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Alemães esperam muita festa e barulho nesta sexta

mw20 de junho de 2002

Cidades instalam telões para torcedores nas praças. Polícia quer evitar excessos em carreatas. BMW não libera operários para ver o jogo contra EUA. Advogado adverte contra infrações ao direito a silêncio dos vizinhos.

Festejar no jardim é permitido, mas o vizinho não pode escutarFoto: AP

A Alemanha preparou-se para uma grande festa após a partida de quartas-de-final da Copa do Mundo, contra os Estados Unidos. Todos aguardam uma vitória, levando a Seleção Alemã a seu melhor desempenho num mundial em 12 anos. Quando o juiz escocês Huge Dallas der início ao jogo em Ulsan (Coréia do Sul), às 13h30, horário alemão, o televisionamento da partida deverá bater um novo recorde de audiência no país. Em várias cidades, os torcedores poderão acompanhar o desafio através de telões em locais públicos. A Polícia planejou esquemas especiais para carreatas e conter excessos nas comemorações.

Em Berlim, aguarda-se uma nova corrida de milhares de pessoas à praça Potsdamer Platz, para acompanhar o jogo diante do telão do Sony Center, onde a emissora de tevê ZDF instalou um estúdio para entrevistas e comentários. Nesta sexta-feira, estarão presentes o ministro do Interior, Otto Schily, o zagueiro Novotny, que não foi à Copa devido a uma lesão de última hora no joelho, o treinador de Camarões, Winfried Schäfer, e Tom Dooley, o descendente de alemães capitão da seleção americana nas duas últimas copas.

Um dos maiores telões do país estará na antiga mina de hulha Zollverein, em Essen, hoje transformada em atração turística, tombada como patrimônio da humanidade pela Unesco. A partida terá comentários ao vivo. Para Hamburgo e Hanôver, também estão programados vários telões em praças. Em Wiesbaden, a prefeitura convidou soldados de uma base americana das redondezas a unir-se aos alemães diante de uma tela no Kurpark.

Trânsito

– A Polícia prepara-se para por ordens em carreatas. Em Stuttgart, prevê-se que cerca de 500 motoristas atravessarão festivamente o centro após o apito final. A preocupação também é grande em Munique, depois que muitos torcedores fizeram da Leopoldstrasse seu ponto de encontro nas partidas anteriores. As autoridades querem impedir tumulto. "Buzinadas insistentes e vaivém dos mesmos carros não serão tolerados", avisa um porta-voz da Polícia.

Enquanto isto, o comércio comemora a repentina demanda pela bandeira nacional. Desde o início da Copa, a procura cresceu 20%, segundo um comerciante de Hamburgo. Os modelos variam desde as pequenas, para colocar sobre a mesinha de centro da sala de casa, até as grandes, de 5 x 1,5 metro, para decorar fachadas.

Empresas

– Os empresários reagem de forma variada ao entusiasmo de seus funcionários. Enquanto a Siemens flexibilizou, a BMW mantém-se firme em sua decisão de não permitir que seus empregados vejam o jogo. "As linhas de produção seguirão normalmente. Não podemos nos permitir interromper a produção", avisa Eckhard Wannieck, porta-voz da montadora.

Na Siemens, cada departamento poderá fixar suas próprias regras. O horário de almoço poderá ser prorrogado ou o fim do expediente poderá ser antecipado, com os funcionários sendo liberados do trabalho à tarde, desde que compensem as horas em outro dia.

Direito ao silêncio

– A maior parte dos alemães deverá assistir à partida em casa. O advogado Hans-Reinold Horst, da associação de proprietários de imóveis Haus & Grund Deutschland, adverte contra excessos daqueles que pretendem vibrar nos jardins e varandas de suas residências. A partida só deve ser acompanhada de silenciosos comentários e gritos, sejam de euforia ou raiva.

"Não se admite barulho de vizinhos, quando ele é audível. Na prática, isto significa que o som da tevê ou do rádio deve ser regulado de forma que o vizinho não o escute", afirma o advogado, referindo-se a uma sentença judicial do tribunal de Munique.