Alemães e árabes apelam por engenheiros seqüestrados
2 de fevereiro de 2006Continua grave a situação dos dois engenheiros da firma Cryotec seqüestrados no Iraque. Segundo porta-voz, uma força-tarefa do Ministério das Relações Exteriores esforça-se "com grande intensidade" pela sua libertação.
O deputado do Partido Verde Ludger Volmer considera "justificado e importante" o governo manter uma política de informações reservada. Em sua opinião, a presença excessiva na mídia poderia prejudicar o trabalho dos investigadores. Embora a opinião pública tenha o direito de manter-se informada, "o inimigo também está escutando".
A comunidade muçulmana de Leipzig, cidade de onde vêm Thomas Nitzschke e René Bräunlich, condenou com rigor o seqüestro, exigindo a libertação dos reféns. Hassan Dabbagh, imã da mesquita local, declarou: "Muitos de nossos fiéis são do Iraque e têm familiares lá, que também já foram vítimas de raptos".
O religioso mencionou ainda uma lei básica da cultura árabe: "Não faças mal a quem te fez bem", lembrando que 90% dos habitantes de Leipzig e 80% dos alemães em geral foram contra a guerra no Iraque.
As mães dos dois reféns também fizeram um apelo na televisão alemã, pedindo "compaixão e misericórdia" aos seqüestradores. Seus filhos são inocentes e viajaram para o Iraque sem fins políticos: "Eles nunca tiveram a intenção de prejudicar seu país".
Em vídeo divulgado na terça-feira (31/01) pela emissora árabe Al Jazira, os raptores, do grupo Ansar Al-Tauhid Wa-Sunna, fizeram um ultimato ao governo de Berlim. Caso em 72 horas este não encerrasse sua cooperação com Bagdá e fechasse sua embaixada na capital iraquiana, Nitzschke e Bräunlich seriam mortos.