch (RKI) nesta segunda-feira (13/04).

O RKI, agência alemã de controle de doenças, adiantou que, dos 123.016 casos de infectados que o país registrou até a manhã desta segunda-feira, 64.300 são considerados curados, ou seja, mais da metade do total das infecções já foi superada. O RKI apontou ainda que houve um crescimento de 126 mortes em relação ao dia anterior, totalizando 2.799 óbitos.

Jens Spahn, ministro alemão da Saúde, voltou a sublinhar o otimismo em relação aos números e à possibilidade de, pouco a pouco, depois da pausa da Páscoa que termina nesta terça-feira, as medidas de restrição serem reduzidas.

Apesar disso, segundo uma sondagem divulgada nesta segunda-feira pelo instituto de pesquisa de opinião YouGov, a maioria dos alemães é contra o abrandamento da contenção imposta para combater a pandemia de covid-19.

Segundo a pesquisa, 44% dos entrevistados se mostraram favoráveis à extensão das medidas além do dia 19 de abril, 12% disseram até mesmo que elas deveriam ser reforçadas. Apenas 32% afirmaram concordar com um relaxamento das restrições e 8% defenderam aboli-las.

Além disso, de acordo com o YouGov, 78% dos entrevistados disseram respeitar totalmente as medidas de restrição; 18%, apenas parcialmente e 2%, muito pouco

Em 22 de março, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e os governadores alemães aprovaram restrições abrangentes à liberdade de circulação por duas semanas. Essas medidas foram então prorrogadas até 19 de abril. Mas, mesmo antes disso, eventos esportivos e culturais com espectadores foram proibidos e a maioria das lojas – com exceção principalmente do comércio de alimentos e medicamentos – foi fechada.

Relaxamento de restrições

Nesta quarta-feira, Merkel e os governadores alemães querem discutir uma saída gradual das medidas restritivas. Annegret Kramp-Karrenbauer, presidente da CDU (União Democrata Cristã, partido de Merkel) disse querer evitar uma colcha de retalhos, afirmando que o principal ponto para novas ações será principalmente a questão: "se as medidas [de restrição] que tomamos são eficazes de forma sustentável."

Com vista ao afrouxamento dessas medidas, ela apontou que, se em determinado estado uma loja de ferragens estiver fechada, mas no estado vizinho, aberta, "não é de surpreender que, de repente, todo mundo queira viajar para lá". Por isso, apontou Kramp-Karrenbauer, "é de interesse dos próprios estados trabalhar o máximo possível de forma coordenada."

Neste domingo, o governador da Renânia do Norte-Vestfália, Armin Laschet, declarou à emissora pública ZDF: "a vontade de obedecer às restrições também precisa de uma perspectiva de normalização. Precisamos de um cronograma que nos mostre o caminho para uma normalidade responsável." Laschet disse na noite de domingo que as sugestões de especialistas seriam uma base para as consultas nesta semana.

Nesta segunda-feira, a Academia Nacional de Ciências da Alemanha, conhecida como Leopoldina e sediada em Halle, emitiu parecer defendendo a reabertura de escolas do ensino fundamental e médio de forma gradual e sob certas condições.

O parecer dos cientistas, que se ocupam com as medidas adicionais para combater o coronavírus, estipula que, entre essas condições, estariam a estabilização da taxa de infecções num nível baixo e que as regras de higiene conhecidas sejam respeitadas.

Os especialistas defenderam ainda a obrigatoriedade de uso de máscaras de proteção em ônibus, trens e bondes. Anteriormente, a chanceler Angela Merkel dissera considerar o estudo da Leopoldina como "muito importante" para as novas medidas a ser tomadas.

CA/dpa/lusa

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