Alemães elegem bombeiros instituição mais respeitável
22 de maio de 2019
População alemã considera bombeiros, polícia, Tribunal Constitucional e organizações de ajuda as instituições que mais contribuem à sociedade. Igreja Católica, bancos e multinacionais recebem avaliações negativas.
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A população alemã considera o corpo de bombeiros, a polícia, o Tribunal Constitucional Federal e as grandes organizações de ajuda humanitária as instituições que mais contribuem para o bem da sociedade, segundo o relatório Public Value Atlas de 2019 divulgado na terça-feira (21/05) pela Escola de Pós-Graduação em Administração da HHL, em Leipzig, em cooperação com o Centro de Liderança e Valores da Sociedade da Universidade de St. Gallen, na Suíça.
No quarto estudo desde sua primeira publicação em 2015, cerca de 12 mil pessoas foram questionadas sobre a contribuição de 137 empresas e organizações para o bem comum. A Igreja Católica, bancos, organizações de futebol e diversas multinacionais receberam avaliações negativas.
No topo da lista ficou o corpo de bombeiros, seguida pela força de proteção civil Technisches Hilfswerk (BTH, na sigla) e a Cruz Vermelha da Alemanha. O governo federal administra a BTH, no qual 99% dos 79.514 membros são voluntários.
A polícia e o Tribunal Constitucional Federal também ocuparam o Top 10 do ranking, o que sugere que os alemães mantêm a confiança nas instituições que defendem o Estado de Direito.
De acordo com o pesquisador Timo Meynhardt, principal responsável pelo estudo, as respostas podem ser muito subjetivas, mas oferecem um espelho interessante da sociedade.
"O bem comum não é algo que se aprende ao acrescentar números, datas, fatos, mas quando é perguntado às pessoas. Em outras palavras, o bem comum está nos olhos de quem vê", disse Meynhardt.
Os pesquisadores formularam quatro perguntas que os participantes tiveram que responder num escala de 1 (discordar) a 6 (concordar). A organização faz um bom trabalho em seu negócio central? A organização contribui para a qualidade de vida? A organização contribui para a coesão social? A organização se comporta decentemente?
Na parte de baixo da lista figuraram a produtora de cigarros Marlboro, as associações de futebol Fifa e Uefa, o tabloide Bild, o banco Deutsche Bank e os gigantes das redes sociais Twitter e Facebook.
Outras empresas que tiveram desempenhos baixos foram Nestlé, Starbucks, Volkswagen, McDonald's, Coca Cola e o banco alemão Commerzbank. As três melhores empresas na listagem foram a fabricante de lentes Carl Zeiss, a rede de drogaria DM e a fabricante de eletrodomésticos Miele.
Além disso, organizações católicas e as duas principais Igrejas também foram classificadas no estudo. A Igreja Protestante ficou em 19º lugar, enquanto a Igreja Católica, submersa em escândalos, ficou na 102º posição. Por outro lado, organizações de ajuda baseadas em preceitos religiosos tendiam a ocupar posições melhores em comparação com as próprias instituições religiosas.
PV/kna/epd/ots
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Criminalidade, novas guerras, desemprego, pobreza na velhice, refugiados, atentados terroristas, mudanças climáticas. Entre esses temas, pesquisa quis saber quais dão mais medo nos alemães.
Foto: Reuters/S.Zhumatov
7° lugar: Desemprego
O instituto Emnid entrevistou os alemães quanto a seus receios diante de sete temas, que vão da criminalidade ao desemprego. Em média, somente 33% dos entrevistados disseram ter medo de perder o emprego. Entre as mulheres, essa cifra é maior (40%), como também entre os cidadãos do Leste alemão (37%). Mesmo assim, o desemprego é lanterninha entre os temores dos alemães.
Foto: Imago/mm images/Neudert
6° lugar: Refugiados
Afluxo de refugiados ocupa somente penúltimo lugar entre medos dos alemães: em média, 45% dos entrevistados mencionaram preocupação com entrada de migrantes. Entre as mulheres, esse temor é mais elevado (49%). A surpresa ficou por conta do Leste alemão: em média, só 43%. Há também diferenças de orientação política: o tema é o que mais preocupa eleitores da legenda populista de direita AfD (90%).
Foto: picture alliance/dpa/NurPhoto/C. Marquardt
5° lugar: Pobreza na velhice
Entre os sete temas apresentados, a pobreza na velhice preocupa em média 59% dos alemães. Nos estados do Leste, o receio é um pouco menor (57%). Essa cifra, no entanto, eleva-se entre as mulheres: 64%. Já quanto às diferenças de orientação política dos entrevistados: 71% dos eleitores do partido A Esquerda responderam que tinham medo de envelhecer pobres.
Foto: picture-alliance/dpa
4° lugar: Criminalidade
Em média 62% dos mil entrevistados pelo instituto de pesquisa de opinião Emnid expressaram receios em torno da segurança, o que faz com que a criminalidade ocupe o quarto lugar entre os temas sugeridos. Entre as mulheres (65%), no Leste alemão (68%) e entre os eleitores da legenda populista de direita AfD (84%), o tema gera mais preocupações.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Rumpenhorst
3° lugar: Atentados terroristas
O medo de ataques terroristas na Alemanha, um tema que também gira em torno de segurança, ocupa a terceira posição entre os medos dos entrevistados pelo Emnid. Em média, 63% disseram se preocupar com possíveis atentados no país. Mais uma vez, entre as mulheres (70%), nos estados do Leste alemão (72%) e entre eleitores da AfD (72%), esse temor é mais acentuado.
Foto: picture-alliance/Geisler-Fotopress
2° lugar: Novas guerras
Guerra na Síria e no leste ucraniano, tensões na Península da Coreia: o mundo parece estar mais complexo e mais violento. Isso explica, possivelmente, por que em média 65% dos cidadãos alemães entrevistados disseram temer a eclosão de novas guerras. Novamente, esse temor é mais acentuado entre as mulheres (70%). Já nos estados da antiga Alemanha Oriental, essa média permaneceu inalterada.
Foto: picture alliance/AP Photo
1° lugar: Mudanças climáticas
Em vez da entrada de refugiados ou da perda de emprego, o grande medo dos alemães são as mudanças climáticas – em média, 71% deles disseram temê-las. Entre as mulheres e nos estados do Leste alemão, o tema preocupa até mesmo 76% dos entrevistados. O tópico, no entanto, é menos amedrontador para eleitores de A Esquerda (58%) ou da ultradireitista AfD (57%).