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Alemães investem cada vez mais na Índia

(as)12 de julho de 2005

Empresas como a Siemens e a Volkswagen mantêm negócios com o país, que – ao lado da China – atrai cada vez mais as atenções do empresariado alemão.

Central elétrica da Siemens em Paguthan, Estado de GujaratFoto: dpa

A Índia, aliada do Brasil no G-4 (ao lado da Alemanha e do Japão) na luta por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, começa a ser tornar uma concorrente brasileira em se tratando de atrair investimentos alemães. Prova disso são, por exemplo, os novos projetos de pesos pesados da indústria alemã naquele país asiático.

A Siemens está construindo sua segunda central elétrica na Índia na cidade portuária de Surat, no Estado de Gujarat. A primeira foi erguida em Paguthan, no mesmo Estado. Com cerca de 2,5 milhões habitantes, Surat concentra grande parte da indústria têxtil do país. Quando concluída, a central propulsada com gás e turbina de vapor deverá abastecer de energia toda a região de Gujarat, de grande potencial econômico, e a metrópole Mumbai.

A central elétrica Surat Generation (Sugen) deverá começar a produzir energia em 2008. A capacidade é de 1100 megawatts. Cinco anos depois, a Siemens deverá se retirar totalmente do projeto. A operação e a manutenção ficarão a cargo dos indianos.

A demanda de energia da Índia é crescente. Se a economia do país continuar crescendo no ritmo atual, a procura por eletricidade aumentará 10% ao ano, segundo cálculos de especialistas. Para atender à demanda, governo e iniciativa privada estão investindo pesado na construção de centrais e usinas elétricas. Até 2012, a capacidade geradora do país deverá passar dos atuais 100 mil megawatts para 200 mil megawatts – o que garante um vasto campo para novos investimentos estrangeiros, inclusive alemães.

Suspeita de golpe

O caso da Volkswagen é outro. As negociações entre o governo do Estado indiano de Andhra Pradesh e a montadora alemã para a instalação de uma fábrica na cidade portuária de Visakhapatnam estão emperradas por causa de um suposto conto-do-vigário alemão. Se sair, o investimento de 1 bilhão de euros deverá gerar 10 mil empregos na região.

As negociações foram conduzidas pelo ex-diretor de Recursos Humanos da montadora tcheca Skoda, Helmuth Schuster, o mesmo que está sendo acusado de desvio de dinheiro pela Volkswagen. A Skoda faz parte do grupo VW.

Logotipo da VolkswagenFoto: dpa

Em janeiro passado, Schuster encerrou com sucesso as negociações, que previam a criação de uma joint venture com o governo do Estado indiano. Por conta disso, o ex-diretor pediu dinheiro: 2 milhões de euros, a serem depositados na conta de uma empresa que depois se descobriu ser fantasma: a Vashishta Wahan, de sigla VW.

O dinheiro sumiu, e a Volkswagen divulgou nota afirmando não ter absolutamente nada que ver com a Vashishta Wahan. A montadora de Wolfsburg ainda informou que a decisão sobre a fábrica na Índia não estava tomada, o que aumenta a suspeita de que Schuster embolsou o dinheiro.

Busca de novos investimentos

Premiê indiano Manmohan Singh (esq.) e Lula (ao centro): parceiros e concorrentes ao mesmo tempoFoto: AP

As relações econômicas teuto-indianas remontam ao século 19, quando firmas alemãs como a Krupp AG, Siemens e Bayer AG abriram suas primeiras filiais na Índia. A exemplo de outros países, o governo indiano vem intensificando a busca de investimentos no exterior, inclusive na Alemanha.

O ministro das Finanças, Palaniappan Chidambaram, apelou às médias empresas alemãs para que invistam no país. "Grupos como Bosch, SAP e Siemens estão aumentado sua presença no país, mas as médias empresas ainda não reconheceram suas chances", afirmou o ministro ao diário alemão de economia e finanças Handelsblatt.

Para o ministro, a opção pela Índia significa redução de custos, conquista de novos mercados e aumento de competitividade. Ele se encontrou recentemente com os ministros alemães das Finanças, Hans Eichel, e da Economia, Wolfgang Clement, e com centenas de potenciais investidores, entre eles representantes da ThyssenKrupp e da Henkel.

Com cerca de 5 bilhões de dólares anuais, a Índia atrai apenas um décimo dos investimentos estrangeiros destinados por ano para a China. Empresas como Krupp, Siemens e Bayer estão instaladas no país asiático desde o século passado. O comércio bilateral Alemanha-Índia ultrapassa os 5 bilhões de euros por ano.

Diante da escassez de mão-de-obra especializada, nos últimos anos, empresas alemãs da área de tecnologia da informação recorreram aos técnicos indianos. A maioria dos 15 mil especialistas em informática "importados" pela Alemanha de 2000 a 2003, através do chamado green card, vieram da Índia.

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