Alemães criam exame de sangue para detectar câncer de mama
Charli Shield | Natalie Müller rk
21 de fevereiro de 2019
Teste sanguíneo seria capaz de identificar câncer de mama mais cedo que técnicas atuais, como mamografia, além de ser menos doloroso e mais barato. Doença mata mais mulheres no mundo do que qualquer outro tipo de câncer.
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Em 2018, cerca de 627 mil mulheres morreram de câncer de mama em todo o mundo, o equivalente a 15% das mortes por câncer no período, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Espera-se que, a partir de agora, a taxa caia, já que pesquisadores alemães dizem ter desenvolvido um teste para aprimorar a detecção precoce de câncer de mama.
Estudiosos de medicina do hospital da Universidade de Heidelberg, no sul da Alemanha, dizem ter criado um teste sanguíneo capaz de identificar de forma confiável se uma paciente tem câncer de mama.
O teste, apelidado de HeiScreen, pode detectar câncer no sangue até antes de a doença se tornar visível à tecnologia vigente de mamografia, afirmou o diretor do estudo, Christof Sohn, em declaração.
O diagnóstico precoce é crucial para reduzir as taxas de morte por câncer de mama e garantir que as pacientes recebam tratamento a tempo. Com a detecção antecipada, a chance de recuperação completa é de 95%.
Melhorar métodos existentes
O teste não foi desenvolvido para substituir métodos convencionais de diagnóstico. Atualmente, as principais técnicas de detecção do câncer de mama são mamografias, ultrassonografias e ressonâncias magnéticas.
Segundo os pesquisadores, o HeiScreen deverá complementar esses métodos, mas será "um fardo muito menor para as mulheres" por não ser doloroso, custar menos e não expor as pacientes a radiação. Os especialistas apontam que o teste pode ser usado para detectar também câncer nos ovários.
O exame sanguíneo também é uma alternativa viável para pessoas cujas glândulas mamárias têm tecido denso e não conseguem obter resultados eficazes com mamografias. O teste serve ainda para aquelas que não podem ser submetidas a exames clínicos tradicionais por razões médicas.
São necessários apenas alguns mililitros de sangue para o teste, que pode ser realizado por clínicos gerais. Os pesquisadores esperam que o procedimento não invasivo encoraje mais mulheres a fazerem o exame.
Exame preciso
Com base num procedimento de biópsia líquida, os especialistas de Heidelberg não inventaram uma nova forma de detectar o câncer, mas refinaram um método já existente para identificar especificamente o câncer de mama. Nos últimos 12 meses, examinaram cerca de 900 mulheres, 500 das quais eram pacientes de câncer de mama. As outras 400 eram pacientes saudáveis.
Segundo Christof Sohn, que dirigiu o estudo, a maior vantagem do teste de sangue é que ele reage muito sensivelmente, especialmente em mulheres com menos de 50 anos. Em jovens, o exame tem uma taxa de precisão de 86%. Em pacientes com mais de 50 anos, a taxa de exatidão cai para 60%.
Além de exames de câncer, o HeiScreen também poderia ser desenvolvido para uso em detecção de metástases ou câncer recorrente no futuro. No longo prazo, serviria para monitorar o tratamento do câncer.
O teste deverá ser lançado no mercado ainda neste ano.
Pesquisadores na Austrália e nos Estados Unidos também vêm trabalhando num teste sanguíneo de câncer chamado CancerSEEK. O exame tem uma taxa de exatidão de 70% e detecta oito tipos diferentes de câncer.
Para pesquisadores, o câncer não precisa ser um destino incontornável. Eles sabem o que causa os tumores e dizem que cada um pode lutar para diminuir os maiores riscos da doença.
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O destino nas próprias mãos
O diagnóstico de câncer sempre atinge o paciente de forma dura e inesperada. Porém, quase metade dos casos de câncer poderiam ser evitados. Cerca de um quinto dos tumores tem ligação com o fumo. A fumaça do tabaco pode gerar câncer de pulmão e muitos outros tipos de tumor. Fumar é a maior causa de câncer por responsabilidade própria, mas não é a única.
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Obesidade mortal
No segundo lugar da lista de maiores causadores do câncer está a obesidade por causa dos níveis altos de insulina no sangue. Eles aumentam o risco de quase todos os tipos de câncer, especialmente aqueles que atingem os rins, a vesícula e o esôfago. Mulheres obesas também produzem mais hormônios sexuais nos tecidos adiposos e podem ter maior predisposição para câncer de mama e no colo do útero.
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Largando o sofá
Pessoas que se movimentam pouco são mais suscetíveis a ter câncer. Estudos de longo prazo mostram que praticar esporte pode evitar o câncer. A atividade corporal diminui os níveis de insulina e impede a obesidade – e basta passear um pouco ou andar de bicicleta.
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Um brinde à saúde
O consumo de álcool pode causar câncer, suscitando tumores especialmente na região bucal, na faringe e no esôfago. A combinação de álcool e cigarro é mortal e pode multiplicar o risco de contrair câncer por cem. Por outro lado, tomar um copo de vinho por dia é considerado saudável, já que a medida estimula o sistema circulatório. Porém, é recomendado evitar ultrapassar essa quantidade.
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Alimentos
Carne vermelha pode causar câncer no intestino. Ainda não se sabe o motivo exato, mas pesquisas mostram que existe uma relação clara entre a carne e a doença. A carne de vaca é especialmente perigosa, assim como a carne de porco – embora em menor medida. Consumindo carne vermelha, o risco aumenta 1,5 vez. A carne de peixe, por outro lado, pode prevenir o câncer.
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Os perigos do churrasco
Ao grelhar a carne, podem surgir substâncias cancerígenas, como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Em testes com animais, essas ligações químicas causam tumores. Estudos com seres humanos ainda não provaram o fenômeno de forma explícita. É possível que o problema esteja no consumo de carne em si e não na maneira de prepará-la.
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Evitando o fast-food
Uma alimentação que contenha muitas frutas, legumes e fibras pode prevenir o câncer. Porém, estudos mostraram que uma alimentação saudável tem menos influência sobre o risco de contrair câncer que os especialistas suspeitavam. Ela diminui o risco apenas levemente, em cerca de 10%.
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Muito sol causa muitos danos
Os raios ultravioletas da luz do sol penetram no código genético e podem modificá-lo – o que pode causar alguns tipos de câncer de pele, como o carcinoma basocelular e melanomas. O protetor solar evita queimaduras, mas a pele bronzeada e mais escura já é um indício de que o corpo recebeu radiação demais.
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Na medicina moderna
Os raios X prejudicam o patrimônio genético. Os danos de uma radiografia são mínimos, mas uma tomografia computadorizada deve ser realizada apenas quando há motivos importantes que a justifiquem. Já uma ressonância magnética é inofensiva. Também é preciso lembrar que o ser humano é alvo de radiações cancerígenas durante uma viagem de avião.
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Infecções que causam câncer
O vírus do papiloma humano, conhecido como HPV ou VPH, pode desencadear câncer de colo de útero. Vírus de hepatite B e C chegam a gerar alterações nas células do fígado. A bactéria Helicobacter pylori (na foto) infecta a mucosa do estômago e pode causar câncer. Existe a possibilidade de vacinar-se contra muitas dessas infecções. A Helicobacter pylori pode ser combatida com antibióticos.
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Melhores que a fama que têm
A pílula anticoncepcional pode aumentar levemente o risco de câncer de mama. Ao mesmo tempo, porém, ela diminui o risco de câncer nos ovários. Em suma, a pílula é mais benéfica do que danosa – ao menos no que diz respeito ao câncer.
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Sem garantias
Porém, mesmo tomando medidas para diminuir o risco de desenvolver câncer, não há garantia contra a doença. Metade dos casos de câncer no mundo têm origem genética ou são fruto da idade avançada. Especialmente os tumores no cérebro se desenvolvem sem influência externa.